O presidente Jair Bolsonaro falou pela primeira vez nesta
sexta-feira (12) sobre a
morte de Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos. Rosa foi morto pelo
Exército no domingo (7), no Rio, quando o carro que dirigia foi alvo de pelo
menos 80 tiros de fuzil disparados por soldados do Exército. Os militares dizem
que confundiram o carro com o de criminosos.
Em Macapá, em evento para a inauguração do aeroporto local,
Bolsonaro disse ainda lamentar "a morte do cidadão trabalhador, honesto, e
está sendo apurada a responsabilidade. No Exército sempre tem um responsável.
Ele prosseguiu: "Uma perícia já foi pedida para que se
tenha certeza do que realmente aconteceu naquele momento e o Exército, na
pessoa de seu comandante, vai se pronunciar sobre este assunto e, se for o
caso, eu me pronuncio também. Nós vamos assumir a nossa responsabilidade e
mostrar o que realmente aconteceu para a população brasileira".
Bolsonaro só havia se manifestado sobre o tema por meio do
porta-voz. Na terça, Otávio Rêgo Barros disse que esperar
que o caso fosse esclarecido "rapidamente".
xército
O Exército inicialmente tratou Rosa como assaltante.
Depois, determinou
a prisão em flagrante de dez dos 12 militares ouvidos, "em virtude
de descumprimento de regras de engajamento". A
Justiça manteve nove deles presos. Na quarta-feira (10), a Força
lamentou a morte do músico e disse "jamais" admitir ou compactuar
"com eventuais condutas" que conflitem com o compromisso de
"absoluto respeito à dignidade humana".
O músico morreu por volta das 14h40 de domingo, quando dirigia
seu carro pela Estrada do Camboatá, em Guadalupe, Zona Norte do Rio. No
veículo, estavam também a esposa, o filho, de 7 anos, e o sogro do músico, além
de uma amiga da família. Os sobreviventes disseram que que estavam indo a um
chá de bebê.
Repercussão
A exemplo de Bolsonaro, o governador Wilson Witzel (Rio)
também não falou sobre a morte de Rosa logo depois do crime. Na
quinta-feira (11), classificou a ação como "erro grosseiro".
Em entrevista à rádio CBN,
nesta sexta (12), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que, "sob
forte pressão e sob forte emoção, ocorrem erros" como a ação
que resultou na morte do músico no Rio.
Na quarta, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e
Silva, havia
classificado o caso como um "lamentável incidente".
Em Macapá, presidente fala sobre o diesel
Também em entrevista coletiva após a inauguração do
aeroporto de Macapá, Bolsonaro
falou sobre a decisão de intervir na Petrobras e cancelar o aumento do diesel.
"Liguei pro presidente, sim. Me surpreendi com o reajuste de 5,7%. Não vou
ser intervencionista e fazer práticas que fizeram no passado, mas quero os
números da Petrobras, tanto é que na terça-feira convoquei todos da Petrobras
para me esclarecer por que 5,7% de reajuste, quando a inflação desse ano tá
projetada para menos de 5%".
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