Te perdoo porque choras quando eu choro de rir (Chico
Buarque)
Deve haver algum método, e também algum objetivo a ser
alcançado, na desordem provocada dentro do governo pelo presidente Jair
Bolsonaro a cada semana, e ultimamente a quase cada dia. É impossível que não
haja.
A mais recente desordem, quando um telefonema dele obrigou o
presidente da Petrobras a suspender o reajuste já anunciado no preço do diesel,
surpreendeu o ministro Paulo Guedes, da Economia, em visita aos Estados Unidos.
Deu ensejo então a uma curiosa situação onde não é um
presidente da República que sai em socorro de um ministro que derrapou numa
casca de banana, mas o ministro que sai em socorro do presidente. Foi o que
aconteceu quando Guedes disse ontem:
“Acho que o presidente tem muitas virtudes, fez muita coisa
acertada e ele já disse que não conhece muito economia. Então se ele,
eventualmente, fizer alguma coisa que não seja muito razoável, tenho certeza
que conseguimos consertar”.
Espantoso! Em que país um ministro da Economia chama em
público uma decisão presidencial de “não muito razoável” e é mantido no cargo?
Ou afirma que o presidente “não conhece muito do assunto” em que resolveu se
meter?
E que acrescenta ainda como se fosse uma espécie de avalista do presidente que se ele fizer alguma coisa não razoável, tem certeza que dará para consertar? Onde será possível que uma coisa dessas fique por isso mesmo?
E que acrescenta ainda como se fosse uma espécie de avalista do presidente que se ele fizer alguma coisa não razoável, tem certeza que dará para consertar? Onde será possível que uma coisa dessas fique por isso mesmo?
Ora, aqui, desde que Bolsonaro se elegeu enganando o mercado
com a história de que Guedes seria o seu Posto Ipiranga. Título igual não deu
ao ministro Sérgio Moro, da Justiça, mas ficou parecendo que sim. Já atropelou
Moro antes, e agora Guedes.
Acreditou quem quis que Bolsonaro, um estatizante de
carteirinha, vestiria a fantasia de liberal uma vez que se elegesse. O
importante era derrotar o PT. E embora houvesse muitos candidatos, o capitão
seria de longe o mais fácil de ser cavalgado.
Pode faltar cultura, preparo e sofisticação ao presidente,
mas uma toupeira ele não é. Bolsonaro joga a favor dele e dos filhos. No que
dará tudo isso, nem ele sabe. Se não se der certo irá para casa com várias
aposentarias e benefícios concedidos a um ex-presidente.
De bom tamanho para quem já admitiu que sua eleição foi um
milagre.
Vexame!
As agruras do capitão
O presidente Jair Bolsonaro provocou a ira de Israel por ter dito a líderes evangélicos na última quinta-feira que os crimes do Holocausto são perdoáveis.
O presidente Jair Bolsonaro provocou a ira de Israel por ter dito a líderes evangélicos na última quinta-feira que os crimes do Holocausto são perdoáveis.
“Podemos perdoar. Mas não podemos esquecer”, disse
Bolsonaro. Para em seguida acrescentar uma de suas frases preferidas: “Aqueles
que esquecem seu passado estão condenados a não ter futuro”.
Só tem houve um probleminha: para Israel, o Holocausto que
provocou a morte de 6 milhões de judeus na 2ª Guerra Mundial não pode ser
perdoado nem esquecido jamais.
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