Governo dá mais um passo na destruição de políticas
públicas
Depois de ter nomeado um ruralista para o serviço de
proteção de florestas, uma antifeminista para elaborar programas para as
mulheres e um professor que detesta universidades públicas para cuidar da
educação, o governo Jair Bolsonaro deu mais um passo em seu projeto de
destruição de políticas públicas.
Novo chefe da Secretaria de Cultura, o dramaturgo Roberto
Alvim começou a aparelhar sua pasta com nomes que parecem se esforçar apenas
para dilapidar as ações dedicadas à área. Ele escalou militantes ultraideológicos
para uma cruzada ressentida contra o setor.
A escolha do time parece até zombaria. A secretária de
Audiovisual nunca trabalhou na área e acha que o setor deve trabalhar pelo
resgate dos “bons costumes”. Já o presidente da fundação que promove a cultura
afro-brasileira afirma que a escravidão foi “benéfica para os descendentes” dos
africanos.
A frase foi publicada em agosto pelo jornalista Sérgio
Nascimento de Camargo, que agora comanda a Fundação Nacional Palmares. O órgão
foi criado em 1988 para preservar os valores e a influência negra na sociedade
brasileira.
Sérgio Nascimento de Camargo, novo presidente da Fundação
Palmares – Reprodução da internet
O instituto passou a ser chefiado, nesta quarta (27), por alguém que acredita que o movimento negro deveria ser “extinto”. O jornal O Globo noticiou que Camargo já escreveu numa rede social que tem “vergonha e asco da negrada militante”.
O instituto passou a ser chefiado, nesta quarta (27), por alguém que acredita que o movimento negro deveria ser “extinto”. O jornal O Globo noticiou que Camargo já escreveu numa rede social que tem “vergonha e asco da negrada militante”.
Se depender dele, o trabalho da fundação deve seguir essa
linha. Numa nota publicada por uma amiga, o novo dirigente declarou que vai
implementar “grandes e necessárias mudanças” e que sua atuação será norteada
pelos princípios “que conduzem o governo Bolsonaro”.
A nomeação segue à risca os planos do secretário do setor.
Em vez de cuidar dos programas da área, Alvim se dizia mais interessado em
“criar uma máquina de guerra cultural”.
Depois do primeiro turno da eleição de 2018, Bolsonaro
afirmou que queria dar “um ponto final em todos os ativismos do Brasil”. Ele
continua disposto a cumprir essa promessa.
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