Paulo Guedes deverá usar o número positivo do PIB do
terceiro trimestre como um antídoto para o risco de retrocesso em sua agenda de
reformas.
Como já escrevi algumas vezes neste espaço, a soltura de
Lula abateu a “linha de montagem” de projetos do ministro da Economia quando
ela alçava o voo depois da promulgação da reforma da Previdência.
As três propostas de emendas à Constituição mandadas ao
Senado tiveram boa acolhida dos parlamentares, boa vontade da cúpula da Casa,
que rapidamente tratou de distribuir as relatorias e deslanchar a discussão,
mas a reforma administrativa foi barrada pela circunstância política.
Agora, diante de números que indicam, na leitura da equipe
econômica, que o caminho receitado desde a campanha está gerando frutos, de
forma ainda lenta, mas contínua, Guedes deverá fazer nova tentativa junto a
Jair Bolsonaro para reabilitar a reforma administrativa.
O ministro acha que enviá-la à Câmara, por onde vai começar
a tramitar, ainda neste ano, será sinal de que o caminho será mantido e
acentuado no ano que vem, contrariando as hesitações manifestadas até pelo
presidente.
Seria uma forma, ainda, de o Posto Ipiranga terminar o
primeiro ano de mandato renovando a carta branca que lhe foi conferida na
largada. A menção de Bolsonaro a que lhe teriam pedido a “cabeça” do ministro
soou como um recado do chefe ao ministro de que ninguém é insubstituível. Nesse
cenário, o PIB mais parrudinho do terceiro trimestre veio bem a calhar.
‘Perseguição’ do PSL pode ajudar bolsonaristas
O anúncio de que os dissidentes bolsonaristas serão mesmo afastados pelo PSL de cargos em comissão e postos de comando nos diretórios e em lideranças será usado por eles como argumento na Justiça Eleitoral para que não percam o mandato por infidelidade partidária quando e se a Aliança pelo Brasil tiver a criação chancelada. Trata-se, por ironia, do mesmo argumento usado pelos deputados de “esquerda” Tábata Amaral (SP) e Felipe Rigoni (ES) contra seus partidos de origem, PDT e PSB, respectivamente.
O anúncio de que os dissidentes bolsonaristas serão mesmo afastados pelo PSL de cargos em comissão e postos de comando nos diretórios e em lideranças será usado por eles como argumento na Justiça Eleitoral para que não percam o mandato por infidelidade partidária quando e se a Aliança pelo Brasil tiver a criação chancelada. Trata-se, por ironia, do mesmo argumento usado pelos deputados de “esquerda” Tábata Amaral (SP) e Felipe Rigoni (ES) contra seus partidos de origem, PDT e PSB, respectivamente.
Terceira ‘onda’ de olavistas toma Cultura
Depois de ondas de ocupação olavista resultarem em barraco, paralisia e demissões no Ministério da Educação e na Apex, a agência de promoção das exportações, a terceira onda de nomeações de pupilos do guru da Virgínia chegou com força aos postos da Cultura.
Depois de ondas de ocupação olavista resultarem em barraco, paralisia e demissões no Ministério da Educação e na Apex, a agência de promoção das exportações, a terceira onda de nomeações de pupilos do guru da Virgínia chegou com força aos postos da Cultura.
Com carta-branca de Bolsonaro, o dramaturgo Roberto Alvim
designa para cargos em entidades como Funarte e Biblioteca Nacional seguidores
de Olavo que têm como currículo um corolário de declarações e teses que vão de
controversas a delirantes, como a de que a Terra é plana, defendida pelo
maestro e youtuber Dante Mantovani em publicação depois apagada nas redes
sociais.
Assim, Olavo, crítico do aparelhamento do PT da máquina pública,
se torna patrono de um similar nos métodos, mas mais caricato no conteúdo,
capaz de levar ao desmonte de uma indústria que vinha se estruturando em áreas
como o audiovisual, mas teve um 2019 de obscurantismo ideológico e paralisia de
investimentos e empregos.
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