No princípio da quarentena, há quase três semanas, dei uma
volta de bike na Lagoa. Um homem perguntou pela minha máscara. Ele era o único
a usar máscara. Não voltei para respondê-lo mas apertei o pequeno frasco de
álcool gel no bolso: era minha defesa.
Seguia orientação inicial da OMS que aconselhava máscara
apenas para quem estivessem doente ou os seus cuidadores.
Creio que firmaram esse posição por dois motivos: queriam
evitar corrida às mascaras, para evitar que os necessitados não a tivessem. E
temiam que a máscara transmitisse uma falsa segurança, fazendo que a pessoas
descuidassem de outros itens.
O crescente debate sobre o tema mudou minha posição. Hoje,
reconheço que algumas pessoas com máscara no vôo de Fernando de Noronha para o
Rio estavam mais protegidas do que eu.
Na escala em Recife, uma lanchonete do aeroporto vendia
máscaras bem rudimentares. Perguntei pelo preço e disseram R$ 4,00. Eu sabia
que custavam no máximo 50 centavos e resolvi comprá-las fora de aeroportos.
Mas na verdade não sai mais de casa. Ninguém espirrou no
avião. Mas um vídeo científico usando câmeras super sensíveis me convenceu que
o problema das gotículas cheias de vírus não depende apenas do espirro.
Espirro, tosse e conversa são igualmente perigosos pois os
três lançam as gotículas, só que em quantidades diferentes e a distâncias
diferentes.
O mais interessante foi ver no vídeo como as gotículas se
espalham no ar e como podem realmente contaminar quem estiver perto.
Aliás, o mesmo vídeo mostra a importância de janelas abertas
pois é através delas que as gotículas saem do ambiente e o perigo fica menor.
É claro que as máscaras não são uma blindagem perfeita. Mas
nessas atmosferas fechadas, sobretudo em supermercados, são uma forma válida.
Portanto, se tiver que ir à rua fazer compras, creio que abandonarei
a orientação da OMS e improvisarei máscara com pano e elástico de cabelo.
Até que a indústria brasileira comece a produzí-las
maciçamente, coisa que já deveria estar fazendo, teremos de improvisar.
Tenho máscara estilo Ninja em casa, usada nos tempos em que
viajava de moto: protegia contra o frio e o vento. Talvez sirva também, mas um
pouco adiante, no inverno. No momento, é impraticável.


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