A Câmara se recusou a
votar a emenda que destina o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para combater o
corona vírus. A posição de Rodrigo Maia parece ser contrária também ao
adiamento das eleições.
Os parlamentares se recusam a fazer um pouco de sacrifício.
Eles sabem que vivem um momento de paz com a mídia, que evita criticá-los. Isto
porque representam uma espécie de contraponto ao poder de Bolsonaro.
Toda vez que o Congresso sente-se cumprindo um papel que
neutraliza a crítica da imprensa, ele cobra um preço muito caro.
Continuo, entretanto, acreditando na força dos fatos. Num
país fortemente atingido pela epidemia, desemprego e fome será difícil fazer
eleições. Mais difícil ainda gastar esse dinheiro do fundo ostensivamente.
Eleição não depende tanto de dinheiro. Muita gente acha que
o fundo partidário é indispensável, que é o preço da democracia. Alguns
consideram uma bandeira da direita obrigar o Congresso a reduzir radicalmente
seus gastos e abrir mão desse fundo eleitoral.
Esse apego aos privilégios parlamentares é que faz a direita
crescer e exibir sempre seu viés autoritário. O preço do anteparo parlamentar
aos arroubos de Bolsonaro acaba saindo muito caro também.
Vamos esperar porque na verdade os fatos se desenrolando
acabam forçando mudanças. No Brasil as forças políticas não olham para a
frente. São simplesmente arrastadas quando se dá o momento decisivo.
Estranho domingo esse. Acordei meio inquieto porque sonhei
que estava no parlamento, falava, falava e ninguém dava a mínima atenção.
Uma colega de trabalho me ligou pela manhã intrigada com o
silêncio da mídia. Disse para ela: acabo de sonhar com esse tema.


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