Nova pesquisa Datafolha, realizada nestas terça e
quarta-feira (3 e 4), mostra com maior clareza que vai fazendo água a estratégia
de Celso Russomanno (Republicanos) de associar sua candidatura a prefeito de
São Paulo ao apoio do presidente Jair Bolsonaro.
No levantamento, o candidato despenca
nas intenções de voto, vê sua rejeição aumentar de modo significativo e
perde a liderança na corrida eleitoral para Bruno Covas (PSDB), que busca se
manter no posto e saltou de 23% para 28% das preferências em duas semanas.
Russomanno, que perdia terreno a cada pesquisa mas se
mantinha em primeiro lugar, caiu de 20% para 16%. Encontra-se agora em posição
de empate, dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais para cima ou para
baixo, com Guilherme Boulos (PSOL), estacionado em 14%, e com o ex-governador
Márcio França (PSB), que passou de 10% para 13%.
Enquanto Covas conquista uma boa posição rumo à participação
num eventual segundo turno, mantém-se em aberto a definição de seu possível
oponente —Russomanno, Boulos ou França.
O candidato do PT, Jilmar Tatto, que oscilou de 4% para 6%,
não dá até aqui mostras de ter fôlego para participar da acirrada disputa pelo
segundo lugar. A confirmar-se essa tendência, desenha-se um fiasco histórico do
petismo, que desde a eleição de Luiza Erundina, em 1988, disputava a
alternância de poder na capital.
O derretimento de Russomanno faz-se acompanhar de marcante
alta da parcela dos eleitores determinados a não votar nele em nenhuma hipótese,
uma escalada que se observa a cada nova pesquisa. Depois de ter registrado 21%
no final de setembro, sua rejeição pulou para 29% e 38% em sondagens do mês de
outubro —e atinge agora 47%.
Pode se repetir, assim, a trajetória frustrante dos dois
pleitos municipais anteriores em que o postulante do Republicanos se
apresentou.
As dificuldades do bolsonarista paulistano não são fato
isolado no cenário nacional. Também no Rio, a segunda maior cidade do país, o
prefeito Marcelo Crivella, que conta com as simpatias presidenciais, se vê
ameaçado de não
disputar o segundo turno contra o atual favorito, Eduardo Paes (DEM),
que oscilou de 28% para 31%.
Com 15%, Crivella (Republicanos) está empatado com a
Delegada Martha Rocha (PDT), que se manteve com 13% das intenções.
A liderança provisória, porém expressiva, de Covas e Paes em
São Paulo e no Rio —dois candidatos de legendas tradicionais da política— é má
notícia para Bolsonaro.
O presidente vê sua imagem pública desgastar-se apenas dois
anos depois do triunfo avassalador de 2018, quando a associação com o seu nome
bastava para favorecer postulantes em todo o país.
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