A única voz brasileira ouvida na COP-26 foi a da indígena Txai Suruí. Isso é muito bom e não é por acaso. O que acontece no Brasil e nas comunidades indígenas, nos povos originários, é essa mobilização para fazer ouvir a sua voz.
Tenho conversado muito com cientistas e ambientalistas, e eles têm dito que os povos originários passaram a estar no centro da conversa, e não por favor, mas porque a ciência entendeu que os saberes tradicionais dos povos originários, daqui e do resto do mundo, são parte fundamental da conservação. Eles são guardiões da nossa floresta e de outros sistemas naturais, nas ilhas, no ártico.
Conversei ontem com Mercedes Bustamante, professora de ecologia da UNB, e ela estava dizendo que a ciência hoje coloca em pé de igualdade os saberes tradicionais porque são parte de como o mundo vai manter esses sistemas que são drenos dos gases de efeito estufa. Falei também com Brenda Brito, do Imazon, e ela me disse que há 40 representantes de povos originários em Glasgow. Isso não aconteceu por acaso. A nossa Txai está dentro desse movimento de reconhecimento da importância dos povos originários, que são fundamentais para a preservação do planeta Terra.
A voz do presidente Bolsonaro não foi ouvida, ainda bem, mas tivemos a voz da Txai Suruí que nos disse que o momento para agir é agora, não 2030, não 2050. Ela nos enche de orgulho.
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