Desemprego no Brasil
continuará a cair, projeta OIT
Haverá ligeira
baixa do desemprego mundial neste ano, mas preocupação persiste sobre
desigualdades
A taxa de desemprego
no Brasil continuará em queda neste ano e em 2025, mas ainda ficará acima da
média global, pelas projeções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A estimativa da
organização global que estabelece normas em vista de emprego e renda decentes é
de a taxa de desemprego diminuir no Brasil para 7,8% neste ano e para 7,6% no
ano que vem, comparado a 8,0% no ano passado e 13,7% em 2020 na crise de
covid-19.
Projeções sobre o
Produto interno Bruto (PIB) do país pelo Banco Mundial apontam alta de 1,7%
neste ano e de 2,2% no ano que vem.
Ocasionalmente,
pode haver pequenas diferenças entre as estimativas da OIT e as fontes
nacionais em razão de 'processamento e harmonização' de dados. Recente Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou alta de 0,5 ponto
percentual no primeiro trimestre, com a taxa de desemprego no país alcançando
7,9%, o que significa 8,6 milhões de pessoas sem emprego.
Globalmente, a
previsão é de ligeira baixa do desemprego mundial neste ano, mas a lentidão de
progressos para reduzir as desigualdades é considerada ‘preocupante’, destaca a
OIT em novo relatório sobre as perspectivas sociais e do emprego no mundo,
publicado hoje.
A taxa mundial de
pessoas sem emprego é projetada em 4,9% neste ano comparado a 5,0% no ano
passado - e a 7,8% esperada no Brasil. A projeção anterior da OIT era de
desemprego mundial de 5,2% para 2024. A tendencia é de o desemprego se
estabilizar em 4,9% também em 2025.
O relatório não
inclui dados por país, mas apenas por região. Nas Américas, a taxa continuará
em 5,3%. Na Europa e Ásia Central, baixa de 5,7% no ano passado para 5,6% neste
ano. Na Ásia e Pacífico, fica estável em 4,2%. Na África, diminui de 6,4% para
6,3%. E somente nos países árabes aumenta, de 9,9% para 10,3% e a mais alta
entre as regiões.
A projeção de
crescimento econômico global de 3,2% neste ano é consistente com resultados dos
primeiros meses do ano. A inflação global está em diminuição, o que tende a
mitigar a erosão dos salários reais vista em anos recentes. Para a OIT, essa
estabilização do ambiente macroeconômico está se transladando para perspectivas
relativamente estáveis no mercado de trabalho. No entanto, as projeções mostram
que os salários reais continuam ligeiramente abaixo dos níveis de 2019
globalmente, apesar de altas reais em algumas economias emergentes.
Para o médio prazo,
a OIT descreve uma situação incerta com ajustes significativos esperados em
escala global nas políticas monetária e fiscal. Isso é particularmente
relevante para o emprego. Políticas macroeconomicas restritivas terão um efeito
retardado sobre o mercado de trabalho. Além disso, persistem vulnerabilidades que
limitam uma melhora mais ampla no emprego, diante de conflitos, insegurança
alimentar, crise do custo de vida, endividamento em alta e restrições fiscais.
Mesmo se o
desemprego tende a cair proximamente, a falta persistente de mais oportunidades
de trabalho inquieta. A OIT estima que o ‘deficit de emprego’, que mede o
número de pessoas sem emprego embora queiram trabalhar, alcança 402 milhões de
pessoas em 2024. Essa cifra inclui 183 milhões de pessoas contabilizadas como
desempregados.
Ao mesmo tempo, o progresso
na redução da pobreza e da informalidade desacelerou em relação à década
precedente. O número de trabalhadores ocupando um emprego informal, sem
proteção social, passou de 1,7 bilhão em 2005 para 2,0 bilhões neste ano.
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