Márcio Souza, escritor e jornalista, morre aos 78 anos em
Manaus
Autor de Mad Maria, jornalista e dramaturgo
morreu nesta segunda-feira (12) em Manaus. Governo do Amazonas decretou luto
oficial de três dias.
O escritor e dramaturgo amazonense Márcio Souza morreu, na madrugada desta segunda-feira (12), aos 78 anos, em Manaus. O também cineasta é autor do romance de sucesso "Mad Maria", que inspirou a criação da minissérie brasileira de mesmo nome, produzida pela Rede Globo.
De acordo com a família e produção de Márcio, ele passou mal na noite de domingo (11) e foi levado um Serviço de Pronto Atendimento (SPA), na capital amazonense. Lá, ele teve uma crise de diabete e, logo depois, uma parada respiratória.
A editora Valer lamentou a morte do escritor, que foi acima de tudo um dos grandes intelectuais da Amazônia. Márcio Souza era uma das mais importantes vozes da moderna literatura brasileira.
"Para nós, da editora Valer, essa é uma notícia que nos pegou desprevenidos, porque sempre esperávamos mais obras de Márcio e, também, de desfrutar da sua companhia, dado que ele era um dos maiores conhecedores das Amazônias e um dos nossos maiores intelectuais, um grande conhecedor da literatura, do teatro e do cinema. Nós lamentamos profundamente a morte de Márcio Souza”, disse a coordenadora editorial da Valer, Neiza Teixeira.
O Governo do Amazonas também lamentou a morte do romancista e decretou luto oficial de três dias.
"O governador Wilson Lima se solidariza à família e amigos do escritor e ressalta a importância que Marcio Souza teve para o estado, contando a história do Amazonas e da Amazônia para o mundo com imenso e singular brilhantismo", disse a nota.
As informações sobre o velório e o enterro ainda serão divulgadas pela família.
Sobre Márcio Souza
Márcio Souza nasceu em Manaus, no ano de 1946. O amazonense era romancista, diretor de teatro e ópera. Estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e escreveu críticas de cinema e artigos em diversos jornais e revistas brasileiras, como Senhor, Status, Folha de S. Paulo e A Crítica.
Em 1976, lançou seu primeiro romance, Galvez: imperador do Acre, sucesso de crítica e de vendas.
Como administrador, foi diretor de planejamento da Fundação Cultural do Amazonas, diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte.
Márcio também foi professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth. Como palestrante, foi convidado pela Universidad de San Marcos, Sorbonne, Toulouse, Aix-en-Provence, Heidelberg, Coimbra, Universidade Livre de Berlim, Harvard e Santiago de Compostela.
Dirigiu o Teatro Experimental do Sesc (Tesc) do Amazonas, hoje extinto. O autor foi ainda presidente do Conselho Municipal de Política Cultural e se tornou membro da Academia Amazonense de Letras.
Também escreveu, dentre outras, as peças: As folias do látex, A paixão de Ajuricaba e Carnaval Rabelais, e os romances Mad Maria, Operação silêncio e O fim do Terceiro Mundo.
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