Acredito que o estado, apesar de enfrentar adversidades como qualquer outro lugar do país, possui um potencial imenso
Com alegria, recebi a notícia de que fui agraciado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) com a aprovação, na quinta-feira da semana passada, da concessão da Medalha Tiradentes.
A medalha, maior homenagem do parlamento estadual, foi proposta pelo presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), a quem agradeço publicamente, assim como a todos daquela Casa que aprovaram essa reverência.
Meu desejo, como novo cidadão do Rio de Janeiro, é que possamos reduzir as distâncias que separam os trabalhadores das riquezas e das oportunidades.
Como novo morador e cidadão, acredito que o Rio, apesar de enfrentar adversidades como qualquer outro lugar do país, possui um potencial imenso. Como centro criativo e cartão de visitas do Brasil, o estado conta com ativos importantes para evoluir sem alimentar a gentrificação que, muitas vezes, lugares com grande potencial turístico acabam por reproduzir.
O Estado do Rio, que tanto tem contribuído para o país, precisa de um olhar carinhoso e cuidadoso em relação às populações das favelas, aproveitando o potencial criativo e inovador que existe nelas. Mesmo em situações adversas — marcadas pela ausência de políticas públicas, que resultam em exclusão e privações causadas pela violência e pela precariedade da mobilidade — existe uma enorme força a ser valorizada.
Aprender e colaborar são dois princípios que nortearão minha missão à frente da Central Única das Favelas (Cufa-RJ).
Os desafios são enormes, o que exige que somemos nossas experiências e aprendamos com quem já está na estrada. São 30 anos de vivências nas favelas, que nos permitem pensar formas de promover a sociabilidade com protagonismo, fortalecendo redes que garantam a preservação de nossas memórias, histórias e territórios.
O Rio de Janeiro, que produz tantos talentos e acolhe tantos saberes, me dá o privilégio de transitar pelos diversos ambientes de sua capital, uma cidade partida, para dialogar com setores privados e públicos, lideranças e figuras de destaque. São tanto famosos quanto anônimos, que sonham com um estado como um farol de saberes e potências.
Minha nova terra adotiva já entrega muito ao país. Espero ser recíproco e devolver em dobro toda beleza e criatividade inspiradora que venho recebendo por tantos anos aqui.
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