SALVADOR – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa teve a concessão do título de cidadão baiano recusado na última
sessão da Assembleia Legislativa da Bahia, que votou a Lei Orçamentária do
Estado e um empréstimo de R$ 1,1 bilhão para o governo baiano, na quarta-feira
à noite.
O deputado Luciano Simões (PMDB) da bancada da oposição, que
propôs a homenagem pelos “relevantes serviços” que Barbosa prestou à Nação, na
visão dele, ao ser o relator do caso do mensalão, acusou a bancada do PT pela
rejeição. O líder governista deputado Zé Neto (PT) negou qualquer boicote,
alegando que o nome de Barbosa não foi incluído na lista dos homenageados
formada por consenso entre as lideranças de bancada bem antes da votação.
Simões, conforme Neto, teria incluído o presidente do STF de “última hora” para
“causar polêmica”.
O peemedebista disse ter ocorrido “forte reação” dos
deputados do PT e PCdoB, quando propôs o nome de Barbosa, pois os dois partidos
o considerariam o principal “algoz” dos condenados no STF.
— Deram o título para o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) e
não aceitaram para o ministro Barbosa — reclamou, ao lembrar que, para
contrapor o nome do homenageado, o deputado Álvaro Gomes (PCdoB) propôs também
título de cidadão baiano para o revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski. A
partir daí travou-se uma discussão que durou cerca de 30 minutos. Para superar
o impasse, o líder Zé Neto resolveu não conceder os títulos a Barbosa e
Lewandowski.
— Não tenho nada contra o ministro Joaquim Barbosa, acho que
é uma figura importante, foi nomeado para o STF pelo presidente Lula e ele
poderá ser homenageado em outra oportunidade, mas não da forma que o deputado
Simões quis, só por picuinha — explicou o petista justificando que, no momento
em que o assunto foi discutido, os deputados se preparavam para votar o
Orçamento e o empréstimo, após horas de negociação.
Do jornal A Tarde, via O Globo
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