Por Felipe Néri, do G1, Brasília
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está com
a despensa de sua residência oficial vazia há cerca de uma semana devido à
suspensão de licitação de R$ 98 mil para a compra de alimentos, segundo
informou sua assessoria de imprensa nesta quinta-feira (17). Com a interrupção
- há aproximadamente um mês - do pregão, que previa também fornecimento de
materiais de cozinha, copa e equipamentos de limpeza, Renan tem feito as refeições
fora de casa nos últimos dias, de acordo com seus assessores.
Os envelopes para a licitação seriam abertos no último dia
2, mas o diretor-geral do Senado, Helder Rebouças, determinou a suspensão do
pregão após serem constatadas suspeitas de superfaturamento. O documento prevê
a compra, por exemplo, de 100 quilos de filé mignon, com valor estimado em R$
4.050.
O edital para o fornecimento de alimentos estabelecia a
validade do contrato com a empresa fornecedora pelo prazo de 6 meses. Neste
período, também poderiam ser comprados outros 25 quilos de camarões vermelhos
grandes, com preço estimado em R$ 2.765,75, e 180 quilos de frango congelado,
com estimativa de custo de R$ 3.034, 80.
O edital estabelece que o pregão seria “destinada à
contratação de empresa especializada para o fornecimento parcelado de gêneros
alimentícios e materiais de copa, cozinha, limpeza e higienização, para o
Senado Federal, à medida que houver necessidade, durante 6 (seis) meses
consecutivos”. Segundo a assessoria de Renan, o contrato seria voltado
exclusivamente para a residência oficial.
A previsão é que o próximo edital seja lançado nos próximos
20 dias. Em agosto, Renan Calheiros proibiu a contratação de serviços pela Casa
sem processo licitatório. A lei das licitações, 8.666 de 1993, permite compras
diretas e contratação de serviços pelas instituições públicas federais sem que
haja processo licitatório para os casos em que o valor da aquisição seja de até
R$ 8 mil.
A decisão do presidente do Senado foi anunciada após o
jornal “O Globo” publicar reportagem informando que o Senado comprou dois
guardanapos no valor de R$ 420 cada, mais um freezer de quase R$ 78 mil para
equipar restaurante da Casa - um freezer custa cerca de R$1,5 mil. No mesmo
dia, a assessoria do Senado confirmou a compra de 24 guardanapos de linho e 3
toalhas de mesa pelo valor total de R$ 2.085 sem processo licitatório. A
assessoria não confirmou o valor do freezer.
(Atualização: posteriormente, o presidente do Senado
divulgou nota na qual afirma que "não procede" a informação de falta
de alimentos na residência oficial. Leia na reportagem "Renan diz queinformação de falta de alimento em residência 'não procede'").
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