Por Leonel Rocha, da Época
Em um sítio no interior de São Paulo, pouco mais de 30
pessoas se reuniram, no fim de semana do Dia dos Finados, para organizar uma
nova onda de protestos contra tudo e contra todos. O local se tornou um centro
de treinamento para uma minoria que adotou o quebra-quebra como forma de
manifestação política e ficou conhecida como Black Bloc. O repórter Leonel
Rocha testemunhou as reuniões e relata na edição de ÉPOCA desta semana que, ao
contrário do que afirmam órgãos de segurança federais e estaduais, eles não são
manifestantes que aparecem nos protestos "do nada", sem organização.
Os Black Blocs têm método, objetivos, um programa de atuação e, segundo
afirmaram, acesso a financiamento de entidades estrangeiras.
De acordo com Leonardo Morelli, jornalista que coordena a
ONG Defensoria Social, braço visível e oficial que apoia os Black Blocs, a ONG
Instituto St Quasar, ligada a causas ambientais, já repassou, neste ano, € 100
mil aos cofres da entidade. Morelli recebeu a reportagem de ÉPOCA no sítio em
São Paulo. Segundo ele, o próprio veículo (uma Kombi) que levou Leonel Rocha ao
local do treinamento, a partir do vão livre do Museu de Arte de São Paulo
(Masp), foi financiado com doação de entidades nacionais e estrangeiras.
Morelli diz que um Jeep Willys também foi comprado com esse dinheiro. Ele
também cita entre seus doadores organizações como as suíças La Maison des
Associations Socio-Politiques, sediada em Genebra, e Les Idées, entidade ligada
ao deputado verde Jean Rossiaud. Procurados por ÉPOCA, ambas negaram ter
enviado dinheiro. Morelli diz que a Defensoria Social também foi abastecida
pelo Fundo Nacional de Solidariedade, da CNBB. A CNBB negou os repasses.
Morelli ainda relacionou entre seus contatos os padres católicos Combonianos e
a Central Operária Boliviana.
Em ÉPOCA desta semana, na reportagem Por dentro da máscara
dos Black Blocs, Leonel Rocha relata o fim de semana com os ativistas que, de
rostos cobertos, tomaram a frente dos protestos no país. E Todos contra a
violência, outra reportagem da edição 807 (nas bancas a partir deste sábado e
nos tablets), mostra diferentes grupos políticos e autoridades concordam que a
democracia não pode conviver com movimentos que defendem o quebra-quebra como
forma de protesto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário