O apoio à presidenta Dilma Rousseff, anunciado nesta
quarta-feira (20) pelo PSD, é uma tentativa do seu fundador, Gilberto Kassab,
de se “blindar” das investigações do escândalo de corrupção em sua gestão, na
prefeitura de São Paulo. Sua gestão tem sido devassada pelo atual prefeito,
Fernando Haddad (PT), ligado a Dilma. Se não ficar inteiramente protegido das
investigações, Kassab espera, com seu gesto de apoio, ao menos silenciar os
petistas paulistanos.
O nome de Kassab tem sido associado ao caso por meio de
referências em telefonemas dos auditores suspeitos de desviar cerca de meio
bilhão de reais dos cofres públicos, em troca de propinas milionárias.
Segundo o Ministério Público, o grupo fraudava o
recolhimento do Imposto sobre Serviços (ISS), calculado sobre o custo total da
obra, indispensável para obtenção do “Habite-se”. A operação, segundo a
investigação, era comandada por servidores ligados à subsecretaria da Receita,
da Secretaria de Finanças.
Foram presos o ex-subsecretário da Receita Municipal
Ronilson Bezerra Rodrigues, Eduardo Horle Barcellos, ex-diretor do Departamento
de Arrecadação e Cobrança, Carlos Di Lallo Leite do Amaral, ex-diretor da
Divisão de Cadastro de Imóveis e o agente de fiscalização Luis Alexandre
Cardoso Magalhães, que fez acordo de delação premiada.
O apoio do PSD de Kassab à reeleição de Dilma foi anunciado
nesta quarta-feira em Brasília, durante encontro dela com a cúpula do
partido. Dos 27 diretórios estaduais do PSD, 24 vão apoiá-la. As exceções são
os diretórios de Minas Gerais, Acre e Pernambuco.
Dilma afirmou estar “muito feliz” com o apoio: “Mas qual é o
sentido desse apoio? Eu sou presidenta da República, tenho 13 meses de governo
e eu considero o melhor apoio que vocês possam me dar é apoiando o governo.
Porque como presidenta eu estou numa situação diferenciada. Todos os demais
candidatos que estão querendo ser presidentes têm que fazer campanha. Eu tenho
obrigação, eu tenho de governar, eu tenho que gerir para além de qualquer
fato”, afirmou.
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