Argumentação rasteira, tola e absurda está sendo usada pelos
blogueiros chapa branca de sempre, além de porta-vozes formais e informais do
governo, para justificar a montagem até aqui do segundo ministério da
presidente Dilma Rousseff. Se não dá raiva, dá pena. Ou as duas coisas juntas.
O ministério está saindo mais à direita do que todos
desejavam, eles reconhecem. Para, em seguida, encaixar a desculpa de que isso
se deve à falta de amparo do resto da esquerda. Sim, do resto, porque ainda
consideram o PT um partido de esquerda. O resto da esquerda seriam o PSOL, PCB,
PCO, etc...
Outro motivo para o governo se inclinar à direita: o Congresso.
O novo Congresso seria tão ou mais conservador do que esse que ainda temos.
Mais conservador na opinião dos defensores do governo. Desse modo, ao governo
só restaria cair com desconforto no colo dele. É o jeito!
Vê-se desde logo que o raciocínio não se sustenta por
frágil, na melhor das hipóteses. Ou mentiroso, na pior. O PT deixou de ser de
esquerda há muito tempo. Desde que chegou ao poder com a primeira eleição de
Lula. Ganhou a eleição pela esquerda. Governou pela direita.
Exibe-se como sendo um partido de esquerda porque pôs os
pobres na agenda do país. Porque fortaleceu os programas sociais.
Lembro-me de Joaquim Roriz, governador de Brasília por
quatro vezes. Roriz distribuiu terra de graça com os mais pobres. Leite de
graça. Comida a um real em restaurantes populares.
Nem por isso Roriz foi de esquerda. Ou o PT o tratou como
aliado. Curioso é que Roriz, amaldiçoado pela esquerda, foi um dos fundadores
do PT em Goiás.
A nomenclatura de esquerda não tem votos suficientes dentro
do Congresso ou fora dele para sustentar a administração de Dilma. Portanto,
não pode ser responsabilizada pela opção preferencial de Dilma por um governo
de direita.
De resto, quando Itamar Franco sucedeu a Collor em 1992,
pediu o apoio do PT. Itamar quis escapar da armadilha de governar pela direita.
O PT negou seu apoio.
Erundina, ex-prefeita de São Paulo, tornou-se ministra de
Itamar, mas para isso foi obrigada a abandonar o PT. Ou melhor: foi o PT que a
abandonou.
Quanto ao Congresso conservador que obriga Dilma a governar
com conservadores... É fato. Temos um Congresso conservador.
No entanto, se a desculpa servir, só valerá a pena eleger um
presidente de esquerda quando ele puder contar com uma maioria de esquerda no
Congresso. É isso? Será isso mesmo?
Pai! Pai!. Perdoai! Definitivamente, eles não sabem o que
dizem!
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