Por Diego Escosteguy, Época
Os políticos de Brasília ainda não sabem, mas nesta semana
podem receber uma visita inesperada e indesejada – uma visita que pode pôr fim
à carreira de muitos deles. No mesmo momento em que assessores do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminharem-se ao gabinete do
ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal, para dar entrada nas
petições contra os deputados, senadores e ministros suspeitos de participar do
petrolão, emissários da PGR baterão no gabinete dos acusados. Comunicarão que,
a partir daquele momento, eles estarão oficialmente sob investigação. Eles não
serão mais os mesmos. Nem a República.
O aviso é um ato de diplomacia definido recentemente por
Janot. Nem mesmo seus assessores mais próximos conhecem as intenções do chefe.
Janot, mais que qualquer um, sabe o peso das decisões que precisou tomar – e
das consequências que elas acarretarão para os destinos da política brasileira.
Talvez seja o homem certo para esse intenso, imprevisível e delicado momento de
limpeza institucional do país. Janot, apesar de ser procurador, é um mineiro,
um sujeito afável. Entende de política – e de Brasília. Para evitar um
eletrochoque no Congresso, no Supremo e no Planalto, diante da carga que o caso
carrega, terá de fazer muitos gestos. E aguentar muita pancada.
Quantos políticos receberão a visita? Ninguém sabe ao certo
– nem ele. Neste fim de semana, os casos serão revisados. Há grandes nomes do
Congresso – e até da oposição. Janot pedirá que Zavascki, o relator do
petrolão, torne a maioria dos nomes públicos. Se Zavascki concordar, o país
conhecerá o tamanho da responsabilidade que Janot guarda em contrito silêncio.
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