domingo, 1 de março de 2015

O BRASIL EM TRANSE

Por Diego Escosteguy, Época
Os políticos de Brasília ainda não sabem, mas nesta semana podem receber uma visita inesperada e indesejada – uma visita que pode pôr fim à carreira de muitos deles. No mesmo momento em que assessores do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminharem-se ao gabinete do ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal, para dar entrada nas petições contra os deputados, senadores e ministros suspeitos de participar do petrolão, emissários da PGR baterão no gabinete dos acusados. Comunicarão que, a partir daquele momento, eles estarão oficialmente sob investigação. Eles não serão mais os mesmos. Nem a República.
O aviso é um ato de diplomacia definido recentemente por Janot. Nem mesmo seus assessores mais próximos conhecem as intenções do chefe. Janot, mais que qualquer um, sabe o peso das decisões que precisou tomar – e das consequências que elas acarretarão para os destinos da política brasileira. Talvez seja o homem certo para esse intenso, imprevisível e delicado momento de limpeza institucional do país. Janot, apesar de ser procurador, é um mineiro, um sujeito afável. Entende de política – e de Brasília. Para evitar um eletrochoque no Congresso, no Supremo e no Planalto, diante da carga que o caso carrega, terá de fazer muitos gestos. E aguentar muita pancada.
Quantos políticos receberão a visita? Ninguém sabe ao certo – nem ele. Neste fim de semana, os casos serão revisados. Há grandes nomes do Congresso – e até da oposição. Janot pedirá que Zavascki, o relator do petrolão, torne a maioria dos nomes públicos. Se Zavascki concordar, o país conhecerá o tamanho da responsabilidade que Janot guarda em contrito silêncio.
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