Por Caio Rocha, professor de História, colaborador do Blog
Quando o governo federal anunciou por volta de 2007 as
gigantescas bacias petrolíferas batizadas de pré-sal, o preço do petróleo vinha
em uma escala ascendente de preços. Até dois anos atrás chegou a ultrapassar o
patamar de US$100.
Diante desta descoberta, a estatal brasileira Petrobrás foi
obrigada pela gestão Lula a entrar com tudo na prospecção do ouro negro. Como
não tinha dinheiro suficiente para empreender tal façanha dispendiosa, capitalizou-se
no mercado através de contração de dívidas.
Boa parte desta atrelada ao dólar! Dólar sobe, dívida sobe.
Porém o que ninguém esperava é que o preço do petróleo fosse despencar
consideravelmente por conta da desaceleração da economia chinesa, a utilização
do gás de Xisto nos EUA e o aumento da produção de petróleo pela Organização
dos Países Exportadores de Petróleo. Todas as empresas petrolíferas passaram a
enfrentar reduções em suas margens de lucro.
Qual o cenário que o ufanismo patriota de meia pataca do
lulismo criou para a Petrobras hoje? 400 bilhões de reais em dívida. E o futuro
é sombrio: a dívida em médio e longo prazo tenderá a aumentar
consideravelmente, sem contar com as multas que receberá da justiça americana
que podem somar até U$20 bilhões.
Para diminuir os prejuízos, acertadamente o presidente
Bendini tem empreendido um programa de desinvestimento da companhia que prevê a
venda de ativos da ordem de US$40 bi além da abertura de capital da BR
Distribuidora.
O lucro, comparado ao tamanho da dívida é pífio e o que me
impressiona é o poder regulador dos preços que a Petrobras possui. É a maior
prospectora e distribuidora do país, imune à livre concorrência, podendo
praticar preços internos abusivos que lesam irremediavelmente as atividades
econômicas nacionais, encarecendo os custos de produção e a inflação. Quem são
os mais prejudicados? Os mais pobres.
Está na hora de discutir SIM a privatização desta companhia.
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