O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), receberá
um prêmio da Câmara dos Deputados pelo seu trabalho à frente da Sabesp e da
Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos. O estado passa, desde o ano
passado, pela maior crise hídrica de sua história.
Segundo a Câmara, o Prêmio Lúcio Costa de Mobilidade,
Saneamento e Habitação 2015 tem como meta reconhecer as iniciativas que buscam
a melhoria da vida dos cidadãos. O tucano está entre os três agraciados na
categoria “Personalidades” – além dele, venceram o ex-governador do Paraná e
ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo
Paes (PMDB).
A indicação de Alckmin foi feita pelo deputado federal João
Paulo Papa (PSDB-SP). Segundo o político, "a indicação do governador
ocorreu pelo fato de ele governar o estado brasileiro que mais se aproxima da
universalização do saneamento". "Ele encontrou caminhos para fazer
investimento", afirmou ao G1.
O deputado disse que "a crise também evidenciou a
condição excepcional do governo de São Paulo de responder a uma crise
totalmente imprevisível". "Nessa matéria de crise hídrica, é a maior
seca da região Sudeste, que está sendo enfrentada de frente", completou.
Segundo Papa, a escolha "não ocorreu no terreno político, mas no terreno
técnico".
A entrega do prêmio (um diploma de menção honrosa, uma
medalha e a estatueta Lúcio Costa, arquiteto autor do Plano Piloto) ocorre na
abertura do 3º Seminário Internacional de Mobilidade e Transportes, no dia 13
de outubro, na Câmara dos Deputados. O G1 procurou a assessoria do governador
para saber se ele irá participar da premiação e aguarda a resposta.
Crise hídrica
São Paulo passa pela maior crise hídrica de sua história. O
Sistema Cantareira, principal fornecedor de água para a Grande São Paulo,
operava nesta terça-feira (22) com apenas 16,3% de sua capacidade, segundo
dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O
índice considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo
volume útil de água.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a falta de
água em São Paulo foi resultado da falta de planejamento do governo paulista. O
órgão relatou que a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (SSRH) recebeu
vários alertas sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais
riscos de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. A pasta negou
as alegações e disse que era impossível prever a estiagem.
As informações fazem parte do parecer do TCE sobre as contas
do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do ano passado. O TCE
aprovou as contas do tucano com ressalvas no fim de junho e listou 20 recomendações
em diferentes áreas que o governo deveria adotar.
Medidas preventivas
Sobre a seca no estado, o Tribunal de Contas afirmou que
outras medidas poderiam ter sido adotadas para que a crise não chegasse
"ao ponto em que se encontra atualmente, ou pelo menos para que seus
efeitos fossem minimizados".
Entre as propostas está a despoluição dos rios Tietê e
Pinheiros, a recuperação da represa Billings e o combate mais efetivo de perdas
de água na distribuição.
A Secretaria de Recursos Hídricos informou ao TCE que
implantou diversas ações para uma situação de estresse hídrico, como o Programa
de Uso Racional da Água (PURA), financiamento de estudos, projetos, obras e
serviços ligados ao controle de perdas, e adoção de medidas para a prática de
reúso de efluentes tratados para uso industrial, urbano e na agricultura.
Em nota enviada ao G1, o governo informou ainda que nenhum
instituto ou especialista previu a severidade da seca que atingiu a região
sudeste em 2014.
Do G1, São Paulo
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