sábado, 26 de setembro de 2015

PRÊMIO HÍDRICO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), receberá um prêmio da Câmara dos Deputados pelo seu trabalho à frente da Sabesp e da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos. O estado passa, desde o ano passado, pela maior crise hídrica de sua história.
Segundo a Câmara, o Prêmio Lúcio Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação 2015 tem como meta reconhecer as iniciativas que buscam a melhoria da vida dos cidadãos. O tucano está entre os três agraciados na categoria “Personalidades” – além dele, venceram o ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB).
A indicação de Alckmin foi feita pelo deputado federal João Paulo Papa (PSDB-SP). Segundo o político, "a indicação do governador ocorreu pelo fato de ele governar o estado brasileiro que mais se aproxima da universalização do saneamento". "Ele encontrou caminhos para fazer investimento", afirmou ao G1.
O deputado disse que "a crise também evidenciou a condição excepcional do governo de São Paulo de responder a uma crise totalmente imprevisível". "Nessa matéria de crise hídrica, é a maior seca da região Sudeste, que está sendo enfrentada de frente", completou. Segundo Papa, a escolha "não ocorreu no terreno político, mas no terreno técnico".
A entrega do prêmio (um diploma de menção honrosa, uma medalha e a estatueta Lúcio Costa, arquiteto autor do Plano Piloto) ocorre na abertura do 3º Seminário Internacional de Mobilidade e Transportes, no dia 13 de outubro, na Câmara dos Deputados. O G1 procurou a assessoria do governador para saber se ele irá participar da premiação e aguarda a resposta.
Crise hídrica
São Paulo passa pela maior crise hídrica de sua história. O Sistema Cantareira, principal fornecedor de água para a Grande São Paulo, operava nesta terça-feira (22) com apenas 16,3% de sua capacidade, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O índice considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a falta de água em São Paulo foi resultado da falta de planejamento do governo paulista. O órgão relatou que a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (SSRH) recebeu vários alertas sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais riscos de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. A pasta negou as alegações e disse que era impossível prever a estiagem.
As informações fazem parte do parecer do TCE sobre as contas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do ano passado. O TCE aprovou as contas do tucano com ressalvas no fim de junho e listou 20 recomendações em diferentes áreas que o governo deveria adotar.
Medidas preventivas
Sobre a seca no estado, o Tribunal de Contas afirmou que outras medidas poderiam ter sido adotadas para que a crise não chegasse "ao ponto em que se encontra atualmente, ou pelo menos para que seus efeitos fossem minimizados".
Entre as propostas está a despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, a recuperação da represa Billings e o combate mais efetivo de perdas de água na distribuição.
A Secretaria de Recursos Hídricos informou ao TCE que implantou diversas ações para uma situação de estresse hídrico, como o Programa de Uso Racional da Água (PURA), financiamento de estudos, projetos, obras e serviços ligados ao controle de perdas, e adoção de medidas para a prática de reúso de efluentes tratados para uso industrial, urbano e na agricultura.
Em nota enviada ao G1, o governo informou ainda que nenhum instituto ou especialista previu a severidade da seca que atingiu a região sudeste em 2014.

Do G1, São Paulo
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