terça-feira, 31 de maio de 2016

TUCANO NO XILINDRÓ

Quem pensa que é somente a Operação Lava Jato que leva políticos para a prisão, está enganado. Nesta segunda-feira (30/05), a Polícia Militar e o Ministério Público realizaram em Belo Horizonte uma operação em parceria com a Polícia Federal.
Segundo a PM, seis pessoas foram presas, entre elas o ex-deputado e ex-secretário de Ciência e Tecnologia Nárcio Rodrigues (PSDB), e o dono do Supermercado Bretas e da Construtora Global Engenharia, Maurício Reis Bretas.
Todas as prisões são temporárias, ou seja, com prazo de validade de até cinco dias. As prisões foram em Belo Horizonte, Uberaba, no Triângulo, e em São Paulo.
A operação foi deflagrada em função de desvio de recursos públicos em obras da Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água (Hidroex, localizada em Frutal, no Triângulo, cidade natal de Nárcio.
O filho de Nárcio, deputado federal Caio Nárcio (PSDB), esteve na sede do Ministério Público estadual, onde o pai foi preso, aguardando transferência. O parlamentar disse que estava apenas acompanhando o caso.
 Informações não oficiais apontam que a operação de hoje investiga desvio de recursos públicos que somam R$ 18 milhões. Ao chegar preso na sede do Ministério Público, Nárcio Rodrigues disse que não sabia o motivo da prisão.
Nárcio está preso na sede do Ministério Público estadual, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul. Ele e os demais presos devem ser transferidos ainda hoje para o Ceresp.
Não há informações ainda sobre qual unidade da capital, localizadas nos bairros São Cristóvão e Gameleira, deve receber os presos da operação da manhã desta segunda-feira.
Entre as seis prisões, uma foi realizada em São Paulo, outra em Uberaba, no Triângulo, e as demais em Belo Horizonte. Além de  Nárcio e  Maurício Bertas, ainda não foram reveladas as identidades dos demais presos.
A operação, batizada de  Aequalis, cumpriu também 16 mandados de busca e apreeensão em Belo Horizonte e  Frutal, no Triângulo.
DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO
A operação desta segunda-feira investiga desvios de recursos na construção do complexo batizado de Hidroex, instalado em Frutal. As autoridades não confirmam o valor do dinheiro que teria sido desviado.
Policiais militares estiveram nesta segunda-feira na sede da Secretaria de Ciência e Tecnologia, na Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde, em Venda Nova. Os policiais tinham mandados de busca e apreensão no escritório da Hidroex mantido na sede da secretaria.
Há apenas uma estimativa, ainda não oficial, de R$ 18 milhões desviados de obra no Hidroex. Levantamento teria sido feito pela Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais. A Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água (Hidroex) foi criada na gestão do então secretário de Ciência e Tecnologia Nárcio Rodrigues.
Para as obras iniciadas em março de 2012 foram licitadas empreiteiras ao custo de R$ 200 milhões. Até hoje o conjunto de prédios está inconcluso. As obras foram paralisadas em setembro de 2014 e retomadas há dois meses.
De acordo com informações da Secretaria de Ciência e Tecnologia,  já foram concluídas pouco mais de 90% do conjunto de prédios – laboratórios de pesquisa, sedes da UEMG e da Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais, além de um alojamento para pesquisadores. Além disso, 81% da Vila Olímpica também tiveram obras concluídas.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Ciência e Tecnologia informou ainda que o atual governo pagou R$ 17 milhões aos empreiteiros responsáveis pela construção do complexo para a retomada das obras paralisadas. Além disso, o governo mineiro prevê nova licitação para a conclusão do complexo projetado para ser um centro mundial de pesquisa sobre águas.
APREENSÃO NA CASA DE NÁRCIO
De acordo com boletim de ocorrências da Polícia Militar, foram cumpridos na manhã desta segunda-feira mandados de prisão e de busca e apreensão na residência de Nárcio Rodrigues, no Bairro Gutierrez, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Os mandados foram expedidos pelo juiz Gustavo Moreira, da vara Criminal da Infância e Juventude da comarca de Frutal, no Triângulo.
Na residência do ex-deputado e ex-secretário de estado foram apreendidos um aparelho celular, além dos quatro sacos plásticos utilizados para apreensão dos materiais e documentos, que foram lacrados para a entrega ao Ministério Público estadual.
Do Opinião & Notícias 
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