Maria de Lourdes Beserra de Souza, mais conhecida como Dona
Lourdes do Santa Quitéria, ocupa um gabinete na Câmara Municipal de Curitiba há
12 anos. Em 2017, ela segue no ofício como a candidata mais velha eleita no
Brasil: no dia 3 de dezembro, completa 89 anos de idade, feliz e disposta. “Em
todos esses anos de Câmara, não faltei nenhum dia, nunca me atrasei ou
justifiquei. Então, é a prova de que eu tenho saúde e estou bem, né?”
O interesse pela política sempre existiu, embora a primeira
candidatura tenha vindo apenas quando já estava aposentada, após 30 anos de
trabalho como telefonista. “Eu trabalho desde os 12 anos. Depois que me
aposentei fui para casa e, como moro sozinha, minha vida ficou assim meio
monótona, muito parada. Então, resolvi me candidatar e para minha surpresa já
na primeira vez consegui me eleger. E estou aqui até hoje!”, conta.
O resultado não foi por acaso. Dona Lourdes já fazia ações
para a comunidade há muito tempo. Entre as iniciativas, uma que mantém até hoje
e a qual foi ampliada com o cargo de vereadora: o resgate da cidadania. Ela
busca certidões de nascimento, de óbito, de casamento, no Brasil inteiro. “Esse ano mandei trazerem um documento do
Amazonas, custou R$ 300”, conta ela, que faz o trabalho com o próprio dinheiro,
pois o gabinete não tem verbas para isso.
Em seu mandato, a parlamentar do PSB (Partido Socialista
Brasileiro) prioriza a justiça social e a defesa dos direitos dos trabalhadores
e excluídos da sociedade. Dona Lourdes explica que sua atuação é voltada aos
bairros, à cultura popular e, principalmente, ao acesso à educação e à saúde.
“O resto vem junto. E sem documento de nascimento ou casamento, por exemplo,
ninguém consegue nada” – por isso a dedicação ao resgate da cidadania, projeto
do qual fala com muito carinho. “Tem dias que atendo mais de 20 pessoas. Eles
me procuram muito para essa busca de certidão.”
Em seu mandato, a parlamentar do PSB (Partido Socialista
Brasileiro) prioriza a justiça social e a defesa dos direitos dos trabalhadores
e excluídos da sociedade. Dona Lourdes explica que sua atuação é voltada aos
bairros, à cultura popular e, principalmente, ao acesso à educação e à saúde.
“O resto vem junto. E sem documento de nascimento ou casamento, por exemplo,
ninguém consegue nada” – por isso a dedicação ao resgate da cidadania, projeto
do qual fala com muito carinho. “Tem dias que atendo mais de 20 pessoas. Eles
me procuram muito para essa busca de certidão.”
Mãe de duas filhas e avó de oito netos, a vereadora se sente
admirada e apoiada pela família. “Tive duas filhas, uma é falecida. Foi um
golpe muito grande em minha vida a forma como ela se foi. Mas temos que aceitar
o que vem pra gente. Meus netos me apoiam bastante, porque a minha idade também
conta muito.”
Falando em idade, a vó Lurdes afirma que seus 88 anos são
sinônimo de competência e não de incapacidade. “O importante é ser tratada com
respeito e eu sempre senti isso, nunca me incomodou”, diz Dona Loudes com sua
fala mansa e objetiva, em que se vê uma mulher que não deixa de fazer nada por
conta do tempo. Há um cartaz com frases de Madre Teresa de Calcutá, logo na
entrada de seu gabinete, que diz: “O que você levou anos para construir, alguém
pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo. Dê ao mundo o
melhor de você, mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim
mesmo”.
Marília Dissenha, TRIP
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