segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A VEREADORA OCTAGENÁRIA

Maria de Lourdes Beserra de Souza, mais conhecida como Dona Lourdes do Santa Quitéria, ocupa um gabinete na Câmara Municipal de Curitiba há 12 anos. Em 2017, ela segue no ofício como a candidata mais velha eleita no Brasil: no dia 3 de dezembro, completa 89 anos de idade, feliz e disposta. “Em todos esses anos de Câmara, não faltei nenhum dia, nunca me atrasei ou justifiquei. Então, é a prova de que eu tenho saúde e estou bem, né?”
O interesse pela política sempre existiu, embora a primeira candidatura tenha vindo apenas quando já estava aposentada, após 30 anos de trabalho como telefonista. “Eu trabalho desde os 12 anos. Depois que me aposentei fui para casa e, como moro sozinha, minha vida ficou assim meio monótona, muito parada. Então, resolvi me candidatar e para minha surpresa já na primeira vez consegui me eleger. E estou aqui até hoje!”, conta.
O resultado não foi por acaso. Dona Lourdes já fazia ações para a comunidade há muito tempo. Entre as iniciativas, uma que mantém até hoje e a qual foi ampliada com o cargo de vereadora: o resgate da cidadania. Ela busca certidões de nascimento, de óbito, de casamento, no Brasil inteiro.  “Esse ano mandei trazerem um documento do Amazonas, custou R$ 300”, conta ela, que faz o trabalho com o próprio dinheiro, pois o gabinete não tem verbas para isso.
Em seu mandato, a parlamentar do PSB (Partido Socialista Brasileiro) prioriza a justiça social e a defesa dos direitos dos trabalhadores e excluídos da sociedade. Dona Lourdes explica que sua atuação é voltada aos bairros, à cultura popular e, principalmente, ao acesso à educação e à saúde. “O resto vem junto. E sem documento de nascimento ou casamento, por exemplo, ninguém consegue nada” – por isso a dedicação ao resgate da cidadania, projeto do qual fala com muito carinho. “Tem dias que atendo mais de 20 pessoas. Eles me procuram muito para essa busca de certidão.”
Em seu mandato, a parlamentar do PSB (Partido Socialista Brasileiro) prioriza a justiça social e a defesa dos direitos dos trabalhadores e excluídos da sociedade. Dona Lourdes explica que sua atuação é voltada aos bairros, à cultura popular e, principalmente, ao acesso à educação e à saúde. “O resto vem junto. E sem documento de nascimento ou casamento, por exemplo, ninguém consegue nada” – por isso a dedicação ao resgate da cidadania, projeto do qual fala com muito carinho. “Tem dias que atendo mais de 20 pessoas. Eles me procuram muito para essa busca de certidão.”
Mãe de duas filhas e avó de oito netos, a vereadora se sente admirada e apoiada pela família. “Tive duas filhas, uma é falecida. Foi um golpe muito grande em minha vida a forma como ela se foi. Mas temos que aceitar o que vem pra gente. Meus netos me apoiam bastante, porque a minha idade também conta muito.”
Falando em idade, a vó Lurdes afirma que seus 88 anos são sinônimo de competência e não de incapacidade. “O importante é ser tratada com respeito e eu sempre senti isso, nunca me incomodou”, diz Dona Loudes com sua fala mansa e objetiva, em que se vê uma mulher que não deixa de fazer nada por conta do tempo. Há um cartaz com frases de Madre Teresa de Calcutá, logo na entrada de seu gabinete, que diz: “O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo. Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo”.
Marília Dissenha, TRIP
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