terça-feira, 8 de novembro de 2016

CAMPANHAS NO VERMELHO

Derrotado no primeiro turno da disputa em que buscou a reeleição, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), dará palestras e fará eventos para tentar cobrir o rombo de R$ 8,5 milhões que restou da campanha.
A Folha levantou os maiores deficits nas campanhas de eleitos ou derrotados nas capitais brasileiras no primeiro turno. Os que passaram para a segunda fase da disputa têm até 19 de novembro para fechar a prestação final de contas e entregar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Haddad lidera o ranking dos candidatos endividados. A assessoria da campanha do prefeito informou que todos os débitos serão saldados. Para isso, ele negocia o auxílio do partido e fará jantares e eventos para arrecadar recursos com a militância, além de ministrar aulas e palestras.
O homem que derrotou o petista, João Doria (PSDB), por outro lado, fechou a campanha no azul. Ele chegou ao final do primeiro turno com R$ 6,7 milhões negativos, mas após a vitória saldou o valor com novas doações.
Doria tirou um total de R$ 3,9 milhões do próprio bolso para bancar sua eleição.
Mas outros candidatos a prefeituras de capitais fecharam as contas no vermelho e discutem agora alternativas para quitar os débitos.
Assim como Haddad, ao todo três dos quatro prefeitos de capital que tentaram a reeleição e perderam já no primeiro turno não conseguiram fechar as contas.
Gustavo Fruet (PDT) —que ficou fora do segundo turno em Curitiba— e João Alves Filho (DEM) —derrotado em Aracaju— deixaram dívidas superiores a R$ 900 mil.
O primeiro fechou a campanha com um saldo negativo de R$ 1,2 mi, que deverá ser pago pelo partido.
O único prefeito que perdeu a reeleição no primeiro turno e não ficou no vermelho foi Mauro Nazif (PSB), de Porto Velho.
DÍVIDA MILIONÁRIA
Outros seis candidatos de capitais encerraram a campanha com deficits acima de R$ 1 milhão. O maior rombo fora de São Paulo é o de Délio Malheiros (PSD), candidato em Belo Horizonte apoiado e financiado pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB).
Ele, que ficou com o quinto lugar, acumulou uma dívida de R$ 1,9 milhão. Outros dois candidatos derrotados na capital mineira também deixaram deficits robustos: Rodrigo Pacheco (PMDB), com R$ 1 milhão, e Reginaldo Lopes (PT), com R$ 958 mil.
No Rio, o tucano Carlos Osório, sexto colocado, registrou dívida de R$ 1,1 milhão. Ele afirma que já pagou cerca de R$ 400 mil e deixará o restante para o partido bancar.
Derrotada no primeiro turno em Salvador, Alice Portugal (PC do B) registrou saldo negativo de R$ 1 milhão. Coordenador da campanha, o deputado Daniel Almeida (PC do B-BA) diz que a sigla vai recorrer ao fundo partidário e doações da militância.
"Felizmente, encontramos pessoas que tiveram a confiança trabalharam com a gente para receber depois. Vamos honrar cada centavo", afirma o deputado.
O apadrinhado do senador Valdir Raupp (PMDB), Williames Pimentel (PMDB), candidato em Porto Velho, ficou com a quarta colocação na disputa, mas registrou dívida de R$ 1,1 milhão.
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