Derrotado no primeiro turno da disputa em que buscou a
reeleição, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), dará palestras e fará
eventos para tentar cobrir o rombo de R$ 8,5 milhões que restou da campanha.
A Folha levantou os maiores deficits nas campanhas de
eleitos ou derrotados nas capitais brasileiras no primeiro turno. Os que
passaram para a segunda fase da disputa têm até 19 de novembro para fechar a
prestação final de contas e entregar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Haddad lidera o ranking dos candidatos endividados. A
assessoria da campanha do prefeito informou que todos os débitos serão
saldados. Para isso, ele negocia o auxílio do partido e fará jantares e eventos
para arrecadar recursos com a militância, além de ministrar aulas e palestras.
O homem que derrotou o petista, João Doria (PSDB), por outro
lado, fechou a campanha no azul. Ele chegou ao final do primeiro turno com R$
6,7 milhões negativos, mas após a vitória saldou o valor com novas doações.
Doria tirou um total de R$ 3,9 milhões do próprio bolso para
bancar sua eleição.
Mas outros candidatos a prefeituras de capitais fecharam as
contas no vermelho e discutem agora alternativas para quitar os débitos.
Assim como Haddad, ao todo três dos quatro prefeitos de
capital que tentaram a reeleição e perderam já no primeiro turno não
conseguiram fechar as contas.
Gustavo Fruet (PDT) —que ficou fora do segundo turno em
Curitiba— e João Alves Filho (DEM) —derrotado em Aracaju— deixaram dívidas
superiores a R$ 900 mil.
O primeiro fechou a campanha com um saldo negativo de R$ 1,2
mi, que deverá ser pago pelo partido.
O único prefeito que perdeu a reeleição no primeiro turno e
não ficou no vermelho foi Mauro Nazif (PSB), de Porto Velho.
DÍVIDA MILIONÁRIA
Outros seis candidatos de capitais encerraram a campanha com
deficits acima de R$ 1 milhão. O maior rombo fora de São Paulo é o de Délio
Malheiros (PSD), candidato em Belo Horizonte apoiado e financiado pelo prefeito
Márcio Lacerda (PSB).
Ele, que ficou com o quinto lugar, acumulou uma dívida de R$
1,9 milhão. Outros dois candidatos derrotados na capital mineira também
deixaram deficits robustos: Rodrigo Pacheco (PMDB), com R$ 1 milhão, e
Reginaldo Lopes (PT), com R$ 958 mil.
No Rio, o tucano Carlos Osório, sexto colocado, registrou
dívida de R$ 1,1 milhão. Ele afirma que já pagou cerca de R$ 400 mil e deixará
o restante para o partido bancar.
Derrotada no primeiro turno em Salvador, Alice Portugal (PC
do B) registrou saldo negativo de R$ 1 milhão. Coordenador da campanha, o
deputado Daniel Almeida (PC do B-BA) diz que a sigla vai recorrer ao fundo
partidário e doações da militância.
"Felizmente, encontramos pessoas que tiveram a
confiança trabalharam com a gente para receber depois. Vamos honrar cada centavo",
afirma o deputado.
O apadrinhado do senador Valdir Raupp (PMDB), Williames
Pimentel (PMDB), candidato em Porto Velho, ficou com a quarta colocação na
disputa, mas registrou dívida de R$ 1,1 milhão.
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