Do G1
Donald Trump será o 45º presidente dos Estados Unidos.
Contrariando pesquisas e previsões, ele derrotou Hillary Clinton e teve sua
vitória projetada pela agência Associated Press (AP) às 5h32 (hora de Brasília)
desta quarta-feira (9).
Quando entrou o número de delegados do estado de Wisconsin
na conta da AP, Trump alcançou 276 delegados, ultrapassando o limite de 270
necessários para ser o vencedor no Colégio Eleitoral. A imprensa americana
informou minutos depois que Hillary ligou para o rival e admitiu a derrota.
"Eu a cumprimentei pela campanha muito disputada", disse Trump em
seguida, em seu discurso da vitória.
Ao falar aos seus simpatizantes, Trump defendeu a união do
país após a disputa eleitoral, ao afirmar que será presidente para "todos
os americanos".
"Todos os americanos terão a oportunidade de perceber
seu potencial. Os homens e mulheres esquecidos de nosso país não serão mais
esquecidos", discursou. Trump disse ainda que o plano do país deve ser
refeito. "Vamos sonhar com coisas para nosso país, coisas bonitas e de
sucesso novamente."
Disputa
A democrata Hillary, de 69 anos, e o republicano Trump, de
70, protagonizaram uma disputada e agressiva campanha de quase dois anos,
marcada por ofensas e ataques pessoais.
Durante a noite, enquanto a apuração avançava, Trump
conquistou vitórias surpreendentes sobre Hillary em estados-chave para a
definição, abrindo o caminho para a Casa Branca e abalando os mercados globais
que contavam com uma vitória da democrata.
A maré começou a virar a favor de Trump após as vitórias na
Flórida, Carolina do Norte, Ohio e Iowa. Além disso, contrariando sondagens e
projeções, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia votaram em um republicano pela
primeira vez desde os anos 1980.
Os democratas contavam com votos dos estados do
Centro-Oeste, por causa do tradicional apoio dos negros e dos trabalhadores
brancos. Mas muitos dos brancos dessa região, especialmente sem formação
universitária, decidiram votar em Trump. A importância dessa classe para os
democratas tinha sido subestimada em projeções feitas antes do pleito, segundo
o jornal "The New York Times". Analistas dizem o apoio desses
trabalhadores a Obama já tinha sido menor em 2012, principalmente pelo receio
de perder o emprego para outros países.
Os trabalhadores rurais de estados centrais e do Norte
também escolheram em peso o republicano e fizeram diferença no resultado.
A demora na definição de alguns estados, onde os números de
Hillary e Trump ficaram muito próximos, fez com que a primeira projeção sobre
sua vitória tenha saído apenas às 5h32, muito mais tarde do que nas eleições
anteriores. Em 2012, por exemplo, o resultado já era conhecido antes das 2h30
da quarta.
Entre os estados considerados decisivos para o resultado,
Trump conquistou a Flórida, onde Hillary chegou a liderar por uma pequena
margem durante grande parte da apuração e onde Obama ganhou em suas duas
eleições.
Segundo análise do “New York Times”, o número de votos de
eleitores brancos e com maior renda foi suficiente para que ele abrisse uma
margem capaz de compensar o eleitorado latino do estado, que em sua grande
maioria votou em Hillary.
Já antes de sair a projeção da vitória de Trump, o chefe da
campanha de Hillary, John Podesta, disse que ela não falará durante a noite.
Ele pediu que os simpatizantes da candidata voltassem para casa.
Com discursos centrados nas frustrações e inseguranças dos
americanos num mundo em mutação, Donald Trump tornou-se a voz da mudança para
milhões deles.
Trajetória
Nascido em 14 de junho de 1946 no bairro nova-iorquino do
Queens, Trump é o quarto dos cinco filhos de Fred Trump, um construtor de
origem alemã, e Mary MacLeod, uma dona de casa de procedência escocesa.
Desde criança ele mostrava um comportamento rebelde, tanto
que seu pai teve que tirá-lo da escola aos 13 anos, onde havia agredido um
professor, e interná-lo na Academia Militar de Nova York, com a esperança de
que a disciplina militar corrigisse a atitude de seu filho.
Trump graduou-se em 1964 na academia, onde alcançou a
patente de capitão e vislumbrava seu destino: "Um dia, serei muito
famoso", comentou então ao cadete Jeff Ortenau.
Em 1968, o hoje magnata formou-se em Economia na Escola
Wharton da Universidade da Pensilvânia, e se transformou no favorito para
suceder seu pai no comando da empresa familiar, Elisabeth Trump & Son,
dedicada ao aluguel de imóveis de classe média nos bairros nova-iorquinos de
Brooklyn, Queens e Staten Island.
Trump assumiu em 1971 as rédeas da companhia, rebatizada
como The Trump Organization, e se mudou para a Manhattan. Enquanto seu pai
construía casas para a classe média, ele optou pelas torres luxuosas, hotéis,
casinos e campos de golfe. Trump gosta de dizer que começou seus próprios
negócios modestamente, com “um pequeno empréstimo de US$ 1 milhão” de seu pai.
Já nos anos 1980, tinha em construção diversos
empreendimentos na cidade, incluindo a Trump tower, o Trump Plaza, além de
cassinos em Atlantic City, em Nova Jersey. Casou-se pela primeira vez em 1977,
com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem tem três filhos, e pela segunda
vez em 1993, com a atriz Marla Maples, com quem tem uma filha.
Em 2011, se casou com sua atual mulher, Melania Knauss,
ex-modelo eslovena de 46 anos que cria seu filho Barron, de 10 anos. Ela foi
colocada longe dos holofotes durante a campanha. Já seus filhos adultos,
Ivanka, Donald Jr., Eric Tiffany participam da corrida eleitoral. Trump tem
sete netos.
Na começo da década de 90, três dos seus cassinos entraram
em falência por causa de dívidas, na tentativa de reestruturá-las. Em 1996,
comprou os direitos dos concursos Miss USA, Miss Universo e Miss Teen,
tornando-se seu produtor executivo.
Oito anos mais tarde, tornaria-se figura pública ainda mais
conhecida ao virar apresentador do programa “The Apprentice”, em que tinha o
poder de demitir os participantes.
Apesar de afirmar ter US$ 10 bilhões, sua fortuna foi estimada
em US$ 4,5 bilhões pela Forbes. Em 2014, o Partido Republicano sugeriu que
concorresse ao governo de Nova York, mas Trump disse que o cargo não lhe
interessava.
Trump mora em um triplex no topo da Torre Trump em Nova
York, e viaja em seu Boeing 757 privado, que serve regularmente como pano de
fundo para seus comícios.
Cabelo tingido de loiro, impecavelmente vestido, ele fascina
e horroriza. Quando uma dúzia de mulheres o acusaram de assédio e gestos
sexuais impróprios, ele tratou todas de mentirosas.
Trump não é dos mais fiéis a ideologia: foi democrata até
1987 e, em seguida, republicano (1987-1999), membro do partido da Reforma
(1999-2001), democrata (2001-2009), e republicano novamente. Durante a sua
carreira foi alvo de dezenas de processos civis relacionados aos seus negócios.
Recusou-se a publicar seu imposto de renda – uma tradição
para os candidatos à Casa Branca – e reconheceu que não tinha pago impostos
federais durante anos, depois de informar enormes perdas de US$ 916 milhões em
1995. "Isto faz de mim uma pessoa inteligente", disse ele, mais uma
vez causando enorme polêmica.
Oito anos mais tarde, tornaria-se figura pública ainda mais
conhecida ao virar apresentador do programa “The Apprentice”, em que tinha o
poder de demitir os participantes.
Apesar de afirmar ter US$ 10 bilhões, sua fortuna foi
estimada em US$ 4,5 bilhões pela Forbes. Em 2014, o Partido Republicano sugeriu
que concorresse ao governo de Nova York, mas Trump disse que o cargo não lhe
interessava.
Trump mora em um triplex no topo da Torre Trump em Nova
York, e viaja em seu Boeing 757 privado, que serve regularmente como pano de
fundo para seus comícios.
Cabelo tingido de loiro, impecavelmente vestido, ele fascina
e horroriza. Quando uma dúzia de mulheres o acusaram de assédio e gestos
sexuais impróprios, ele tratou todas de mentirosas.
Trump não é dos mais fiéis a ideologia: foi democrata até
1987 e, em seguida, republicano (1987-1999), membro do partido da Reforma
(1999-2001), democrata (2001-2009), e republicano novamente. Durante a sua
carreira foi alvo de dezenas de processos civis relacionados aos seus negócios.
Recusou-se a publicar seu imposto de renda – uma tradição
para os candidatos à Casa Branca – e reconheceu que não tinha pago impostos
federais durante anos, depois de informar enormes perdas de US$ 916 milhões em
1995. "Isto faz de mim uma pessoa inteligente", disse ele, mais uma
vez causando enorme polêmica.
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