A nomeação do deputado Roberto Freire (PPS-SP) para o cargo
de ministro da Cultura foi publicada na edição desta terça-feira (22) do
"Diário Oficial da União". Ele assume a pasta no lugar de Marcelo
Calero, que deixou o governo na última sexta-feira (18) desferindo acusações
contra o articulador político de Temer Geddel Vieira Lima.
Atualmente em seu quinto mandato como deputado federal,
Roberto Freire é presidente nacional do PPS e foi líder de governo durante o
mandato de Itamar Franco, assumido após o impeachment de Fernando Collor. A
posse de Freire será nesta quarta-feira (23), às 12h, no Palácio do Planalto.
Roberto Freire ocupa o cargo de ministro após Marcelo Calero
ter pedido uma exoneração que, a princípio, teria sido por “motivos pessoais”.
Posteriormente, em entrevista publicada no dia 18 pelo jornal "Folha de
S.Paulo", Calero apresentou outra justificativa: supostas pressões feitas
pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para intervir
junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a fim
de liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador.
O empreendimento não
foi autorizado pelo Iphan e por outros órgãos por ferir o gabarito da região,
que fica em área tombada. Também em entrevista à "Folha", Geddel
admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado e
disse estar preocupado com a criação e a manutenção de empregos.
Conflito de interesses
As acusações contra o chefe da Secretaria de Governo são
debatidas pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que
decidiu nesta segunda-feira (21) abrir processo para apurar se Geddel violou o
código de conduta federal ou a Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12813) ao
procurar Calero para tratar de um assunto de seu interesse pessoal.
De acordo com o presidente da comissão, Mauro Menezes, o
órgão declarou por unanimidade o início das investigações sobre Geddel. Menezes
disse que, enquanto os conselheiros discutiam o assunto, o ministro Geddel
telefonou à comissão e se disse querer responder às acusações do antecessor de
Freire no Ministério da Cultura com "máxima rapidez".
Da Agência Brasil, via IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário