Os senadores aprovaram na noite desta quarta-feira (9), em
primeiro turno, uma proposta de reforma política cuja intenção é reduzir o
número de partidos. Isso se dará pelo fim das coligações e por uma cláusula de
barreira estabelecida pelo texto.
A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) passou por um
placar de 58 a 13. Antes de seguir para a Câmara dos Deputados, ainda passará
por uma segunda votação no Senado, agendada para o dia 23 de novembro.
As coligações proporcionais serão permitidas até as eleições
de 2020, quando ocorrerá pleito municipal para eleger prefeitos e vereadores.
Já a cláusula de barreira estabelece normas para o
funcionamento dos partidos. Cada sigla terá a atividade vinculada à aquisição
de 2% dos votos válidos em todo o país a partir das eleições de 2018. Esse
percentual deve estar distribuído em, pelo menos, 14 Estados, cada um deles
também devendo ter 2% dos votos. Para se fazer uma transição, em 2022, esse
percentual subiria para 3%.
Dessa forma, pretende-se evitar "partidos
regionais", justificou um dos autores da proposta, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG).
A obediência a esses preceitos garantirá, conforme
estabelece o texto, acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda em
rádio e TV.
Para resguardar pequenas legendas, a proposta cria
federações de partidos. São dois ou mais siglas que poderão se reunir para
atuar como uma única. Ou seja, concorrem juntas e devem atuar juntas durante
todo o mandato.
A PEC também trata de fidelidade partidária e pune com a
perda do mandato quem trocar de legenda, mesmo que para concorrer a outra vaga.
Ao justificar a proposta, os autores, senadores Aécio e
Ricardo Ferraço (PSDB-ES), alegam a necessidade de reduzir o quadro partidário.
Atualmente, o Brasil tem 32 legendas, 28 com representação no Congresso. Mais
de 40 estão na fila, aguardando formalização na Justiça Eleitoral.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu
que a tramitação da proposta na Câmara ocorra de forma célere.
Um acordo firmado entre os presidentes das duas Casas há
cerca de um mês estabeleceu que, assim que a PEC chegasse aos deputados, seria
prontamente analisada.
Além disso, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia se
comprometido a votar, na Câmara, alguma proposta de reforma política para
enviar ao Senado, o que, até o momento, não ocorreu.
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