Da ISTOÉ
Perspectiva 2017
Em 2016, informar-se com o que circula pela internet virou
um risco. Sobram exemplos da falta de credibilidade do que se compartilhou na
rede. Um levantamento feito pelo Buzzfeed Brasil revelou que as 10 notícias
falsas sobre a Operação Lava Jato mais compartilhadas no Facebook neste ano
superaram, em quantidade de interações, as 10 notícias verdadeiras sobre o
mesmo tema mais compartilhadas no mesmo período. Fenômeno parecido foi
observado durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos. “Está cada vez
mais difícil saber o que é verdade e o que é mentira”, diz Tim Francis,
especialista do programa de Desenvolvimento de Mídia e Sociedade da Unesco, a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
RECONSTRUÇÃO
Esforços para reconstruir a credibilidade da informação que
circula na web marcarão o ano de 2017. Google e Facebook já anunciaram medidas
nesse sentido. Em breve, ambas as empresas pretendem proibir sites que divulgam
notícias falsas de usarem suas ferramentas de venda de espaço publicitário. O
Facebook também promete permitir que usuários denunciem conteúdo falso
compartilhado na rede social. Se um número razoável de denúncias for feito,
esse conteúdo será verificado por um time independente. Confirmada a falsidade,
novas postagens com a notícia falsa receberão selo para alertar quem consome e
compartilha a informação.
A expansão de programas de estímulo à leitura crítica do que
se vê na web também devem marcar 2017. Na Unesco, a iniciativa de Alfabetização
em Mídia e Informação (MIL, em inglês) tem mais de 60 eventos programados para
o ano que vem. “O MIL trabalha para ensinar cidadãos a consumirem informação de
forma inteligente”, afirma Francis, da Unesco. “Queremos que as pessoas se
blindem das manipulações para que decisões sejam tomadas com base em fatos e
opiniões informadas”, diz. Missão mais apropriada, não há.
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