domingo, 25 de dezembro de 2016

A CREDIBILIDADE DA INTERNET

Da ISTOÉ
Perspectiva 2017
Em 2016, informar-se com o que circula pela internet virou um risco. Sobram exemplos da falta de credibilidade do que se compartilhou na rede. Um levantamento feito pelo Buzzfeed Brasil revelou que as 10 notícias falsas sobre a Operação Lava Jato mais compartilhadas no Facebook neste ano superaram, em quantidade de interações, as 10 notícias verdadeiras sobre o mesmo tema mais compartilhadas no mesmo período. Fenômeno parecido foi observado durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos. “Está cada vez mais difícil saber o que é verdade e o que é mentira”, diz Tim Francis, especialista do programa de Desenvolvimento de Mídia e Sociedade da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
RECONSTRUÇÃO
Esforços para reconstruir a credibilidade da informação que circula na web marcarão o ano de 2017. Google e Facebook já anunciaram medidas nesse sentido. Em breve, ambas as empresas pretendem proibir sites que divulgam notícias falsas de usarem suas ferramentas de venda de espaço publicitário. O Facebook também promete permitir que usuários denunciem conteúdo falso compartilhado na rede social. Se um número razoável de denúncias for feito, esse conteúdo será verificado por um time independente. Confirmada a falsidade, novas postagens com a notícia falsa receberão selo para alertar quem consome e compartilha a informação.
A expansão de programas de estímulo à leitura crítica do que se vê na web também devem marcar 2017. Na Unesco, a iniciativa de Alfabetização em Mídia e Informação (MIL, em inglês) tem mais de 60 eventos programados para o ano que vem. “O MIL trabalha para ensinar cidadãos a consumirem informação de forma inteligente”, afirma Francis, da Unesco. “Queremos que as pessoas se blindem das manipulações para que decisões sejam tomadas com base em fatos e opiniões informadas”, diz. Missão mais apropriada, não há.
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