sábado, 10 de dezembro de 2016

PRISÃO DECRETADA

Do G1, São Paulo
A justiça decretou a prisão preventiva do vereador e prefeito eleito de Embu das Artes, Ney Santos (PRB). Ele é acusado de ser um dos responsáveis por lavar o dinheiro do tráfico de drogas comandado pela facção criminosa PCC. Até as 12h desta sexta-feira (9), o político ainda não havia sido localizado pela polícia.
Além de Santos, outras 13 pessoas são alvo de mandados de prisão na Operação Xibalba, deflagrada nesta manhã pelo Ministério Público (MP) com o auxílio de policiais militares. Sete delas já estavam presas às 12h. Também foram expedidos 49 mandados de busca e apreensão.
Promotores e PMs com cães farejadores foram logo cedo, por volta das 6h, às duas residências que a família do prefeito eleito possui em Alphaville, bairro nobre que se estende pelos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba. Os agentes vasculharam as casas, mas não o encontraram. A informação é de que ele está viajando com familiares.
De acordo com o MP, Santos lavava as quantias arrecadadas pelo crime organizado com o tráfico em postos de combustível. Em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, o político afirmou ser dono ou sócio de seis estabelecimentos do tipo. Ele informou possuir um patrimônio de R$ 2,065 milhões e que grande parte deste montante (R$ 1,6 milhão) era guardado em dinheiro vivo.
Esta não é a primeira vez que o vereador entra na mira da Justiça. Em 2003, ele foi condenado por roubo a uma empresa de valores em Marília, no interior de São Paulo, mas recorreu e foi absolvido no ano seguinte.
Já em 2010, voltou ao noticiário policial quando foi investigado por uma extensa lista de crimes, que incluía lavagem de dinheiro, estelionato, sonegação fiscal, adulteração de combustível e formação de quadrilha. Na época, policiais apreenderam documentos, computadores, máquinas de contar dinheiro e até uma Ferrari, avaliada em R$ 1,5 milhão, em seus imóveis.
Santos também respondeu por compra de votos em 2012, quando foi eleito vereador de Embu das Artes, e chegou a ter a candidatura para prefeito deste ano impugnada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. Ele entrou com recurso e conseguiu se eleger com uma expressiva votação de 79,45%.
O político é o segundo prefeito eleito na Grande São Paulo a ter prisão decretada nesta semana. Na terça-feira (6), foi a vez de Rogério Lins (PTN), que saiu vencedor no pleito de Osasco e é acusado de estar envolvido em um esquema que desviou cerca de R$ 21 milhões dos cofres públicos, ainda segundo o MP.
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