quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

CORRUPÇÃO INTERNACIONAL

O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, disse nesta terça-feira (24) que a Odebrecht, que reconheceu o pagamento de subornos que somam US$ 29 milhões (R$ 92 milhões) em troca de licitações de obras públicas entre 2005 e 2014, deve vender seus projetos e deixar o Peru.

"A Odebrecht terá que vender seus projetos no Peru, alguns deles são muito bons em fornecimento de eletricidade, rodovias... Lamentavelmente há esse problema da corrupção, a Odebrecht tem que ir embora, acabou", disse o mandatário à emissora RPP.

A construtora terá que chegar a um acordo com o Ministério Público do Peru, que está investigando os casos de subornos das empresas brasileiras que operam no país, informou.

O presidente considerou "muito baixo" os 30 milhões de soles (aproximadamente R$ 31,7 milhões) que a empresa adiantou pela devolução dos ganhos ilícitos obtidos, em comparação aos US$ 2,5 bilhões (R$ 7,93) que terá que pagar como multa nos Estados Unidos, onde houve poucas obras.

"O grande país onde havia toda a construção, além do Brasil, era o Peru, e nossa multinha é de 30 milhões de soles, uns US$ 10 milhões? Que vergonha", acrescentou.

O mandatário afirmou que o MP verificará se a Odebrecht pagará o que deve e atuará sobre os ativos da empresa no Peru.

O governo peruano resolveu terminar a concessão de um gasoduto avaliado em US$ 7 bilhões (R$ 22,2), que havia entregue a um consórcio liderado pela Odebrecht, informou nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Gonzalo Tamayo.
Na madrugada de terça-feira, o presidente disse, por meio de sua conta no Twitter, ter ordenado a execução de uma punição de USS$ 262 milhões (R$ 831) ao consórcio por descumprimento do contrato sobre o Gasoduto do Sul.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Odebrecht pediu "profundas desculpas" à sociedade e aos trabalhadores, entre eles os peruanos, "pelos graves erros cometidos por ex-dirigentes".

A nota ressalta que a empresa está fazendo "todo o possível" para esclarecer os fatos, "fazendo que a justiça chegue a todos os envolvidos, permitindo também o pagamento da justa reparação ao Estado".

Da AFP, via UOL
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