Da vitória ao ocaso, a queda foi fulminante. Dilma Rousseff
perdeu o trono sem conseguir chegar nem à metade do segundo mandato. A petista
foi um ponto fora da curva. O momento em que os mandatários ostentam mais
capital político é justamente o início do governo, quando sobra respaldo
popular. No exato dia em que se reelegeu, em 2014, ela entrou no inferno astral
e de lá não saiu.
Uma parte do fracasso do governo Dilma 2 é explicada pela
mistura explosiva de crise política, economia em recessão e ira popular, tudo
isso inflamado por revelações diárias a respeito do maior esquema de desvio de
dinheiro público já descoberto na história nacional, desbaratado pela Operação
Lava Jato.
Outra parte do desmoronamento do governo Dilma 2 deve ser
creditada à investida dos inimigos, que encontraram nesse ambiente conturbado
um solo fértil para plantar o pedido de impeachment, aprová-lo e tomar o poder.
Eles acusaram a presidente de atentar contra os cofres públicos, gastando mais
dinheiro do que podia, o que a lei do impeachment listava entre os crimes de
responsabilidade imputáveis ao presidente da República.
Esses dois fatores, no entanto, não contam a história
completa. Não foi por mero capricho do destino que a crise nacional e o pedido
de impeachment ganharam corpo e se encontraram. As duas dinamites que
implodiram o governo foram plantadas pela própria Dilma - involuntariamente,
claro.
Ao longo dos breves 22 meses entre a reeleição e o impeachment,
ela revelou a mais absoluta inaptidão para o mundo da política. A presidente
Dilma Rousseff foi desastrosa lidando com a sociedade, montando a equipe de
governo, enfrentando a oposição, negociando com os aliados no Congresso
Nacional, conduzindo a economia etc.
A falta de capacidade da presidente foi ficando dia a dia
mais gritante. Fosse um líder um pouco mais hábil do que ela posto diante das
mesmas adversidades, é muito provável que o desfecho não tivesse sido tão
trágico.
Mas o destino de Dilma poderia ter sido menos duro se ela
simplesmente tivesse folheado um livro antigo que já passou pelas mãos dos
líderes políticos mais influentes do mundo no decorrer dos últimos 500 anos.
Trata-se de O Príncipe, o manual do poder escrito em 1513 pelo brilhante
pensador político Nicolau Maquiavel.
Neste livro, escrito pelo jornalista Ricardo Westin, toda a
derrocada de Dilma Rousseff é narrada e esmiuçada e, ao mesmo tempo, comparada
com os mandamentos contidos em O Príncipe.
O livro não toma partido na questão do impeachment, mas
mostra que a própria Dilma foi a grande responsável por sua queda. O leitor
comprovará que ela descumpriu todos os conselhos de governo recomendados por
Maquiavel, o que ajuda a explicar a derrota e a comprovar que o velho código de
conduta maquiavélico permanece assustadoramente atual.
Sinopse do livro, via biblioteca da Folha
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