segunda-feira, 3 de abril de 2017

A QUEDA DE DILMA

Da vitória ao ocaso, a queda foi fulminante. Dilma Rousseff perdeu o trono sem conseguir chegar nem à metade do segundo mandato. A petista foi um ponto fora da curva. O momento em que os mandatários ostentam mais capital político é justamente o início do governo, quando sobra respaldo popular. No exato dia em que se reelegeu, em 2014, ela entrou no inferno astral e de lá não saiu.
Uma parte do fracasso do governo Dilma 2 é explicada pela mistura explosiva de crise política, economia em recessão e ira popular, tudo isso inflamado por revelações diárias a respeito do maior esquema de desvio de dinheiro público já descoberto na história nacional, desbaratado pela Operação Lava Jato.
Outra parte do desmoronamento do governo Dilma 2 deve ser creditada à investida dos inimigos, que encontraram nesse ambiente conturbado um solo fértil para plantar o pedido de impeachment, aprová-lo e tomar o poder. Eles acusaram a presidente de atentar contra os cofres públicos, gastando mais dinheiro do que podia, o que a lei do impeachment listava entre os crimes de responsabilidade imputáveis ao presidente da República.
Esses dois fatores, no entanto, não contam a história completa. Não foi por mero capricho do destino que a crise nacional e o pedido de impeachment ganharam corpo e se encontraram. As duas dinamites que implodiram o governo foram plantadas pela própria Dilma - involuntariamente, claro.
Ao longo dos breves 22 meses entre a reeleição e o impeachment, ela revelou a mais absoluta inaptidão para o mundo da política. A presidente Dilma Rousseff foi desastrosa lidando com a sociedade, montando a equipe de governo, enfrentando a oposição, negociando com os aliados no Congresso Nacional, conduzindo a economia etc.
A falta de capacidade da presidente foi ficando dia a dia mais gritante. Fosse um líder um pouco mais hábil do que ela posto diante das mesmas adversidades, é muito provável que o desfecho não tivesse sido tão trágico.
Mas o destino de Dilma poderia ter sido menos duro se ela simplesmente tivesse folheado um livro antigo que já passou pelas mãos dos líderes políticos mais influentes do mundo no decorrer dos últimos 500 anos. Trata-se de O Príncipe, o manual do poder escrito em 1513 pelo brilhante pensador político Nicolau Maquiavel.
Neste livro, escrito pelo jornalista Ricardo Westin, toda a derrocada de Dilma Rousseff é narrada e esmiuçada e, ao mesmo tempo, comparada com os mandamentos contidos em O Príncipe.
O livro não toma partido na questão do impeachment, mas mostra que a própria Dilma foi a grande responsável por sua queda. O leitor comprovará que ela descumpriu todos os conselhos de governo recomendados por Maquiavel, o que ajuda a explicar a derrota e a comprovar que o velho código de conduta maquiavélico permanece assustadoramente atual.
Sinopse do livro, via biblioteca da Folha
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