Um atentado a bomba atingiu o metrô de São Petersburgo, na
Rússia, nesta segunda-feira (3), deixando pelo menos 11 mortos e mais de 30
feridos, segundo autoridades do país. Ela ocorreu às 14h40 locais (8h40 de
Brasília) enquanto o trem se movia da estação Tekhnologichesky Institut para a
Sennaya Ploshchad, de acordo com relatos de testemunhas.
O Comitê Antiterrorismo também confirmou que desativou uma
outra bomba encontrada na estação de metrô Ploshchad Vosstaniya, e todas as 67
estações de metrô da cidade foram fechadas.
O premiê russo, Dmitry Medvedev, afirmou no Facebook que a
explosão foi um "atentado terrorista".
A investigação foi
aberta por ato terrorista", indicou o Comitê de Investigação russo em um
comunicado, acrescentando que os investigadores vão examinar "todas as
outras eventuais pistas".
Antes, o presidente Vladimir Putin, que nasceu em São
Petersburgo, havia dito que as causas da explosão não estavam claras, mas que
considerava a possibilidade de terrorismo.
Putin também expressou condolências após o ataque.
"Naturalmente, sempre analisamos todas as possibilidades: acidental,
criminal e, claro, de caráter terrorista", afirmou. "Veremos, a
investigação dará em breve uma resposta sobre o que ocorreu."
"Faremos o máximo para esclarecer os fatores que
tornaram possível esse ataque terrorista e para evitar novos casos no
futuro", afirmou o procurador-geral russo, Aleksandr Kurennoi, em
entrevista à emissora Vesti-24.
A autoria do atentado
não é sabida. Militantes chechenos são os "culpados usuais" por
atentados em território russo, mas não está descartada uma ação do Estado
Islâmico, tendo em vista as operações militares russas na Síria.
A Rússia emitiu
mandados de buscas para duas pessoas pelo suposto envolvimento na explosão,
disse uma fonte da área de segurança à agência de notícias Interfax.
"Duas pessoas estão sendo procuradas por suspeita de
planejarem as explosões, acredita-se que uma delas tenha colocado o artefato
explosivo no vagão do metro e que a segunda pessoa tenha deixado uma bomba na
estação de metrô Ploshchad Revolutsii", disse a fonte à Interfax.
Equipes de resgate e
policiais trabalham no resgate de pessoas. Imagens publicadas em redes sociais
mostram pessoas sendo atendidas e pelo menos um vagão do metrô destruído. Muita
fumaça atingiu a estação.
A cidade também fechou o tráfego no Prospekt de Moscou, uma
longa avenida em São Petersburgo, permitindo apenas a circulação de ambulâncias
que se dirigiram à toda velocidade para o local da explosão.
"Minha mãe
estava no metrô, mas não sei como ela está, não consigo contatá-la",
explicou Natalia, que esperava angustiada do lado de fora da estação
Tekhnologichesky Institut.
Antes do ocorrido,
Putin estava em São Petersburgo para se reunir com o presidente bielorrusso,
Alexander Lukashenko; no momento da explosão, ele estaria em Strelna, próxima à
cidade, de acordo com um porta-voz do Kremlin.
A emissora Pjatyj kanal publicou uma imagem do que seria a
bomba que acabou desativada pelos policiais russos.
O incidente levou as autoridades de Moscou a efetuar medidas
de segurança no metrô da capital russa para evitar ataques. O aeroporto de
Pulkolvo, em São Petersburgo, também teve sua segurança reforçada.
São Petersburgo,
antiga Leningrado no período do regime soviético, é a segunda maior cidade da
Rússia, com mais de 5 milhões de habitantes.
A Rússia tem sido alvo de vários atentados, geralmente nas
instáveis repúblicas russas do Cáucaso, onde grupos separatistas e extremistas
costumam realizar ataques na região.
O grupo Estado Islâmico convocou seus adeptos a atacar a Rússia
em função da intervenção russa em apoio às forças do presidente Bashar al Assad
na Síria, desde setembro de 2015. Os serviços de segurança russos anunciaram em
várias ocasiões ter desmantelado células extremistas que tinham a intenção de
atacar a capital Moscou ou a cidade de São Petersburgo.
Moscou sofreu dois ataques no metrô nos últimos 13 anos. Em
fevereiro de 2004, um homem se explodiu na estação Avtozavodskaya, matando 41
pessoas; em março de 2010, duas mulheres acionaram bombas nas estações Lubyanka
e Park Kultury, deixando 40 mortos. Nos dois casos, os terroristas eram ligados
a grupos islâmicos separatistas do Cáucaso.
Via UOL, com agências internacionais
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