Em meio a uma das mais graves crises na Segurança Pública
enfrentada pelo governo do estado, o deputado estadual Capitão Wagner (PR)
rompeu o silencio e veio a público criticar as ações do governo.
O parlamentar chamou Camilo Santana (PT) de “frouxo” por não
concordar com a estratégia adotada pela Secretaria de Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS) para normalizar a situação. Camilo não ficou calado e
rebateu a declaração chamando o deputado de “moleque”. O bate-boca ocorreu
nesta quinta-feira (20).
Capitão Wagner acredita que o trabalho que está sendo
realizado pela SSPDS não traz bons resultados e que o governo estadual deveria
agir para complementar as atividades comandadas por André Costa, titular da
secretaria. “O secretário de Segurança pode ser um super-homem, mas sozinho,
ele não irá conseguir sanar os problemas de violência que o Estado vem
sofrendo. Governador, está na hora de agir!”, declarou Capitão em uma
publicação no Facebook.
“Se o que está sendo feito não está dando bons resultados, a
estratégia precisa mudar. Na coletiva da Secretaria de Segurança Pública,
ontem, afirmaram que continuarão fazendo o mesmo trabalho. Ora, o mesmo
trabalho só irá gerar os mesmos resultados que não estão sendo bons. Não dá
para ter um secretário valente e um governador ‘frouxo'”, disse o parlamentar.
O governador não ficou calado e rebateu a declaração de
Capitão Wagner. “Eu acho que isso é coisa de moleque. Eu acho que se aproveitar
do momento para querer tirar vantagem política, infelizmente eu não vou entrar
nesse jogo. Agora ‘frouxo’ é quem nunca pegou em uma arma e foi combater um
bandido no Ceará, isso é que pra mim é ”frouxo”, respondeu Camilo.
Ele ainda justificou a onda de ataques dizendo que é uma
reação às ações que o governo tem adotado para enfrentar os bandidos no estado.
“O que está acontecendo aí é a reação às ações que o governo tem tido para
enfrentar os criminosos, porque nós vamos enfrentar os criminosos e vamos botar
para fora do estado do Ceará. Então, eu lamento esse tipo de oportunismo nesse
momento”, concluiu o governador.
Reforço policial
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André
Costa, em entrevista à Tribuna Band News FM, informa que a Polícia Militar está
realizando ações para que a situação se normalize. “Ontem, alguns ônibus saíram
em comboio. Nós colocamos viaturas da Polícia Militar junto à Guarda Municipal
fazendo esse acompanhamento. Na madrugada, cada ônibus da Linha Corujão foi
acompanhado por uma viatura da Polícia Militar”, explicou o titular da SSPDS.
André Costa descartou momentaneamente o reforço de tropas
federais para conter a série de ataques a ônibus. Ele disse que policiais
lotados no serviço administrativo da Polícia Militar foram convocados para
reforçar o patrulhamento nas ruas.
No final da tarde desta quinta, os ônibus passaram a
circular em comboios e com escolta da polícia em Fortaleza. A decisão foi
tomada pelo Sindiônibus, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do
Estado e a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Etufor e da Secretaria de
Conservação e Serviços Públicos.
Os ataques a ônibus resultaram em prejuízo de, pelo menos,
R$ 1,5 milhão, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de
Passageiros do Ceará. O número é referente apenas à diminuição da venda de
passagens no primeiro dia de incêndios aos coletivos. Cada ônibus custa, em
média, R$ 365 mil. Nesta quinta-feira (20), outros cinco veículos foram alvos
dos bandidos, totalizando 23 ônibus nos dois dias.
O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará
(Copen-CE), Cláudio Justa, em entrevista à Tribuna BandNews FM, explicou que os
ônibus incendiados nesta quarta-feira (19) na capital cearense podem ser um
suposto anúncio de declaração de guerra entre as facções criminosas.
Cláudio relata que houve alguns confrontos na CPPL II e na
CPPL IV, porque estão expulsando, na linguagem dos presídios estão
“espirrando”, os detentos da facção do Comando Vermelho, o que segundo ele
significa uma aparente ligação entre as facções PCC (Primeiro Comando da
Capital) e GDE (Guardiões do Estado).
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