Uma vereadora do município de Farroupilha, na serra gaúcha,
causou polêmica nas redes sociais após afirmar em sessão pública na Câmara
Municipal de Vereadores que “os nordestinos sabem muito bem se unir para
roubar”. A declaração foi feita nessa segunda-feira, 22, no plenário da Casa
Legislativa.
Durante o discurso, Eleonora Broilo (PMDB) ressaltou que
eles (os nordestinos) “sabem ganhar propina. Eu acho que eles sabem se unir
para aumentar a corrupção. Isso eu acho que eles são donos. Isso eu concordo
plenamente. Talvez até eles não saibam nem falar muito bem, mas sabem roubar
que é uma maravilha”, concluiu a vereadora.
Após o discurso infame, o presidente da Câmara de
Vereadores, Fabiano Piccoli (PT) concedeu a palavra ao vereador Tiago Ilha
(PRB) que rebateu as palavras da parlamentar. “Imagino que a vereadora Leonora
deva ter se enganado nas palavras. Não admito que a senhora use um comentário
tão infeliz e preconceituoso como a senhora usou, dizendo que nordestino só
sabe é roubar. O povo nordestino merece ser respeitado, assim como o povo
gaúcho, o povo brasileiro”, disse.
Na Câmara de Vereadores já foi instaurada a Comissão de
Ética para discutir possíveis punições. Vereadores do PSB, PRB, Rede e PDT
entregaram nas mãos do presidente Fabiano Piccoli, na tarde dessa terça-feira,
23, o requerimento para analisar a manifestação da vereadora Eleonora Broilo. O
prefeito de Farroupilha, Claiton Gonçalves (PDT) divulgou nota repudiando as
declarações da parlamentar.
Eleonora Broilo afirmou que sua fala está descontextualizada
do objeto de discussão em plenário. “Na ocasião, em momento anterior à minha
manifestação, um colega da bancada da situação teceu críticas aos políticos
gaúchos. Nesse sentido, manifestei-me com referência exclusivamente aos
políticos nordestinos – e não ao povo nordestino -, ocasião em que efetivamente
fiz considerações desabonatórias ao seu modo – dos políticos nordestinos,
reitera-se – de fazer política.”
A peemedebista disse, ainda, que sua fala, em nenhum
momento, se referiu ao povo nordestino. Ela afirmou que pode tomar “medidas
judiciais” e pediu desculpas “a quem, porventura, ao assistir ao vídeo, de
pequena parte da sessão, retirado do seu contexto, tenha se sentido atingido
por minhas palavras”.
Do Estadão Conteúdo, via ISTOÉ
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