Por unanimidade, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal
Federal) aceitou nesta terça-feira, 22, denúncia apresentada pela PGR
(Procuradoria-Geral da República) contra o senador Fernando Collor (PTC-AL)
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Com a
decisão, Collor vira réu nas investigações da Operação Lava Jato.
A PGR acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em
propina pela suposta influência política na BR Distribuidora, empresa
subsidiária da Petrobras. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, além de Collor, estão envolvidos no suposto esquema a mulher do senador,
Caroline Collor, e mais seis acusados que atuavam como “operadores
particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.
Denúncia
Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo
Lewandowski e Celso de Mello seguiram o voto do relator, Edson Fachin. Sem
entrar no mérito das acusações, que serão analisadas ao fim do processo, Fachin
entendeu que a denúncia contém os indícios legais que autorizam a abertura de
ação penal contra o senador.
A denúncia afirma que o senador comprou carros de luxo com o
dinheiro da suposta propina. Entre os veículos estão um Lamborghini, avaliado
em R$ 3,2 milhões, uma Ferrari (R$ 1,4 milhão), um Bentley e duas Land Rover.
Em julho de 2015, os carros de luxo foram apreendidos na residência particular
do senador em Brasília, conhecida como Casa da Dinda.
Outro lado
Na semana passada, durante a primeira parte do julgamento,
os advogados de Collor defenderam a rejeição da denúncia. O defensor de Collor
sustentou durante o julgamento que não há provas de que o parlamentar teria
recebido dinheiro desviado. Para o advogado Juarez Tavares, não há ato de
ofício que possa comprovar contrapartida por parte do senador para receber a
suposta propina.
"Não há prova efetiva de que o senador Collor de Mello
tivesse recebido dinheiro destas entidades às quais estaria vinculado, ou seja,
a BR Distribuidora, os postos de gasolina ou as empresas privadas às quais
fazia contrato. Não há uma prova de que o ingresso nas contas do senador advém
dessas empresas ou de atos vinculados à realização desses contratos”, disse o
advogado.
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