Artigo de Roberto Freire
Como se não bastassem todo o desmantelo moral e a corrupção
desenfreada que marcaram os governos de Lula e Dilma Rousseff, o lulopetismo
tem como algumas de suas principais características a desfaçatez e o cinismo
utilizados para a construção de narrativas falaciosas que distorcem a realidade
e pretendem confundir a opinião pública. Isso se deu mais uma vez a partir do
momento em que a Petrobras – vítima da roubalheira perpetrada nos 13 anos em
que o PT governou o país – anunciou um acordo judicial com acionistas
norte-americanos que investiram na empresa brasileira e tiveram perdas
milionárias decorrentes do petrolão, o maior esquema de corrupção já praticado
no Brasil e, talvez, no mundo.
O acordo foi feito justamente para que se encerrasse a ação
coletiva movida pelos investidores americanos lesados pela patifaria petista.
Ao todo, a estatal pagará US$ 2,95 bilhões (o equivalente a quase R$ 10
bilhões) em três parcelas, que terão início após a aprovação preliminar do
juízo da Corte Federal de Nova York, onde tramita o processo. É evidente que se
trata de um montante significativo, mas o acordo talvez possa ser até benéfico
para a Petrobras diante da possibilidade de que um júri popular nos Estados
Unidos arbitrasse uma soma ainda maior como indenização. Nesse caso, o prejuízo
aos cofres da empresa, que já foi tão vilipendiada pela quadrilha que a
assaltou nos últimos anos, certamente seria ainda maior.
O mais estupefaciente é a reação indecorosa e cínica de
alguns próceres do lulopetismo, como a presidente nacional do PT e o líder do
partido na Câmara dos Deputados, que vieram a público para atacar o acordo
firmado pela Petrobras nos EUA e acusaram a Operação Lava Jato, vejam só, de
praticar “o maior assalto da história da humanidade”. Seria cômico se não fosse
trágico. Foi durante os governos petistas que a nossa maior empresa sofreu nas
mãos de criminosos que a saquearam para atender aos objetivos políticos do PT e
partidos aliados. Sob o comando de Pedro Parente, atual presidente da empresa,
a Petrobras iniciou um caminho virtuoso de recuperação econômica, moral e da
credibilidade perdida. Justamente aqueles que foram responsáveis por tamanho
desmantelo agora vituperam contra as medidas necessárias levadas a cabo pela
administração da estatal no sentido de superar o desastre provocado nos tempos
de Lula.
O assalto ao patrimônio público e a série de escândalos de
corrupção que permearam, sobretudo, os governos de Lula e prosseguiram sob
Dilma indicam o grau de promiscuidade e a complexidade da cadeia criminosa
enredada pelo PT em nome de um projeto de perpetuação no poder. As negociatas
que envolveram inúmeros financiamentos suspeitos por meio do Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES), por exemplo, chegaram a vários outros países,
especialmente da América Latina, expandindo os tentáculos do esquema delituoso
para além de nossas fronteiras. Basta acompanharmos o que tem acontecido em
alguns países da região, com ex-presidentes presos e tantos outros processados
e acusados de atos de corrupção. A delicada e constrangedora situação criminal
de Lula, condenado em primeira instância a 9 anos e 6 meses de prisão, não é um
fato isolado.
Também não podemos nos esquecer de casos como a famigerada
compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, o que levou ao
recente bloqueio dos bens de Dilma Rousseff determinado pelo Tribunal de Contas
da União (TCU). À época, a então presidente fazia parte do Conselho de
Administração da Petrobras, que aprovou a aquisição da unidade – houve um
prejuízo aos cofres da estatal de mais de US$ 580 milhões. O TCU também
bloqueou os bens do ex-ministro Antonio Palocci (hoje preso) e de José Sérgio
Gabrielli, ex-presidente da estatal. Além disso, em dezembro do ano passado, a
força-tarefa da Lava Jato denunciou uma dezena de pessoas, entre políticos e
ex-funcionários da empresa, por corrupção e lavagem de dinheiro nesse episódio
de triste memória.
Diante de tanta corrupção e das mais variadas e abrangentes
denúncias e investigações em curso, é inconcebível que os áulicos do
lulopetismo e defensores dos governos de Lula e Dilma tenham a coragem de se
manifestar contra o necessário acordo da Petrobras com os investidores
americanos. O roubo aos cofres públicos praticado pelos petistas e seus aliados
é gravíssimo e indignou a sociedade brasileira, mas a audácia e o descaramento
de se colocarem como vítimas é algo tão ou ainda mais revoltante. Que fiquem
bem longe e não voltem a pôr as mãos na Petrobras. O Brasil não suporta mais
tamanha imoralidade.
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente
nacional do PPS
Artigo de Roberto Freire, via Blog do Noblat - VEJA
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