Autor de um mensagem nas redes sociais prometendo revogar
qualquer multa aplicada a caminhoneiros pelo governo de Michel Temer, Jair
Bolsonaro (PSL) é autor de projeto que, em sentido contrário, pune com até
quatro anos de cadeia aqueles que impedirem ou dificultarem o trânsito de
veículos e pedestres nas vias públicas.
O projeto foi apresentado em agosto de 2016 na Câmara dos
Deputados.
"A proposição é pautada na necessária preservação dos
direitos individuais e coletivos dos cidadãos, vítimas de ações irresponsáveis
daqueles que desprezam as liberdades do outro quando da busca de suas demandas
sociais", escreveu Bolsonaro na justificativa do projeto.
O texto estabelece que "impedir ou dificultar o
trânsito de veículos e pedestres, sem autorização prévia da autoridade competente"
resulta em "reclusão, de um a três anos”, pena agravada em um terço caso o
ato prejudique o funcionamento de serviços de emergência.
Pré-candidato à Presidência, o deputado se apressou em ir às
redes sociais apoiar a atual greve dos caminhoneiros, mas nas manifestações
iniciais criticou a obstrução de vias.
"Caminhoneiros, parabéns, vocês estão fazendo algo
muito mais importante até do que uma eleição. Só peço uma coisa, não bloqueiem
a estrada. Com toda a certeza, onde por ventura esteja havendo bloqueio tem
algum infiltrado do PT, do MST, da CUT", afirmou em vídeo divulgado na
sexta (25).
Bolsonaro é crítico recorrente de manifestações em vias
públicas promovidas por grupos de esquerda.
Neste domingo, porém, o presidenciável publicou em sua conta
no Twitter: "Qualquer multa, confisco ou prisão imposta aos caminhoneiros
por Temer/Jungmann será revogada por um futuro presidente
honesto/patriota."
A Folha encaminhou perguntas para sua assessoria de imprensa
e para o presidente interino do PSL e advogado de Bolsonaro, Gustavo Bebianno,
mas ainda não houve resposta.
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