A histórica militante de esquerda Maria do Carmo Serra Azul,
mais conhecida como Cacau, morreu aos 68 anos na madrugada deste sábado, 27.
Ela ficou conhecida pela atuação política durante a ditadura
militar, no qual foi presa e torturada durante 15 dias no 23º Batalhão de
Caçadores (23º BC). O velório acontece na tarde deste sábado, na funerária
Ethernus, na Aldeota.
A ativista começou sua militância ainda na adolescência, aos
13 anos, na Juventude Estudantil Católica. Quatro anos depois, Cacau foi
diretora dos estudantes secundaristas do Ceará e participou da chamada Revolta
das Saias.
Em 1970, durante o período ditatorial, a militante foi
detida e interrogada devido à suspeita de ligação com o Partido Comunista
Brasileiro Revolucionário (PCBR). Dois anos depois, foi presa e brutalmente
torturada no DOI-Codi, órgão de repressão do governo brasileiro subordinado ao
Exército. Cacau sofreu três paradas cardíacas devidos aos choque e
afogamentos, tendo que ser reanimada pelo médico presente nas sessões de
tortura.
Em
um encontro de vítimas da ditadura militar, realizado na Assembleia
Legislativa em 2014, Cacau ressaltou que a tortura era uma prática comum no
regime. “Diziam que as torturas não eram institucionalizadas, mas é
mentira", relata.
Ela ainda comentou no evento que inicialmente as
manifestações de protesto contra o regime militar eram pacíficas, mas que isso
mudou devido ao comportamento do governo. "Devido à violenta repressão,
formaram-se grupos de autodefesa, que se tornaram posteriormente os grupos da
luta armada”, afirmou a militante.
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