Filho de deputada é matriculado no Colégio Militar sem
processo seletivo
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) foi autorizada a
matricular o filho no sexto ano do fundamental do Colégio Militar de Brasília
(CMB). A criança conseguiu ingressar na instituição sem participar do processo
seletivo.
De acordo com o Exército Brasileiro, as regras para ingresso
em colégios militares consiste em concursos para o sexto ano do ensino
fundamental e para o 1º ano do ensino médio ou frente à comprovação de
dependência militar. Em média, 22 mil candidatos, entre dependentes de
militares e civis são inscritos no programa.
O documento que permitiu a matrícula da criança na escola
foi publicado no Boletim de Acesso Restrito do Exército, em 30 de agosto. O
material diz ainda que casos especiais podem ser analisados pelo próprio
comandante do Exército, mas não faz menção ao ingresso de alunos na unidade.
No requerimento, Zambelli pede a vaga do filho ao considerar
que ela fora transferida para um novo gabinete na capital federal. A deputada
agora ocupa o antigo gabinete do presidente Jair Bolsonaro.
O Regulamento dos Colégios Militares, artigo 92 da portaria
do Comandante do Exército nº 042, de 6 de fevereiro de 2008, foi utilizado como
amparo para a aprovação do pedido de matrícula, apesar de se tratar de um
documento genérico que não traz pontos específicos relacionados ao benefício.
Nas redes sociais, a deputada federal afirmou ter pedido a
matrícula do filho, pois ele estaria sofrendo ameaças "pelo simples fato
de ter uma mãe que enfrenta o crime organizado, e a pedofilia". Ainda no
post, Carla Zambelli publicou parte do ofício sobre o posicionamento do
Exército quanto à solicitação.
"Atendendo à sua solicitação formulada por meio de
mensagem eletrônica, de 1º de setembro de 2019, sobre vaga no Colégio Militar,
o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o artigo 92 do
Regulamento dos Colégios Militares (R-69) faculta ao Comandante do Exército
apreciar casos considerados especiais, ouvido o Departamento de Educação e
Cultura do Exército (DECEx), o que inclui matrículas em caráter excepcional,
conforme justificativa apresentada por eventual interessado. O fato de a
decisão ter sido publicada em Boletim de Acesso Restrito teve por finalidade
preservar informações de cunho particular do solicitante".
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