sexta-feira, 1 de julho de 2022

ALÉM DE JUVENIL WAR, JAIR BOLSONARO TALVEZ SAIBA JOGAR UMA BATALHA NAVAL

Andrei Meireles, OS DIVERGENTES

Em entrevista ao Estadão, publicada nessa quinta-feira (30), o senador Flávio Bolsonaro disparou um festival de baboseiras. Entre outros absurdos, como afirmar que, em nenhum momento, Donald Trump estimulou a invasão do Capitólio, produziu uma pérola sobre o tresloucado pensamento de seu pai, atual presidente da República.

Vamos reproduzir aqui ipsis litteris a pergunta e a resposta ao Estadão:

A ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina era cotada para ser candidata a vice-presidente, mas o presidente indicou que será o general Braga Netto. O que pesou na decisão?

Nessa eleição o vice não é determinante para ninguém. O Braga Netto é um quadro excepcional que poderá estar em outros lugares do País onde o presidente não estiver. A Tereza também é, mas é importante que ela dispute o senado pelo Mato Grosso do Sul. O presidente, dentro de seu xadrez, ele foi sempre muito bom de War e pela sua formação militar, conhece bastante de campanha, porque política não é muito diferente de uma guerra.

“Bom de War”? Na geração de Bolsonaro é quem se dava bem no jogo de tabuleiro infanto-juvenil de guerra e estratégia, lançado no Brasil em 1971. Menos sofisticado, mais igualmente com sucesso naquela época era a Batalha Naval, outro jogo de tabuleiro, com origem décadas antes no lápis e papel.

Jair Bolsonaro foi expulso do Exército por ser um mau militar, como o qualificou o general e ex-presidente da República Ernesto Geisel, o ditador militar que, fora as atrocidades da repressão, melhor legado deixou.

A gestão Bolsonaro é caótica. Em apuração da revista Piauí, a deputada Flávia Arruda, ex-ministra da Secretaria de governo, em um jantar com grandes empresários em São Paulo, disse com todas as letras que Bolsonaro transformou o Palácio do Planalto em “uma zona”. Evidente que em  sentido diferente do que Pedro Guimarães tentou fazer na presidência da Caixa Econômica Federal.

A questão que atormenta todos os poderes e o país em geral é que Bolsonaro, embora com parafusos a menos, segue com a bic na mão. O temor é como vai usá-la antes de sair do cargo na virada do ano. Na Batalha Naval, é um contra o outro. No War cabe mais contendores. O Brasil não merece tanto retrocesso.

A conferir

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