Um gesto mesquinho e covarde do ex-presidente Bolsonaro, que viajou para os Estados Unidos na última sexta-feira (30), acabou por transformar a cerimonia da posse de Lula na mais emocionante e representativa investidura de um presidente no cargo desde a redemocratização.
Ao subir a rampa do Planalto de braços dados com o cacique Raoni, uma das principais lideranças indígenas do Brasil, e mais sete representantes do povo brasileiro, o simbolismo do ato emocionou quem assistiu a posse – pela televisão ou na Praça dos Três Poderes – e fortaleceu ainda mais a imagem de Lula perante o mundo. O petista apareceu como um democrata que governará ao lado do povo.
Em contrapartida, o gesto de Bolsonaro o reduziu ainda mais em tamanho e importância. O próprio capitão se colocou em uma posição desconfortável perante o Brasil e o mundo. Um presidente despreparado para o cargo, um antidemocrata que não aceitou a derrota e não quis participar da transmissão do cargo. E a ameaça dos bolsonaristas de que Lula não subiria a rampa do Planalto não passou de bravata.
Em seu discurso no Parlatório, Lula falou em governar para todos os brasileiros e não apenas para aqueles que o elegeram. Apesar das duras críticas a Bolsonaro e seus apoiadores, que pediam intervenção militar, na retórica, o futuro presidente buscou unificar o país, se vai conseguir, só o tempo dirá.
Lula falou, como sempre, do crescimento da fome, da miséria, do desemprego, do abismo social entre os brasileiros. Falou das filas, de um lado de miseráveis nos açougues em busca de ossos para não morrer de fome, do outro, milionários esperando por carros, aviões e barcos de luxo. Uma fala forte e de um simbolismo importante.
Bolsonaro agora é passado, Lula o presente e o futuro. Agora é torcer para que finalmente o Brasil entre nos trilhos.
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