Por apoio em 2026, governador briga com fatos e tenta
desacreditar denúncia da PGR
A Procuradoria-Geral da República denunciou a quadrilha que
tentou destruir a democracia brasileira para permanecer no poder sem votos.
Questionado sobre o tema, Tarcísio de Freitas atacou os investigadores e saiu
em defesa dos golpistas.
O governador de São Paulo seguiu a cartilha dos acusados. Em
entrevista na terça-feira, desqualificou as conclusões do Ministério Público e
descreveu a denúncia como “forçação de barra” e “revanchismo”.
Dias antes, ele já havia ido às redes para se solidarizar
com o capitão. “Jair Bolsonaro jamais compactuou com qualquer movimento que
visasse à desconstrução do estado democrático de direito. Estamos juntos,
presidente”, derramou-se.
Tarcísio sabe que o Supremo já recebeu um
caminhão de provas contra os golpistas. Ao brigar com os fatos, escancara sua
condição de refém de Bolsonaro. Ele pilota o estado mais rico do país, mas
continua subordinado ao padrinho político. Precisa jurar fidelidade irrestrita
para não ser carimbado com a pecha de traidor.
Embora desconverse em público, Tarcísio ambiciona concorrer
ao Planalto em 2026. O plano depende do aval do ex-presidente, que ainda
resiste a admitir que não estará na disputa. Ao dizer o que tem dito, o
governador sugere uma troca: se for lançado candidato, defenderá a impunidade
dos golpistas. A começar pelo chefe da tropa.
Ontem Tarcísio e Lula dividiram palanque no lançamento do
edital para a construção do túnel entre Santos e Guarujá. Os dois trocaram
palavras amistosas, mas o ato foi marcado pelo constrangimento.
O governador teve que ouvir discursos contra o extremismo e
em defesa da democracia. O vice-presidente Geraldo Alckmin lembrou fatos
narrados na denúncia que ele tentou desacreditar. “Enquanto alguns maquinavam o
assassinato de adversários, o presidente Lula promove o diálogo”, provocou.
Diante de uma plateia inflamada, que entoou diversas vezes o
coro de “Sem anistia”, Tarcísio preferiu não tocar no assunto.
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