A escritora e jornalista causou um rebuliço na sociedade
brasileira e inaugurou, junto com seu marido, a militância política partindo da
classe cultural, em que o artista usa seu reconhecimento e prestígio social
para expor publicamente sua opinião política.
Pagu, nascida em 1910, causava estranhamento na época por
conta de seu comportamento, que incluía pequenos mas simbólicos desvios de
padrão, como o de fumar na rua e usar blusas transparentes. Em 1930, ela foi a
pivô de um escândalo, para época, no meio artístico. Oswald de Andrade, com 40
anos, se separa de Tarsila do Amaral, com 44 anos, para se casar com Pagu, com
20 anos.
Entre suas prisões posteriores, inclui uma em Paris, em
1935, por ser integrante do Partido Comunista e estar com identidade falsa. Na
ocasião, é repatriada para o Brasil, onde fica presa por mais cinco anos.
Da primeira prisão de Pagu ao comentado beijo de Daniela
Mercury em sua esposa passaram-se mais de 80 anos, em que floresceram mais
artistas ativistas como Ziraldo, que criou O Pasquim; Chico Buarque e Gilberto
Gil, que compuseram a música Cálice no auge da Ditadura Militar; e Waly
Salomão, poeta e compositor que tentou fazer com que livros fossem incluídos na
cesta básica.
Do site Vírgula - Frederico Antonelli
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