Do site de Veja
Em uma eleição na qual a favorita à Presidência tem apenas
dois minutos de TV e uma estrutura de campanha muito menor do que a de dois
adversários, a correlação entre o uso da máquina e o resultado das urnas parece
ser mais fraca do que já foi no passado. E há casos concretos para comprovar
isso. Em abril, cinco ministros do governo Dilma deixavam seus postos para
participar das eleições. Desses, quatro se candidataram a governador. Três
caminham para uma derrota nas urnas. Aparentemente, ter participado de um
governo cuja popularidade fica em torno dos 34% não é uma vantagem eleitoral.
Os ex-ministros de Dilma usaram o quanto puderam a estrutura
do Estado para aumentar sua exposição sob os holofotes. Alexandre Padilha, da
Saúde, Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Marcelo Crivella, da Pesca, usaram
seus cargos como plataforma eleitoral.
Padilha intensificou as viagens a São Paulo e aumentou a
frequência com que concedia entrevistas. Mais a divulgação do Mais Médicos e a
companhia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos palanques não ajudou o
petista a ganhar votos. Tanto que partiu do próprio Lula uma recomendação aos
correligionários: que reforcem a campanha de Paulo Skaf (PMDB) para tentar
derrotar o tucano Geraldo Alckmin.Apesar de ter subido na última pesquisa
Datafolha, Padilha tem apenas 7% das intenções de voto.
No Paraná, Gleisi também está em terceiro lugar, muito
distante do segundo colocado, Roberto Requião (PMDB) e ainda mais do líder nas
pesquisas, o tucano Beto Richa. A ex-ministra da Casa Civil, que chamou a
atenção da presidente Dilma Rousseff ainda no início de seu primeiro mandato no
Senado, deve passar os próximos quatro anos cumprindo o mandato no Congresso.
Crivella, que sustentava a vice-liderança no Rio, caiu para
o terceiro lugar na disputa graças à ascensão do governador Luiz Fernando Pezão
(PMDB), dono de uma máquina mais poderosa e de mais tempo na televisão. Ou
seja: o ex-ministro da Pesca não tem um prognóstico muito positivo.
Também no Rio de Janeiro, o também ex-ministro Carlos Lupi,
que deixou o cargo evolvido em denúncias de corrupção e depois se reabilitou
com a presidente Dilma Rousseff, tem apenas 3% das intenções de voto na disputa
pelo Senado no Rio de Janeiro. Ele perde até para o candidato do nanico PCB.
A exceção é o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior Fernando Pimentel. O petista lidera as intenções de voto na
eleição para o governo de Minas Gerais. O vice dele, Antônio Andrade (PMDB),
também fez parte da equipe de Dilma: foi ministro da Agricultura. Na terra de
Aécio Neves, entretanto, o tucano Pimenta da Veiga (PSDB) tem crescido nas
pesquisas. Com ou sem Pimentel no governo, tudo indica que o saldo dos
ex-ministros de Dilma não será dos melhores nestas eleições.
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