De Dilma, em 22 de outubro deste ano, às vésperas de se
reeleger por uma vantagem modesta de votos:
- As pessoas são o centro do meu governo como foram o centro
do governo Lula. Vamos mostrar que este país não vai voltar atrás. As duras
conquistas não serão tiradas de nós.
De Dilma em mais de uma ocasião da campanha no primeiro e no
segundo turnos:
- A inflação está sob controle. Não vou aplicar os métodos
do PSDB. Não estou aqui para aumentar os juros e desempregar ninguém.
Da reeleição para cá, o Banco Central já aumentou os juros
duas vezes. E a impressão digital do PSDB apareceu com nitidez no pacote de
medidas anunciado, ontem, para organizar as finanças do governo que a
presidente jamais admitiu que estivessem desorganizadas.
O pacote reúne mudanças que atingem o abono salarial, o
seguro-desemprego, o seguro-desemprego dos pescadores artesanais, a pensão por
morte e o auxílio-doença.
No blog do Planalto - e também no blog da Dilma -, o duro
ajuste fiscal bancado por Joaquim Levy, futuro ministro da Fazenda, e destinado
a economizar no próximo ano R$ 18 bilhões, foi apresentado sob a manchete:
“Governo corrige distorções na concessão de benefícios trabalhistas e
previdenciários”.
Quem diria que benefícios conquistados pelos brasileiros que
mais precisam seriam chamados de “distorções” por auxiliares de Dilma. Quem
diria que Dilma e sua turma se valeriam da receita do PSDB para pôr a casa em
ordem.
Estelionato é, segundo o Dicionário do Aurélio, o “ato de
obter, para si ou para outrem, vantagem patrimonial ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo em erro alguém, por meio fraudulento”.
Substitua “vantagem patrimonial ilícita” por “vantagem
eleitoral ilícita” para ter uma ideia do que cometeu Dilma na campanha em que
se reelegeu.
Ela negou tudo ou quase tudo que começou a fazer para
governar outra vez. Simples assim.
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