Os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em
R$ 12,032 bilhões em janeiro, pior dado mensal da série histórica do Banco
Central.
Com isso, representou o desempenho mais fraco para todos os
meses da séria do BC, que começou em 1995, à frente do resultado de março do
ano passado (- R$ 11,438 bilhões).
O dado, divulgado nesta quinta-feira (4), reflete um cenário
de restrição orçamentária para os brasileiros, em meio à recessão, elevação do
desemprego, inflação e condições mais caras de financiamento.
Financiamento imobiliário
O saque de recursos tem consequências para o financiamento
imobiliário, porque as regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH)
determinam que parte dos depósitos da poupança seja direcionada ao crédito
habitacional.
No acumulado de 2015, os resgates superaram os depósitos na
poupança em R$ 53,568 bilhões, valor recorde, refletindo a pressão para a
retirada de recursos em meio à derrocada da economia, que deve persistir em
2016.
Investimentos
Em outra frente, a tradicional caderneta também perde
atratividade como alternativa de investimento diante dos juros altos,
oferecendo rentabilidade menor que aplicações que têm retorno baseado na Selic
(taxa básica de juros).
A taxa básica de juros está em 14,25% ao ano desde julho do
ano passado, numa tentativa do BC para combater a alta inflação no país.
A poupança, por outro lado, tem remuneração de 6% ao ano
mais um pequeno acréscimo da Taxa Referencial (TR).
Da agência Reuters
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