terça-feira, 8 de novembro de 2016

INFLAÇÃO PROJETADA

BRASÍLIA - A abertura dos dados do Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 07, mostrou que os economistas projetam uma inflação de 4,94% no Brasil em 2017. É a primeira vez desde 8 de outubro de 2015 que a mediana das projeções para o IPCA em 2017 fica abaixo de 5%.  
O centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 4,5% para 2016, 2017 e 2018. Há margem de tolerância de 2,0 pontos porcentuais para este ano e de 1,5 ponto porcentual para 2017 e 2018. Na prática, se a estimativa do mercado se confirmar, o BC terá conseguido colocar a inflação na meta no próximo ano.
O Relatório mostra que a mediana para o IPCA - o índice oficial de inflação - este ano permaneceu em 6,88%. Há um mês, estava em 7,04%. Já o índice para o ano que vem foi alterado, mas para melhor: de 5,00% para 4,94%. Há quatro semanas, apontava 5,06%.
No dia 28 de outubro, sexta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu que as faturas de energia terão a cobrança da chamada "bandeira amarela" em novembro. Os impactos sobre as projeções do IPCA foram captados pelo relatório divulgado. Além disso, na última sexta-feira, dia 4 de novembro, o governo do Rio propôs o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide em produtos como gasolina, energia elétrica, serviços de comunicação, gasolina, fumo, cervejas e refrigerantes.   
No relatório Focus de hoje, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para este ano subiu de 6,89% para 6,97%. Para 2017, seguiu em 5,03%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,02% e 5,13%. Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses permaneceu em 4,95% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,07%.  
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa que a Selic, hoje em 14,00% ao ano, passe por mais uma redução de pelo menos 0,50 ponto porcentual em 2016 no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) em novembro.  
O Relatório de Mercado Focus trouxe  que a mediana das previsões para a taxa básica de juro no fim de 2016 permaneceu em 13,50% ao ano. Na prática, se confirmado, isso significará um corte maior - de meio ponto porcentual - que o promovido pelo BC em 19 de setembro (de 0,25 ponto porcentual). Há um mês, os economistas esperavam que a Selic terminasse 2016 em 13,75%.  
Para o fim de 2017, a projeção do Focus seguiu em 10,75% ao ano, ante 11,00% ao ano de um mês atrás. Na ata do último encontro do Copom, o colegiado do BC afirmou que cortes maiores da Selic dependerão da retomada da desinflação de serviços e de avanços no ajuste fiscal. Isso foi reforçado na semana passada pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em palestras realizadas em São Paulo.  
Para o grupo, a taxa básica terminará 2016 em 13,75% ao ano, e, não, em 13,50% ao ano como previsto uma semana antes. Há um mês, a projeção era de 13,75% ao ano. Para o ano que vem, as estimativas do Top 5 ficaram estáveis em 11,25% ao ano, mesmo patamar de um mês atrás.
PIB. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano passaram de retração de 3,30% para queda de 3,31%. Foi a quinta semana consecutiva de piora nas projeções de atividade para este ano. Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,15%.
Para 2017, o Focus mostra que a percepção também piorou levemente. O mercado prevê para o País um crescimento de 1,20% no próximo ano, abaixo do 1,21% projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 1,30%. O BC trabalha com uma retração de 3,3% para o PIB em 2016 e com uma alta de 1,3% para 2017. 
As estimativas para a produção industrial seguem indicando um cenário difícil. A queda prevista para este ano permaneceu em 6,00%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial seguiu em 1,11%. Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 5,96% para 2016 e alta de 1,11% para 2017. Na semana passada, o IBGE informou que a produção industrial subiu 0,5% em setembro ante agosto, mas recuou 4,8% em relação ao mesmo mês de 2015. 
Câmbio. O documento divulgado pelo Banco Central indicou que a cotação da moeda estará em R$ 3,20 no encerramento de 2016, mesmo patamar de uma semana antes. Há um mês, estava em R$ 3,25. O câmbio médio de 2016 seguiu em R$ 3,43, ante R$ 3,44 de um mês antes.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio foi de R$ 3,40 para R$ 3,39 de uma divulgação para a outra, ante R$ 3,40 de um mês antes. Já o câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,33 para R$ 3,31 - estava em R$ 3,36 um mês atrás.
Balança Comercial. A estimativa de superávit comercial este ano caiu de US$ 48,00 bilhões para US$ 47,77 bilhões, ante US$ 49,18 bilhões de um mês antes. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 49 bilhões.  
Para 2017, as projeções de superávit comercial do mercado financeiro cederam de US$ 45,00 bilhões para US$ 44,57 bilhões de uma semana para outra - ante US$ 45,00 bilhões de um mês antes.
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