O ministro do Tribunal de Contas da União e ex-senador Vital
do Rêgo (PMDB-PB) e o deputado federal Marco Maia (PT-RS) são alvos de um
desdobramento da Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de propina por
empresários para evitar convocação à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) da Petrobras em 2014.
Estão sendo cumpridos nove mandados judiciais em Brasília
(DF), Paraíba e Rio Grande do Sul nos endereços pessoais, funcionais e
empresariais relacionados a Marco Maia (ex-presidente da Câmara) e Vital do
Rego, respectivamente, relator e presidente CPMI da Petrobras, instalada em
2014.
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público
Federal e Receita Federal do Brasil, deflagrou hoje (5) a Operação Deflexão que
tem como objetivo o cumprimento de mandados expedidos pelo ministro Teori
Zavascki do Supremo Tribunal Federal, referentes ao inquérito 4261 instaurado
no âmbito da Operação Lava Jato.
O inquérito apura se parlamentares teriam solicitado a
empresários contribuição financeira para que não fossem convocados a prestar
depoimento na CPMI. Os executivos afirmam ter repassado valores superiores a R$
5 milhões para evitar retaliações e contribuir para campanhas eleitorais.
Em setembro, o sócio da OAS Léo Pinheiro, que está preso,
admitiu ao juiz Sergio Moro que pagou cerca de R$ 3,8 milhões para abafar as
investigações da CPI da Petrobras, em 2014.
Os pagamentos, segundo o empreiteiro, foram feitos a Rêgo,
Maia e ao ex-senador Gim Argello (ex-PTB), preso pela Lava Jato em abril.
Segundo o empreiteiro, Maia e Rêgo disseram que poderiam
adiar requerimentos e controlar o calendário da investigação, além de impedir a
convocação de determinados empreiteiros.
Em razão das mesmas irregularidades, Gim Argello,
vice-presidente da CPMI à época, foi condenado a 19 anos de reclusão pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela 13ª Vara Federal de
Curitiba.
O nome da operação faz referência ao verbo defletir, que
significa provocar mudança ou alteração no posicionamento normal de algo. Uma
alusão ao fato de que, mediante propina, empreiteiros investigados passaram à
condição de blindados de uma eventual responsabilização.
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