Pelo menos quatro dos sete mortos na chacina do Benfica
tinham ligações com a Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF). Eram eles: Pedro
Braga Barroso Neto, 22; Emilson Bandeira de Melo Júnior, 27, Carlos Victor
Meneses Barros, 23; e Adenilton da Silva Ferreira, 24, os dois últimos sem
antecedentes criminais.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)
confirmou as ações simultâneas que resultaram nas sete mortes na noite de
sexta-feira, 9. A pasta investiga se há relação entre elas. Os crimes ocorreram
na Praça da Gentilândia, na Vila Demétrio, onde está a sede da TUF, e na rua
Joaquim Magalhães, localizada na vizinhança.
“Isso foi um ato de terrorismo, não foi briga de torcida”,
disse um dos dirigentes da TUF. Sob condição de anonimato, ele confirmou as
identidades das quatro pessoas ligadas à organizada e afirmou que não se trata
de crime relacionado a conflitos entre torcedores. “É ato aleatório. Não tem explicação,
não foi vingança (de uma torcida rival).”
De acordo com o integrante da torcida tricolor, as vítimas
eram membros ativos da TUF. “Eram trabalhadores. Tinham coração bom. Estavam no
lugar errado, na hora errada. Toda sexta o pessoal se reúne, faz festa,
churrasco na sede. E acontece uma coisa dessas.”
Mascote
Inicialmente, a informação era de que o mascote do time do
Fortaleza estava entre os mortos. “Não é o mascote do clube. É que o apelido do
Adenilton era ‘Mascote’, porque ele entrou muito novinho na TUF. Era um rapaz
muito bom, nunca tinha feito nada de errado”, conta.
A SSPDS convocou uma coletiva de imprensa para o final desta
manhã. A pasta informa diligências estão sendo conduzidas pela Delegacia de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os suspeitos de participarem dos
assassinatos teriam usado dois veículos, um deles um modelo Honda Civic.
A chacina do Benfica ocorre menos de uma semana depois que
três mulheres foram decapitadas no bairro Parque Leblon, em Caucaia. O
assassinado foi filmado e divulgado nas redes sociais. No vídeo, uma das
mulheres afirma que está “rasgando a camisa” de uma facção e passando para
outra, a Guardiões do Estado (GDE).
Desde o início do ano, houve pelo menos quatro chacinas no
Ceará: a de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, com quatro
mortos; a do bairro das Cajazeiras, com 14 mortos, a maior chacina da história
do Ceará – o crime foi atribuído à GDE; e, menos de dois dias depois, a da
cadeia pública do município de Itapajé (a 124 km da Capital), com outras dez
vítimas, a maioria ligada a uma facção criminosa rival à Guardiões do Estado.
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