sábado, 28 de fevereiro de 2015

A POLÍTICA DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A INVERSÃO DE VALORES

Para que foi criado o bolsa família? Pelos dados oficiosos, a fonte: é o de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de “ pobreza “ e de “ extrema pobreza “ . Tal integrou o programa do Fome zero da era FHC, ou seja, os auxílios do Bolsa Escola , Auxílio Gás e por aí vai.
Então pessoas com situação de “ extrema pobreza “, isso bem explicito, estão com fome? Porque estão a se preocupar com  peças de roupa a nível ostentação? Certo que o programa cumpriu um importante papel no país, isso é fato. Mas num deveria ter um segundo passo? Vamos agora fazer um exercício de logica:  Se o programa já retirou 36 milhões de pessoas da linha  da pobreza. O país tem mas de 200 milhões, pergunto: Já deveria ter diminuído o numero de beneficiados ou não? Ainda estamos a ter gerações de miseráveis? Por favor façam essa conta que ainda não entende.
Vejamos: Pai e mãe miseráveis, filhos pobres. Vem o Bolsa Família a estimula as crianças a irem para a escola. Educação, cria possibilidades para melhoria da qualidade de vida e de acordo com o governo, pelo menos um salario mínimo faz uma família sair dessa linha da pobreza. Esse calculo varia de nação para nação. No Brasil equivale a R$ 70,00 reais por pessoa. Assim já deveriam ter saindo dessa estatística, se é que existe algum controle sobre famílias que entram na assistência desse programa um tanto assistencialista, ao meu ver. Claro que há casos e casos, mas no geral há uma grande necessidade de reavaliar os planos da politica inclusiva e pesada aos cofres públicos.
Outro foco é sobre ensinar a pescar, deveria ser uma premissa correta? Olha, não sou da classe média alta, nem descendo da aristocracia latifundiária  e nem também pouco do curral eleitoral dos coronéis do nordeste ou cria de partido A ou B e beneficiado por tais.  Sou filho de servidora pública, que me ensinou a dar o real valor do trabalho e pergunto: Até quando o governo vai conseguir sustentar essa conta?
Esse mecanismo condicional de transferência de recursos nunca vai acabar? Ou nunca vamos ser um país rico, ou seja, sempre seremos uma nação de miseráveis? Estamos realmente resolvendo o problema ou apenas atenuando um sintoma e criando uma massa manobrável? Não estou tirando a culpa das gestões passadas, pois chegou onde chegou, graças ( sem graça) a uma  gestão pública omissão para com o povo e falo nisso na esfera federal, estadual e municipal.
E quem paga a conta? Os trabalhadores, essa raça maldita dos assalariados a que faço parte. Agora com os ajustes na previdência ficam mais vitimados. Num lado a torneira aberta e no outro lado só a gotejar. E não preciso nem entrar no mérito sobre carga tributaria e o retorno dos serviços em sua grande maioria precários.
Será que  o governo não sabe fazer a conta e que um dia o pote de mel vai secar ? É necessário mais abelhas a trabalhar e gerar riqueza, riqueza a vir de um povo mais instruindo, a oportunizar investimentos externos, pela capacitada técnica, a terem um consumo consciente e sem serem entorpecidos por gestões oportunistas, sendo esse comportamento um cancro para nossa sociedade. Vamos refletir e pensar: Podemos gerar conhecimento e riqueza ou sermos largados as moscas.
Veja vídeo - remix Duda Rezende
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O BRASIL EM UM ATOLEIRO

Em sua campanha pela reeleição como presidente do Brasil, no ano passado, Dilma Rousseff pintou um quadro auspicioso da sétima maior economia do mundo. O pleno emprego, salários em alta e benefícios sociais eram ameaçados somente pelos perversos planos neoliberais dos seus oponentes. Dois meses depois de ela iniciar seu novo mandato, os brasileiros descobrem que foram logrados com falsas perspectivas.
A economia do Brasil está um caos, com problemas muito mais importantes do que o governo admite ou os investidores parecem registrar. A letárgica estagnação na qual o País mergulhou em 2013 vem se transformando numa recessão em grande escala e provavelmente prolongada. Os investimentos, com uma queda de 8% em relação ao ano passado, ainda poderão cair muito mais. O enorme escândalo de corrupção na Petrobrás, a gigante estatal do petróleo, envolveu várias das maiores construtoras do País e paralisou os gastos de capital em algumas áreas da economia, pelo menos até que os promotores e auditores concluam seus trabalhos. O real já perdeu 30% do seu valor em relação ao dólar desde maio de 2013, uma desvalorização necessária, mas que vai se somar à pesada carga dos US$ 40 bilhões de dívida externa de empresas brasileiras cujos prazos para resgate vencem este ano.
Escapar deste lodaçal será difícil mesmo com uma liderança política forte. Dilma Rousseff, contudo, é fraca. Ela venceu a eleição por uma margem muito estreita. Sua base política está desmoronando. De acordo com o Datafolha, seus índices de aprovação caíram de 42% em dezembro para 23% este mês. Dilma também é prejudicada pela deterioração da economia e pelo escândalo da Petrobrás, ligada a propinas de pelo menos US$ 1 bilhão pagas a políticos do Partido dos Trabalhadores e membros da sua coalizão. Durante grande parte do período a que se refere esse escândalo, Dilma Rousseff presidiu o conselho de administração da Petrobrás. Para o Brasil conseguir recuperar alguns benefícios no seu segundo mandato, Dilma precisará encaminhar o País numa direção inteiramente nova.
Levy virá em socorro?
Em grande parte, os problemas do Brasil foram provocados pelo próprio País. No seu primeiro mandato, Dilma Rousseff adotou um capitalismo estatal tropical que envolveu frouxidão fiscal, contas públicas opacas, uma política industrial que debilitou a competitividade e intromissão presidencial na política monetária. No ano passado sua campanha pela reeleição viu dobrar o déficit fiscal para 6,75% do Produto Interno Bruto (PIB).
Dilma pelo menos reconheceu que o Brasil necessita de políticas mais favoráveis às empresas se o objetivo é manter o grau de investimento e o País voltar a crescer. Essa percepção é personificada pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, economista formado em Chicago e banqueiro, além de um dos raros economistas liberais do País. Mas como no passado o Brasil não tentou resolver prontamente as distorções macroeconômicas, Levy está às voltas com a armadilha da recessão.
Para estabilizar a dívida pública bruta, ele prometeu um colossal aperto fiscal de quase 2 pontos porcentuais do PIB este ano, com abolição dos subsídios para eletricidade e o restabelecimento do imposto sobre o combustível. Ambas as medidas ajudaram a empurrar a inflação para 7,4%. Ele também pretende reduzir os empréstimos subsidiados por bancos públicos para beneficiar setores e empresas.
Teoricamente, o Brasil compensaria este aperto fiscal com uma política monetária mais frouxa. Mas, diante do histórico passado de hiperinflação do País, como também de erros mais recentes - o Banco Central cedeu ao desejo da presidente, ignorou sua meta de inflação e tolamente reduziu a taxa referencial em 2011/12 -, o espaço de manobra hoje é limitado. Com a inflação acima da meta, o Banco Central não pode reduzir sua taxa básica em relação ao seu nível atual de 12,25% sem correr o risco de nova perda de credibilidade e de corroer a confiança do investidor. Um aperto fiscal e taxas de juros altas significam mais sofrimento para famílias e empresas brasileiras e um retorno mais lento ao crescimento.
O que torna o ajuste perigoso é a fragilidade política da própria presidente Dilma. Oficialmente, ela conquistou uma maioria legislativa confortável, embora reduzida, na eleição de outubro. Mas o PT já vem protestando contra as medidas fiscais de Levy - em parte porque a campanha não estabeleceu as bases para elas. Dilma Rousseff sofreu uma derrota esmagadora em 1.º de fevereiro na eleição para o cargo politicamente poderoso de presidente da Câmara dos Deputados. Eduardo Cunha, que venceu o candidato do PT, seguirá a sua própria agenda, e não a dela. O Brasil poderá entrar num período de governo quase parlamentar, e esta não será a primeira vez.
O País enfrenta assim seu maior teste desde os anos 90. Os riscos são claros. Recessão e receitas fiscais em queda podem debilitar o ajuste preconizado por Levy. Qualquer recuo poderá levar a uma corrida ao real e um rebaixamento da nota de crédito do País, elevando os custos de financiamento para governo e empresas. E se as manifestações em massa de 2013 contra a corrupção e os medíocres serviços públicos se repetirem, Dilma pode estar condenada.
Da revista The Economist, traduzido por Terezinha Martino, via O Estado de S.Paulo
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CORTE DE DOER

O governo conta com a aprovação do Orçamento de 2015 na próxima semana no Congresso Nacional. O contingenciamento de despesas, preparado há quase três meses pela equipe econômica, está praticamente pronto e deve sair "imediatamente após a aprovação da Lei Orçamentária", disse uma fonte do governo.
O corte está sendo preparado para sair em meados de março. O governo, porém, ganhou fôlego em sua missão de ajuste fiscal com o decreto de programação orçamentária anunciado ontem pelo secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, que reduzirá os gastos da máquina até que o Orçamento ser aprovado.
Sobre o Orçamento, o governo vai aplicar um contingenciamento de despesas que deve oscilar entre R$ 65 bilhões e R$ 80 bilhões. Se confirmado, será o maior corte de gastos dos últimos 15 anos. O tamanho do contingenciamento em gestação tem assustado os ministros.
Um do auxiliares mais próximos da presidente disse que o corte será "de chorar". Nos últimos dias, a equipe econômica e a própria presidente tem ouvido reclamações de diversas áreas. Em vários ministérios o medo é que aquilo que sobrar do Orçamento mal dará para pagar contas, quanto mais fazer qualquer tipo de investimento.
Algumas propostas iniciais dos novos ministros devem sair desidratadas. É o caso, por exemplo, do Plano Nacional de Exportações, que está sendo trabalhado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Sem recursos, o governo não vai poder atender aos pedidos de desonerações e financiamento, feitos pela indústria, e pode até mesmo cancelar ou diminuir alguns dos poucos que sobrevivem, como o Reintegra.
Conteúdo do O Estado de S.Paulo
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ELE TEME UMA CPI

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, visitou, nesta quarta-feira (25), senadores para dissuadi-los de criar uma CPI para investigar operações do banco de fomento. Após a tentativa de fazer uma nova CPI mista da Petrobras não ter sido levada adiante, oposicionistas liderados no Senado pelo líder do DEM na Casa, Ronaldo Caiado (GO), começaram a centrar esforços para instalar uma CPI mista do BNDES.
A oposição defende uma investigação parlamentar do banco de fomento para apurar os bilionários empréstimos e operações de créditos subsidiados feitos pela instituição nos últimos anos, inclusive aqueles realizados em outros países, como Cuba, Venezuela e Angola. Eles consideram que também podem, com a CPI, aprofundar investigações contra empresas com negócios com a Petrobras, que também teriam recebido recursos do BNDES.
Coutinho participou de reuniões em gabinetes de senadores da base aliada, como integrantes do PMDB, a maior bancada da Casa, com 18 integrantes, e o próprio líder do partido, Eunício Oliveira (CE), e ainda participou de um almoço no gabinete do senador João Capiberibe (AP), líder do PSB no Senado.
Os socialistas, que adotaram desde outubro de 2013 uma postura de independência em relação ao governo Dilma Rousseff com a candidatura ao Palácio do Planalto de seu ex-presidente Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em agosto passado, foram decisivos para a CPI mista da Petrobras não ter vingado. Como apenas dois dos seis senadores da bancada apoiavam o pedido, a comissão formada por deputados e senadores para apurar irregularidades na estatal não foi adiante por falta de assinaturas mínimas suficientes e hoje será instalada um colegiado formado exclusivamente por deputados.
Ex-líder do PSB no Senado, Lídice da Mata (BA) afirmou que Luciano Coutinho conversou no almoço com a bancada do partido sobre investimentos do BNDES para os próximos anos e detalhou planos regionais e na área de portos. Ela negou que tenha pedido aos integrantes do partido para não assinar o requerimento de criação da CPI sobre o banco.
Mas, ainda assim, a senadora do PSB sinalizou ser contrária a apoiar a comissão de inquérito. "Eu ainda não vi qual é o fato motivador da CPI. Pessoalmente, não estou muito convencida de abertura de CPI dessa natureza, acho que esse tipo de comissão não tem dado muito certo no Parlamento", admitiu Lídice ao Broadcast Político, ao destacar que, para ela, CPIs temáticas, como da Violência contra a Mulher, por exemplo, têm surtido mais efeitos do que as relacionadas à corrupção, como foi a CPI do Cachoeira, da qual participou em 2012.
Um senador do PMDB que se encontrou com Coutinho ontem, mas pediu para não ser identificado, contou que o presidente do BNDES se colocou à disposição para estar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para explicar as operações e disse que a CPI serviria apenas para fazer "embate político". Esse parlamentar peemedebista convenceu-se a não apoiar a criação da comissão de inquérito. "Foi uma atitude proativa dele. Para ter CPI, precisa ter fato determinado, é melhor pedir informação e debater antes", disse.
Até o momento, apenas 15 senadores assinaram o requerimento de instalação de uma CPI mista do BNDES. São necessários para a criação pelo menos 27 apoios de senadores e 171 de deputados.
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O PAC SE ESFARELA

Editorial do O Estado de S.Paulo
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi criado em 2007 pelos bruxos do marketing lulopetista para ser o nome que resumiria o esforço de desenvolvimento do País na nova era inaugurada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Oito anos depois, às voltas com congelamento de verbas e atrasos nos pagamentos para as construtoras, o PAC consolida-se como um dos maiores símbolos do fracasso administrativo dos governos petistas, especialmente o daquela que já foi chamada de "mãe do PAC", a presidente Dilma Rousseff.
Como se sabe, a situação das construtoras no País não anda nada fácil. Desde a deflagração da Operação Lava Jato, que desarticulou um esquema de corrupção envolvendo diretores da Petrobrás e executivos das maiores empreiteiras, essas empresas amargam prejuízos, correm o risco de perder negócios com o governo e tratam de demitir pessoal e reduzir investimentos para enfrentar uma crise que, ao que parece, está só no começo. Já as construtoras médias, que não figuram entre as investigadas na Lava Jato, sofrem mesmo é com a incapacidade do governo Dilma de transformar em realidade aquilo que propagandeia. Como resultado, essas empresas também vêm sendo obrigadas a dispensar centenas de trabalhadores, transformando o PAC em sinônimo de dor de cabeça.
Reportagem do Estado (26/2) mostrou que empreiteiras de médio porte contratadas no âmbito do PAC estão sofrendo para receber o que o governo lhes deve. Um exemplo é a S.A. Paulista, que está no projeto de transposição do Rio São Francisco no Ceará, conhecido como Cinturão das Águas, e já demitiu mil de seus 4 mil funcionários desde dezembro.
"Não temos opção", disse César Afrânio, diretor da S.A. Paulista. "Estamos sem receber desde outubro. São mais de R$ 20 milhões em atraso, porque o Ministério da Integração não fez o repasse que devia ao governo estadual." Segundo Afrânio, 800 dos empregados demitidos trabalhavam nessa obra no Ceará, pois "está tudo parado".
Outra construtora que reclama é a Constran, contratada para produzir dormentes para a Ferrovia Norte-Sul, uma das principais obras do PAC. Segundo a empresa, o governo não honra seus compromissos desde novembro, o que a obrigou a cortar o número de funcionários na obra, de 3 mil para 1,2 mil. No total, a Constran diz que foi obrigada a reduzir seu quadro de empregados de 12 mil para 6 mil e acusa a Valec, estatal responsável pelo projeto, de lhe dever R$ 30 milhões. "Vivemos hoje esse pesadelo simplesmente porque o governo não paga pelo que contratou", disse o presidente da Constran, João Santana - que recentemente acusou o governo Dilma de usar as investigações da Lava Jato como desculpa para não pagar o que deve a nenhuma empreiteira.
Os últimos balanços mostram que o PAC se transformou em um grande programa habitacional, pois seus maiores investimentos estão no Minha Casa, Minha Vida. Mesmo assim, construtoras envolvidas no Minha Casa também se queixam há tempos de atrasos nos pagamentos. Recentemente, ao entregar mais unidades habitacionais do programa, Dilma garantiu que o ajuste fiscal não vai prejudicar o Minha Casa. Para demonstrar essa disposição, um bom começo seria pagar em dia os fornecedores.
Segundo a Associação Paulista de Obras Públicas, o governo já pendurou R$ 5 bilhões em dívidas com as empreiteiras, e essas empresas se viram obrigadas a demitir cerca de 40 mil trabalhadores desde o fim do ano passado. E a situação tende a piorar, porque o governo decidiu bloquear R$ 32 bilhões de despesas do PAC até julho, quando então decidirá quais obras permanecerão no programa e quais serão descartadas.
O esfarelamento do PAC, que está em sua segunda fase sem ter terminado as obras da primeira, não parece constranger Lula, criador do programa e da "mãe" do programa. Para o ex-presidente, conforme relataram peemedebistas que com ele se encontraram ontem, está na hora de se pensar num PAC 3. Afinal, o único limite para as imposturas lulopetistas é mesmo a imaginação do chefe.
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CORTE NA BOLSA

RIO - O Ministério da Educação (MEC) cortou 64,6% (7.109) das 11 mil bolsas previstas para a edição deste ano do programa Jovens Talentos para Ciência. Isso representa um corte de R$ 34,1 milhões dos R$ 52,8 milhões do orçamento previsto para o projeto. O resultado das 3.891 candidaturas homologadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foi publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União (DOU), com uma semana de atraso. O programa é destinado a estudantes de graduação de todas as áreas do conhecimento e tem o objetivo de incentivar a iniciação científica.
De acordo com o texto do DOU, foram aprovados "estudantes que alcançaram nota igual ou superior a 60 no processo seletivo". No edital ano passado, constava a regra sobre essa nota mínima. No entanto, o edital do concurso deste ano não previa qualquer nota de corte. Segundo o documento, "os estudantes serão classificados em ordem decrescente das notas obtidas na prova seletiva, até o limite do número total de bolsas oferecidas", que neste ano é de 11 mil. Na última edição foram preenchidas 10.886 vagas.
A Capes nega que tenha havido corte nas bolsas, alegando que o número de vagas preenchidas está de acordo com o que previa o edital do concurso, que falava na concessão de até 11 mil vagas, mas não necessariamente no preenchimento de todas. "Sendo assim, o resultado divulgado nesta quinta-feira está de acordo com o previsto na chamada", informa texto da entidade publicado em seu site. A Capes, no entanto, não explicou porque utilizou um critério de nota de corte que excluiu parte dos candidatos, apesar de o edital deste ano não prever isso.
Um estudante do curso de Engenharia da UFRJ, que preferiu não se identificar para evitar "constrangimentos e exposição", reclamou das mudanças das regras na divulgação:
- Não existe no edital qualquer referência de caráter eliminatório no qual haja um mínimo de 60 pontos. No meu caso, fiz 59 e estou me sentindo extremamente lesado. Além disso, nenhuma retificação de edital divulgada pela Capes diminui o número de vagas ofertadas ou sequer estabelece um mínimo de pontos.
De acordo com a última alteração do edital referente ao Jovens Talentos, a Capes divulgaria o resultado até o dia 20 de fevereiro. Inicialmente, a divulgação estava prevista para dezembro.
Como o valor mensal das bolsas oferecidas aos alunos ao longo de 12 meses é de R$ 400, o orçamento do programa é de pelo menos R$ 52,8 milhões, sem considerar o valor eventualmente pago aos professores-orientadores.
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A NOSSA BANDEIRA JAMAIS SERÁ VERMELHA

O governo Dilma tentou com truculência arrancar das estradas os manifestantes com seus caminhões, mas agricultores com tratores se juntaram a eles.
Tentaram então botar caminhoneiros e agricultores pra correr mas comerciantes das cidades próximas se juntaram a eles para juntos seguirem protestando contra os crimes das gestões petistas.
É de arrepiar a cena e só vai aumentar, dia 15/03 será a população em peso nas ruas e vai ser maior, cada vez maior...
Até que o Brasil volte para as mãos do povo brasileiro, dos brasileiros cuja Bandeira é verde, branco azul e amarela porque a nossa Bandeira, ela jamais, JAMAIS será vermelha!
Eduardo David Ghoulart.
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A RUÍNA IDEOLÓGICA DO PETROLÃO

Por Guilherme Evelin, da Época
O anúncio do marco regulatório da exploração do petróleo do pré-sal, no dia 31 de agosto de 2009, foi épico e nacionalista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva  fustigou tucanos, “exterminadores do futuro” e adoradores do “deus mercado”. Ufanista, ele exaltou a Petrobras, “orgulho do país”, “a maior empresa do Brasil”, “a quarta maior companhia do mundo ocidental”. Ao falar do pré-sal, “nosso passaporte para o futuro”, Lula prometeu “consolidar uma poderosa e sofisticada indústria petrolífera”, “promover a expansão da nossa indústria naval” e “converter o Brasil num dos maiores polos mundiais da indústria petroquímica”.
Está mais do que claro agora que o plano grandiloquente de Lula deu chabu. Um bom símbolo da indústria petrolífera nacional passou a ser o Lamborghini, de R$ 1,6 milhão, de Eike Batista, o dono da petroleira OGX. Antes, ele adornava o apartamento do empresário, que, turbinado com dinheiro do BNDES, sonhava em ser o homem mais rico do mundo. Agora, está recolhido pela Justiça para garantir o pagamento de credores (junto com um Porsche que foi o assunto desta semana). A Petrobras perdeu o grau de investimento. Projetos de novas refinarias foram suspensos.  A indústria naval está adernando. A Sete Brasil, criada pela Petrobras e pelos fundos de pensão estatais para gerenciar as compras de 29 navios-sonda para a exploração do pré-sal, está sem dinheiro. Por falta de pagamento, os estaleiros a quem a Sete Brasil encomendou os navios-sonda estão demitindo trabalhadores em massa.
A corrupção e a má gestão, assim como mudanças no mercado internacional de petróleo, contribuíram para esse fracasso. Mas nas ruínas do “petrolão” soçobra também uma visão ideológica, exposta no discurso de 2009 de Lula. Os governos do PT viram o pré-sal como um passaporte para  embarcar na onda de “capitalismo de Estado”, gerado pela quebra do Lehman Brothers, em 2008, e pelo sucesso da China. Enxergaram na riqueza do petróleo um marco da restauração do Estado como o motor da economia no Brasil. Por essa visão, a  Petrobras, que praticamente recuperou, com o novo marco regulatório, o status de empresa monopolista, seria a ponta de lança de uma nova política industrial. Essa política criaria  “campeões nacionais” em setores econômicos escolhidos para receber generosos incentivos do Estado.
Por que o capitalismo de Estado à brasileira está dando tão errado? Para o cientista político Ian Bremmer, da consultoria  internacional Eurasia, especialista em riscos políticos, parte da resposta está nos problemas congênitos do modelo abraçado pelo governo brasileiro. Num livro de 2010 sobre a ascensão do capitalismo de Estado, Bremmer já apontava alguns deles como populismo político, clientelismo, compadrio e corrupção na gestão das estatais. “Maior intervenção estatal em uma economia significa também maior possibilidade de desperdício, ineficiência e corrupção”, escreveu.
Numa entrevista a ÉPOCA em janeiro de 2010, em meio à euforia dos mercados globais com o Brasil, Bremmer alertou: “O estatismo é um risco para o Brasil”. Entrevistado de novo na semana passada, Bremmer adicionou outro problema. “A governança nas empresas brasileiras está longe de ter o padrão dos mercados mais desenvolvidos, apesar de o país ter muitas instituições, criadas na Constituição de 1988, que fiscalizam a corrupção.” Segundo Bremmer, o setor público brasileiro foi inundado por dinheiro com o boom das commodities entre 2004 e 2012. “O padrão de governança corporativa não acompanhou essa abundância de recursos, e com isso criaram-se mais e mais possibilidades de corrupção”, diz ele.
O economista brasileiro Sérgio Lazzarini, professor do Insper, é coautor com o mexicano Aldo Musacchio do livro Reinventando o capitalismo de Estado, lançado na semana passada. Os dois veem vantagens na participação do Estado nas empresas, como a maior resiliência das economias às crises e um horizonte mais largo de investimentos de longo prazo, sem a pressão por resultados imediatos. No livro, eles lembram que a Statoil, a estatal de gás e petróleo da Noruega, é uma das empresas mais bem administradas do mundo.
Para Lazzarini, portanto, a crise brasileira não é inerente ao “capitalismo de Estado”. Deve-se, antes, à falta de um “ambiente institucional robusto, que blinda as empresas estatais da apropriação com fins políticos”. Faltaram ao Brasil, diz ele, freios – como agências reguladoras com força – para arrefecer o ímpeto de interferência política nas estatais. “A descoberta do pré-sal aumentou muito a tentação do governo de botar a mão naquele pote cheio de dinheiro, seja por pressão do sistema político, seja por uma ideologia que diz que as estatais existem para fazer certas políticas”, diz Lazzarini.
A crise levará a uma revisão no modelo? Bremmer não acredita em mudanças radicais, mas aposta em maior transparência, melhores padrões de governança e numa retração estatal. “Os próximos contratos de concessão em energia, infraestrutura e logística deverão ser mais favoráveis ao setor privado”, diz ele. Lazzarini diz que o país, depois de ter movido excessivamente o pêndulo na direção da maior intervenção do Estado na economia, deveria agora dar meia-volta. O espírito, segundo ele, deveria ser o mesmo de algumas reformas modernizadoras adotadas até os governos FHC, que quebraram monopólios e introduziram gestões executivas e conselhos de administração mais técnicos e profissionais nas empresas estatais. Ele se mostra, no entanto, bastante cético em relação à possibilidade de que essas mudanças se concretizem no curto prazo. “Essas reformas não fazem parte do modelo mental do governo Dilma”, diz.
Caso essa hipótese se confirme, a ideologia estatista mostrará  sua força no Brasil. Sua resistência é maior até mesmo que a de empresas como a Petrobras, levadas à bancarrota por uma visão de mundo equivocada.
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O PROCURADOR QUE SABE DEMAIS

Por Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo
A história um tanto nebulosa das ameaças ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confere ao ambiente político, já tão carregado de nuvens negras, um ar que oscila entre a dramaticidade e a incredulidade. Em qualquer caso, grave.
Tais ameaças teriam sido detectadas pela área de inteligência do governo e justificado ao menos um encontro do ministro da Justiça com o procurador, sem constar previamente da agenda e sem pauta específica. As circunstâncias e os personagens embaralham ainda mais o drama.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, já é protagonista desde que se enrolou para explicar um encontro fora da agenda com um advogado da UTC, empreiteira que está no centro da Operação Lava Jato. E o procurador-geral da República está para entregar, vejam vocês, a lista dos políticos envolvidos no maior escândalo da história, o da Petrobrás.
Uma dedução lógica, portanto, é que Cardozo pode muito bem ter ido até Janot para tratar de Lava Jato, quem sabe dar uma espiada na lista, quem sabe até demonstrar satisfação pela inclusão de uns, aborrecimento pela de outros. Mas tudo isso são ilações.
Na primeira versão, oficial, o encontro foi para tratar das medidas anticorrupção, aquelas que o governo anuncia de 15 em 15 dias, quando não tem muito a acrescentar ao script. Na segunda, extraoficial, foi para tratar da tal ameaça contra Janot, que estaria agora com o esquema de segurança reforçado. Mas... livre para conversar também com o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, um dos partidos mais enrolados.
Cardozo e Janot são pivôs da queda de braço que ocorre nos bastidores entre o governo e empreiteiras envolvidas na Lava Jato. A estratégia do governo para a Lava Jato é tentar fechar uma confissão conjunta de cartel das empreiteiras, tanto nas delações premiadas na Justiça quanto nos acordos de leniência com a Controladoria-Geral da República.
Nessa hipótese, sonho do Planalto e do Instituto Lula, as investigações seriam encerradas com a incriminação das empreiteiras, sem atingir PT, PMDB, PP, as campanhas e os governos de Lula e Dilma. A corrupção seria das empresas, não de um esquema político para eternizar o PT no poder.
Até aqui, a versão de um (mais um...) cartel de empreiteiras vem sendo corroborada pelo site do Ministério Público e pelo trabalho do juiz Sérgio Moro, que exclui os políticos das delações para não entregar os desdobramentos para o foro privilegiado, o Supremo Tribunal Federal.
Resta saber, portanto, quais serão os próximos passos de Moro e do MP a partir da divulgação da lista de políticos do agora ameaçado Janot. E até que ponto os empreiteiros e os executivos trancafiados estão dispostos a ceder e o quanto vão resistir à pressão - inclusive, ou principalmente, das famílias. Essa pressão de mulheres e filhos é para que entreguem todo mundo, ponto final.
Nunca se deve menosprezar, porém, o "poder de convencimento" (com ironia, por favor) das canetas e dos governos. As empreiteiras reclamam que BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal fecharam as torneiras não apenas para elas, mas para seus conglomerados. Faz uma diferença fenomenal, ou melhor, bilionária. A construtora Odebrecht, por exemplo, é apenas um pedaço do Grupo Odebrecht. Se uma quebrar, sobrevive-se. Se for a outra, é o fim do mundo.
A pressão é para que os empresários e seus executivos assumam a tese de cartel e deixem os responsáveis políticos em paz. Mas não dá nem para apostar nisso e o governo dormir tranquilo, porque a qualquer hora alguém pode botar a boca no trombone e explodir toda a estratégia de Lula, Dilma, governo. Logo, há muito mais em jogo e muito mais gente sob ameaça do que apenas Janot. Se é que ele efetivamente está.
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A BRINCADEIRA SAIU CARA

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira (27) que a desoneração da folha de pagamento foi uma “brincadeira” que custou ao governo R$ 25 bilhões por ano.
 “Vários estudos nos mostram que isso não tem protegido o emprego. Tem que saber ajustar quando não está dando resultado. Não deu os resultados que se imaginava e se mostrou extremamente caro. A gente não está eliminando. Está reduzindo [o benefício]”, disse o ministro segundo o G1.
A afirmação foi dada após a publicação da Medida Provisória que reduziu a desoneração da folha de pagamentos das empresas. Desde 2011, companhias contavam com um estímulo em forma de desconto no pagamento da contribuição previdenciária.
A MP 669 determina que os setores que antes pagavam 1% sobre o faturamento passarão a recolher 2,5%. Já as empresas que pagavam 2%, passarão a recolher 4,5% ao INSS.  Os novos valores passam a valer em junho.
A alta na arrecadação deve acrescentar R$ 5,35 bilhões ao superávit primário deste ano, segundo o Valor Econômico. Para Levy, em um ano cheio, a contribuição para os cofres públicos será de R$ 12,8 bilhões.
Da revista Época
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

OS SAQUEADORES DA LÓGICA

Artigo de Fernando Gabeira
Se o PT pusesse fogo em Brasília e alguém protestasse, a resposta viria rápida: onde você estava quando Nero incendiou Roma? Por que não protestou? Hipocrisia.
Com toda a paciência do mundo, você escreve que ainda não era nascido, e pode até defender uma ou outra tese sobre a importância histórica de Roma, manifestar simpatia pelos cristãos tornados bodes expiatórios. Mas é inútil.
Você está fazendo, exatamente, o que o governo espera. Ele joga migalhas de nonsense no ar para que todos se distraiam tentando catá-las e integrá-las num campo inteligível.
Vi muitas pessoas rindo da frase de Dilma que definiu a causa do escândalo da Petrobrás: a omissão do PSDB nos anos 1990. Nem o riso nem a indignação parecem ter a mínima importância para o governo.
Depois de trucidar os valores do movimento democrático que os elegeu, os detentores do poder avançaram sobre a língua e arrematam mandando a lógica elementar para o espaço. A tática se estende para o próprio campo de apoio. Protestar contra o dinheiro de Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, no carnaval carioca é hipocrisia: afinal, as escolas de samba sempre foram financiadas pela contravenção.
O intelectual da Guiné Juan Tomás Ávila Laurel escreveu uma carta aos cariocas dizendo que Obiang gastou no ensino médio e superior de seu país, em dez anos, menos o que investiu na apologia da Beija-Flor. E conclui alertando os cariocas para a demência que foi o desfile do carnaval de 2015.
O próprio Ávila afirma que não há números confiáveis na execução do orçamento da Guiné Equatorial. Obiang não deixa espaço para esse tipo de comparação. Tanto ele como Dilma, cada qual na sua esfera, constroem uma versão blindada às análises, comparações numéricas e ao próprio bom senso.
O mundo é um espaço de alegorias, truques e efeitos especiais. Nicolás Maduro e Cristina Kirchner também constroem um universo próprio, impermeável. Se for questionado sobre uma determinada estratégia, Maduro poderá dizer: um passarinho me contou. Cristina se afoga em 140 batidas do Twitter: um dia fala uma coisa, outro dia se desmente.
Numa intensidade menor do que na Guiné Equatorial, em nossa América as cabeças estão caindo. Um promotor morre, misteriosamente em Buenos Aires, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, só e indefeso, é arrastado por um pelotão da polícia política bolivariana.
Claro, é preciso denunciar, protestar, como fazem agora os argentinos e os venezuelanos. Mas a tarefa de escrever artigos, de argumentar racionalmente, parece-me, no Brasil de hoje, tão antiga como o ensino do latim ou o canto orfeônico.
Alguma evidência, no entanto, pode e deve sair da narrativa dos próprios bandoleiros. Quase tudo o que sabemos, apesar do excelente trabalho da Polícia Federal, veio das delações premiadas.
Alguns dos autores da trama estão dentro da cadeia. Não escrevem artigos, apenas mandam bilhetes indicando que podem falar o que sabem.
Ao mesmo tempo que rompe com a lógica elementar, o governo prepara sua defesa, organiza suas linhas e busca no fundo do colete um novo juiz do Supremo para aliviar sua carga punitiva. O relator Teori Zavascki, na prática, foi bastante compreensivo, liberando Renato Duque, o único que tinha vínculo direto com o PT.
Todas essas manobras e contramanobras ficarão marcadas na história moderna do Brasil. Essa talvez seja a razão principal para continuar escrevendo.
Dilmas, Obiangs, Maduros e Kirchners podem delirar no seu mundo fantástico. Mas vai chegar para eles o dia do vamos ver, do acabou a brincadeira, a Quarta-Feira de Cinzas do delírio autoritário.
Nesse dia as pessoas, creio, terão alguma complacência conosco que passamos todo esse tempo dizendo que dois e dois são quatro. Constrangidos com a obviedade do nosso discurso, seguimos o nosso caminho lembrando que a opressão da Guiné Equatorial é a história escondida no Sambódromo, que o esquema de corrupção na Petrobrás se tornou sistemático e vertical no governo petista.
Dilma voltou mais magra e diz que seu segredo foi fechar a boca. Talvez fosse melhor levar a tática para o campo político. Melhor do que dizer bobagens, cometer atos falhos.
O último foi confessar que nunca deixou de esconder seus projetos para ampliar o Imposto de Renda. Na Dinamarca (COP 15), foi um pouco mais longe, afirmando que o meio ambiente é um grande obstáculo ao desenvolvimento.
O País oficial parece enlouquecer calmamente. É um pouco redundante lembrar todas as roubalheiras do governo. Além de terem roubado também o espaço usual de argumentação, você tem de criticar politicamente alguém que não é político, lembrar o papel de estadista a uma simples marionete de um partido e de um esquema de marketing.
O governo decidiu fugir para a frente. Olho em torno e vejo muitas pessoas que o apoiam assim mesmo. Chegam a admitir a roubalheira, mas preferem um governo de esquerda. A direita, argumentam, é roubalheira, mas com retrocesso social. Alguns dos que pensam assim são intelectuais. Nem vou discutir a tese, apenas registrar sua grande dose de conformismo e resignação.
Essa resignação vai tornando o País estranho e inquietante, muito diferente dos sonhos de redemocratização. O rei do carnaval carioca é um ditador da Guiné e temos de achar natural porque os bicheiros financiam algumas escolas de samba.
A tática de definir como hipocrisia uma expectativa sincera sobre as possibilidades do Brasil é uma forma de queimar esperanças. Algo como uma introjeção do preconceito colonial que nos condena a um papel secundário.
Não compartilho a euforia de Darcy Ribeiro com uma exuberante civilização tropical. Entre ela e o atual colapso dos valores que o PT nos propõe, certamente, existe um caminho a percorrer.
Artigo publicado no Estadão em 27/02/2015
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DIVANDO EM NOVO MODELITO

Charge do Genildo
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O MUNDO À PARTE DOS PETISTAS

Artigo de Arnaldo Jabor, O Estado de S.Paulo
A oposição entre a “Liberdade” e a “ Igualdade” vem dominando a política desde, ao menos, o século XIX. Muito sangue já foi derramado nesta disputa e as posições parece que se tornam cada vez mais inconciliáveis. Hoje em dia, a Esquerda e a Direita adquiriram vida própria e, mais do que ideologias, se transformaram em estilos de vida. Não que seja impossível se promover arranjos que contemplem as duas. O problema é que os “radicais” de cada facção fazem questão de preservar a sua pureza. Qualquer um que se atreva a inovar seus conceitos é logo tachado de “revisionista” e descartado do baralho.
As duas vertentes ideológicas alimentam atualmente, inclusive, uma semântica própria. Na época do “mensalão”, por exemplo, não foram poucas as vezes em que observei, através de meus artigos que “Se Deus perdoa os pecadores que se arrependem de suas faltas, no caso do PT, ele nada teria a fazer....” O problema é que os mensaleiros nunca se arrependiam de nada. Aos olhos deles, nada mais faziam do que expropriar dinheiro da burguesia para usá-lo contra a própria burguesia. Se cobrassem, para tanto, uma módica “taxa de serviço” isso era considerado plenamente justificável: Uma evidência concreta desse comportamento foi a altivez o dos “mensaleiros” a caminho da cadeia, para onde foram condenados não por crimes políticos, vale lembrar, mas sim por crimes comuns. Geralmente os condenados caminham para as celas, escondendo o rosto. Os petistas, não. Foram para a reclusão erguendo os braços em demonstração de júbilo. Eles estavam se sentindo como heróis.
Por falar nas divergências abissais que existem entre o PT e os demais partidos, vale lembrar que, atualmente, uma discussão que vem empolgando a militância petista
diz respeito à questão do mérito nas Universidades. No nosso modo de pensar, a meritocracia é um valor indiscutível. As melhores recompensas são destinadas aos melhores professores e alunos. Com isso ficam obsoletas os demais critérios de promoção , como o nepotismo, o favoritismo, os privilégios de parentesco, a filiação política, e outros métodos espúrios. Desde a China antiga o mérito prevalece, permitindo à Nação escolher sempre os seus quadros dirigentes entre os indiscutivelmente melhores.
Nos EUA a meritocracia só viria a ser implantada no século XIX depois que o presidente James Garfield foi assassinado em 1881, crime que comoveu profundamente a Nação. O crime havia sido cometido por um militante de seu partido, inconformado por não ter sido nomeado para o cargo que pretendia
O sistema de mérito está implantado, hoje em dia, em todo o mundo, com exceção da Coréia do Norte, de Cuba e de outras nações sem maior expressão.
Novidade! O PT pretende banir a meritocracia!
Um dos motivos, alegam os seus adeptos, é o de que o sistema do mérito atenta contra o princípio da “Igualdade”.
O raciocínio por trás desta tese é tortuoso, porém está de acordo com a aspiração de “Igualdade extremada” defendida pelo partido. Vamos tentar decifrá-lo:
Em princípio todas as pessoas são absolutamente iguais e assim devem ser tratadas, sem que se leve em conta, diferenças de inteligência, compleição física, aptidões, talentos e empenho .O papel da escola é nivelar essa diversidade e nunca o de acentuá-la. Para tanto, é mais justo o sistema de cotas, que leva em conta essas diferenças, do que o de mérito, que só as acentua. Um adulto, que alcança um título de doutor, sempre tentará prevalecer sobre os seus semelhantes, conseguirá melhores salários e sempre poderá justificar-se, valendo-se do seu “mérito”, devidamente certificado pelas universidades
Traduzindo tudo isso para um português compreensível:
Quando houver uma olimpíada, ao invés de disputa-la com um atleta que
pule 2 metros, o mais correto é montar uma delegação com 4 atletas que pulem 50cm cada um.
Deu para entender?
Outra diferença incontornável que existe entre a esquerda e a direita, diz respeito à forma de raciocinar . Nós, os normais – não vou dizer que somos de direita, o que não é necessariamente verdadeiro - fomos criados através dos conceitos da “lógica formal”. Para a maioria de nós : O Mas a esquerda inovou, neste sentido, e se apropriou dos conceitos de Hegel, principalmente no que diz respeito à “lógica dialética” e a partir daí criou-se a maior das confusões. Segundo esta lógica confusa: “o que não é, pode vir a ser” e mesmo “ o que é, pode deixar de ser”. Quanto às dúvidas, elas somente podem ser dirimidas pelo Comitê Central do Partido. E este comitê não toma decisões lastreado na verdade, mas sim no que é conveniente ao Partido. Nesse aspecto, Trotski cunhou a melhor definição: “Só podemos ter razão com o partido e através do Partido, porque a História não criou nenhuma outra forma de fazê-lo.”
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DOAÇÕES VOLUMOSAS

A dupla que vai comandar a CPI da Petrobras Hugo Motta (presidente) e Luiz Sérgio (relator), suas campanhas receberam doações volumosas  das empreiteiras citadas na Operação Lava Jato.
O deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI, teve 60% de sua última campanha paga com recursos de empresas investigadas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. No ano passado, Motta recebeu R$ 451 mil da Andrade Gutierrez e da Odebrecht.
Escolhido para ser o relator da CPI da Petrobras, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) teve 40% das despesas de sua campanha do ano passado bancada com recursos de quatro construtoras envolvidas no escândalo de corrupção investigado na Operação Lava-Jato.
Ele recebeu R$ 962,5 mil das construtoras Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC. Em depoimento de delação premiada, o executivo Augusto Mendonça Neto, da Toyo Setal, disse que parte da propina do esquema era depositado na conta do PT, como doação legal.
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

DECISÃO ANULADA

O desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, do Tribunal de Justiça do Piauí, anulou a decisão do juiz Luis Moura Correia, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, que pedia a suspensão do aplicativo WhatsApp no Brasil.
Desde 2013, a Justiça do Piauí solicita aos representantes do serviço a quebra do sigilo de alguns usuário para investigações, mas não obtivem retorno. Isso motivou o pedido de bloqueio do WhatsApp, em caráter urgente.
A Secretaria de Segurança Pública do Piauí afirma que as empresas de telefonia móvel também receberam o mandado judicial para impossibilitar o acesso ao aplicativo por meio de celulares e tablets. Mas, as operadoras alegaram dificuldade técnica na ação.
O advogado especialista em direito digital, Alexandre Atheniense, acredita que a decisão era ilegal. "O Whatsapp não tem escritórios no Brasil, a sede da empresa fica na Califórnia, nos Estados Unidos. Portanto, o juiz brasileiro não tem jurisdição sobre a empresa", afirma Atheniense.
O pedido de suspensão do serviço de mensagens fez com que os brasileiros procurassem outros aplicativos que pudessem substituir o WhatsApp. Um deles foi o Telegram, que em 20 horas conseguiu nada mais, nada menos do que dois milhões de novos usuários.
Outros casos
Após proibição da Justiça, o aplicativo Secret foi retirado do ar. O veto na loja da Apple ocorreu logo depois de a Justiça acatar o pedido do Ministério Público do Espírito Santo de remover o aplicativo da App Store e do Google Play de usuários brasileiros. O pedido alega que a constituição proíbe o anonimato e protege a privacidade, imagem e honra dos brasileiros.
O Lulu, ferramenta que permitia que as as mulheres fizessem avaliações dos homens, atribuindo notas sobre diversos aspectos pessoais como desempenho sexual, caráter e forma de interagir em relações íntimas, saiu do ar após uma determinação da 6ª Turma do Tribunal de Justiça do Distrito federal e Territórios para que a Luluvise Incorporation e o Facebook excluíssem imagens e informações postadas sem autorização.
Conteúdo do Correio Braziliense
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VOO DA ALEGRIA

A Mesa Diretora da Câmara resolveu, nesta quarta-feira (25), liberar o uso de dinheiro público para transportar os cônjuges de deputados e deputadas entre suas cidades de origem e Brasília. Com a decisão, mulheres e maridos de parlamentares poderão utilizar a cota de passagens aéreas da Casa, restrita desde 2009 a deputados e assessores em viagens decorrentes do exercício do mandato. A medida foi tomada, na época, para acabar com a chamada farra das passagens aéreas, revelada pelo Congresso em Foco.
A liberação da verba para familiares foi reivindicada por um grupo de esposas de deputados durante a campanha de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em encontro promovido pela ex-deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), em João Pessoa, ele ouviu o pedido e se comprometeu a levar a proposta adiante. Eduardo Cunha se elegeu presidente da Câmara com 267 votos. Dos titulares da Mesa, apenas a terceira e o quarto-secretários, Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Alex Canziani (PTB-PR), votaram contra a mudança. Suplentes, Luiza Erundina (PSB-SP) e Mandetta (DEM-MS) também se posicionaram contra a medida, apoiada pelos demais integrantes do colegiado.
O compromisso assumido por Eduardo Cunha vai ser bancado pelos cofres públicos. O peemedebista alega que o impacto será nulo, porque não haverá aumento no valor do benefício, que varia de estado para estado. Mas parlamentares que não utilizam toda a verba a que tem direito ao longo de um mês poderão utilizar as sobras com o transporte do cônjuge.
Na última legislatura, que se estendeu de fevereiro de 2011 a janeiro de 2015, a Câmara gastou mais de R$ 131 milhões apenas com as passagens aéreas dos deputados por meio da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o chamado cotão.
Os gastos com passagens aéreas compõem a segunda maior despesa do cotão na legislatura passada, atrás apenas da divulgação do mandato, que consumiu mais de R$ 135 milhões. Nos últimos quatro anos, a Ceap sugou mais de R$ 671 milhões, como mostrou a Revista Congresso em Foco.
Farra das passagens
Em 2009, o Congresso em Foco revelou em uma série de reportagens como deputados e senadores utilizavam a cota de passagens aéreas para voar com dinheiro público, transportando familiares, amigos, eleitores e até artistas, principalmente para destinos turísticos.
O uso indiscriminado e abusivo da cota de passagens aéreas alcançava parlamentares de todos os partidos, do presidente da Câmara à época até os congressistas menos conhecidos. Diante da repercussão do caso, as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado revisaram as regras, proibindo o transporte de parentes e as viagens internacionais e restringindo o benefício a parlamentares e assessores. Na época, a economia anunciada com a mudança nas normas passava dos R$ 25 milhões.
Conteúdo do Congresso em Foco
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MORRE PRISCO VIANA

Morreu, aos 82 anos, na madrugada desta quinta-feira (26/2), o jornalista, ex-deputado e ex-ministro Prisco Viana. Personagem importante da política nacional durante a transição da ditadura para a democracia, o político teve sete mandatos na Câmara dos Deputados, foi ministro da Habitação e do Meio Ambiente do governo Sarney.
Prisco Viana estava internado no Hospital Santa Lúcia há 11 dias, onde deu entrada com um quadro de embolia pulmonar. Devido a complicações da doença, ele não resistiu e morreu, às 3h55, de quinta-feira (26/2). Há seis anos, o ex-deputado lutava contra o Mal de Alzheimer.
O velório de Prisco Viana será nesta sexta-feira (27/2), a partir das 8h, na Capela 10 do Cemitério Campo da Esperança. O sepultamento está marcado para as 15h30. O ex-deputado deixa 2 filhos, 9 netos e 4 bisnetos.
Trajetória
Nascido em 1932, na cidade baiana de Caitité, Prisco Viana ficou órfão ainda cedo. Começou a carreira como jornalista, no qual trabalhou em importantes jornais do Rio de Janeiro e da Bahia. Depois de atuar como secretário de Comunicação do governo de Luís Viana Filho na Bahia, ingressou na Câmara dos Deputados em 1970.
Durante a transição da ditadura para a democracia, Prisco Viana foi um dos principais nomes da Assembleia Constituinte, sendo relator da Comissão de Organização Eleitoral, Partidária e de Garantia das Instituições e titular da Comissão de Sistematização. Durante o governo de Sarney, foi ministro da Habitação e do Bem-estar social.
O último mandato como deputado federal se encerrou em 1998. Em 2002, Prisco Viana foi candidato ao governo da Bahia, pelo PMDB, em eleição vencida por Paulo Souto.
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

MORRE ZEZÉU RIBEIRO

O ex-deputado federal  Zezéu Ribeiro (BA) morreu nesta quarta-feira (25) aos 66 anos na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele estava em estado grave por conta de um problema gástrico.
No início do mês, o ex-deputado federal foi internado no Hospital Aliança, de onde se transferiu para o Sírio-Libanês. Ontem, ele chegou a receber uma visita do governador Rui Costa.
Ex-deputado federal pelo PT, Zezéu assumiu a vaga aberta depois de vencer votação na Assembleia Legislativa da Bahia. O TCE informou que Zezé não retornou ao trabalho depois do período de recesso no início do ano por conta dos problemas de saúde.
Ele era filiado ao PT desde os anos 1980, chegando a presidir o partido na Bahia entre 1995 e 1999. Ele foi vereador em três legislaturas e se elegeu deputado federal em 2002. Em 2011, ele assumiu a pasta de Planejamento do Estado. Atualmente era conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
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WHATSAPP FORA DO AR

Da coluna Felipe Patury, Época
Uma decisão judicial pode tirar o Whatsapp do ar em todo o país. O juiz Luiz Moura Correia, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina (PI), determinou que uma empresa de telefonia "suspenda temporariamente até o cumprimento da ordem judicial (...), em todo território nacional, em caráter de urgência no prazo de 24 horas após o recebimento, o acesso através dos serviços da empresa aos domínios whatsapp.net e whatsapp.com, bem como todos os seus subdomínios e todos os outros domínios que contenham whatsapp.net e whatsapp.com em seus nomes e ainda todos números de IP (Internet Protocol) vinculados aos domínios já acima citados".
A decisão do juiz Luiz Moura Correia é ainda mais ampla. Ele diz que a empresa de telefonia deve "garantir a suspensão do tráfego de informações de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros de dados pessoais ou de comunicações entre usuários do serviço e servidores da aplicação de trocada de mensagens multi-plataforma denomidada Whatsapp, em que pelo menos um desses atos ocorra em território nacional".
O processo corre em segredo de Justiça. A empresa de telefonia luta para cassar a decisão, tomada pelo juiz Luiz Moura Correia em 11 de fevereiro, antes de ser obrigada a cumpri-la. A empresa de telefonia foi comunicada da decisão de Moura Correia em 19 de fevereiro por meio de um ofício do delegado Éverton Ferreira de Almeida Férrer, do Núcleo de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí.
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UM CATÃO CATATÔNICO

Charge do Aroeira
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

AS PIONEIRAS

A conquista do voto feminino no Brasil completa hoje, 83 anos. O país está sendo comandado por uma mulher, a presidente Dilma Rousseff;  é um marco na história política brasileira. Em 2010, Dilma chegou pela primeira vez ao cargo maior do país. Mas antes de Dilma chegar à Presidência da República, outras mulheres também foram pioneiras na política brasileira.
Alzira Soriano, em 1928 foi a primeira mulher eleita prefeita no Brasil, em Lajes, Rio Grande do Norte. Com a Revolução de 1930, Alzira Soriano perdeu o seu mandato, por discordar da ditadura de Getúlio Vargas. Em 1947, voltou a exercer um mandato de vereadora, foi eleita três vezes.
Carlota Pereira de Queiroz, foi a primeira mulher eleita deputada federal do Brasil, em 1933, em São Paulo.
Eunice Michiles, a primeira senadora do país em 1979. Eunice era suplente do senador João Bosco de Lima, após a morte do senador, ela assumiu a cadeira no Senado e entrou para a história da política brasileira. Por voto direto as senadoras eleitas foram Júnia Marise Azeredo Coutinho, por Minas Gerais e Marluce Pinto, por Roraima.
Maria Luiza Fontenele, em 1986 é prefeita de Fortaleza (CE). É a primeira mulher a ser eleita prefeita de uma capital.
Iolanda Fleming foi a primeira mulher a tomar posse como governadora, em 1986, no Acre. Eleita vice-governadora em 1983. Quando o governador Nabor Júnior deixou o cargo em 1986 para disputar o Senado, ela se tornou a primeira mulher a governar um estado brasileiro.
Luiza Erundina, em 1988 é eleita a primeira mulher prefeita de São Paulo, a maior cidade do Brasil.
Benedita da Silva é a primeira mulher negra a assumir cargo de senadora, em 1990 e, em 2002 é eleita vice-governadora do Rio de Janeiro e em seguida assume o cargo de governadora.
Roseana Sarney, em 1994 é eleita a primeira governadora do país, pelo estado do Maranhão.
Leia mais sobre a mulher na política, clique aqui.
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VOTO FEMININO, 83 ANOS

A conquista do voto feminino no Brasil completa hoje 83 anos. Com a instituição do voto feminino em 24 de fevereiro de 1932, os primeiros passados foram dados para que a mulher marcasse presença no espaço político, comprovando sua competência na arte de fazer política.
Apesar da instituição, o voto feminino não era obrigatório, o que só ocorreu em 1946. A partir daí, a mulher entrou no campo político e entrou na disputa eleitoral, concorrendo à cargos de vereadora, prefeita, deputada, senadora governadora e presidente da República.
As pioneiras Alzira Soriano e Carlota Pereira de Queiroz desbravaram essa seara e foram eleitas. Em 1928, a potiguar Alzira Soriano foi a primeira prefeita eleita no Brasil. A paulista Carlota Pereira de Queiroz, em 1933 foi eleita a primeira deputada federal no país.
O caminho longo e árduo continua fazendo parte da trajetória política da mulher no Brasil e levou mais outras décadas para eleger a primeira senadora, Eunice Michiles, em 1979. Ela era suplente do senador João Bosco de Lima, após a morte do senador, ela assumiu. Por voto direto as senadoras eleitas foram Júnia Marise Azeredo Coutinho, por Minas Gerais e Marluce Pinto, por Roraima.
Para eleger a primeira governadora, o país demorou outra eternidade, em 1986,no Acre, Iolanda Fleming foi a primeira mulher a tomar posse como governadora. Eleita vice-governadora em 1983, com a saída do governador Nabor Júnior para disputar o Senado, ela se torna a primeira mulher a governar um estado brasileiro.
Em 1986, Maria Luiza Fontenele é eleita prefeita de Fortaleza (CE). É a primeira mulher a ser eleita prefeita de uma capital.
Quebrando todos paradigmas, Luiza Erundina, em 1988 é eleita a primeira mulher prefeita de São Paulo, a maior cidade da América Latina.
Disputando uma eleição majoritária na cabeça de chapa, Roseana Sarney, no Maranhão, foi eleita primeira governadora e entra para a história da política brasileira.
Benedita da Silva, primeira mulher negra a assumir cargo de senadora, em 1990 e, em 2002 é eleita vice-governadora do Rio de Janeiro e em seguida assume o cargo de governadora.
Enraizado de conceitos ultrapassados, o Brasil demorou 78 anos para eleger Dilma Rousseff, a primeira mulher chegar à Presidência da República. As mulheres trilharam um caminho, longo e árduo para conquistar o direito de votar.
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INCOERÊNCIA POLÍTICA

A propaganda esquerdista equivocada, burra e vendida consegue fazer com que mulheres, gays, árabes (cristãos e muçulmanos), ocidentais, negros e outros grupos mundo afora odeiem o democrático Estado de Israel, país moderno, protetor dos direitos humanos, da DIVERSIDADE na única Nação do Oriente Médio onde esses mesmos grupos podem existir, coexistir, ter voz e liberdade.
Israel responde ao seu ódio sendo o melhor para com os seus e para com o mundo no trato e no desenvolvimento da ciência, tecnologia, expondo assim governos, povos e essa gente que não faz nada para o Planeta além é claro de hipocritamente criticar.
A Direita se levanta no mundo e a Esquerda esperneia mas a culpa é só dessa Esquerda obtusa, rendida ao poder, que odeia tudo e faz odiar. ACORDEM!
Eduardo David Ghoulart
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DISCUTIR A RELAÇÃO

A presidente Dilma Rousseff entrará pessoalmente na articulação para tentar aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso. Pressionada por dificuldades na política, à espera da CPI da Petrobras e com a economia em apuros, Dilma decidiu abrir diálogo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e vai chamá-lo para uma conversa, nos próximos dias.
O aceno para a trégua com Cunha, desafeto do Planalto, também será a senha para Dilma se reaproximar do vice-presidente Michel Temer, afastado das decisões do núcleo político.
A cruzada para salvar o governo de outro vexame no Congresso inclui o titular da Fazenda, Joaquim Levy, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegará a Brasília na quarta-feira, além de vários outros ministros.
Levy participará nesta segunda-feira, 23, de jantar com Temer, Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros, ministros do PMDB e a cúpula do partido, no Palácio do Jaburu.
O ministro explicará ao PMDB a necessidade de medidas impopulares, como corte de subsídios, redução de incentivos e mudanças nos benefícios previdenciários e trabalhistas, para a economia voltar a crescer. O PMDB ameaça, por exemplo, derrubar o veto da presidente à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda, que entrará amanhã na pauta de votações.
Dilma enviará outra medida provisória ao Congresso, propondo reajuste de 4,5%. "Queremos saber do ministro da Fazenda o tamanho dessa crise econômica e verificar se há margem de negociação", disse o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
Foi Lula quem aconselhou Dilma a ouvir o PMDB, negociar com Cunha e a matar "dois coelhos com uma só cajadada", fazendo com que o armistício seja pelas mãos de Temer.
O vice-presidente está isolado e não participa das reuniões do chamado G-6, grupo composto por seis ministros do PT que semanalmente se reúne com Dilma para avaliar as estratégias do governo. A presidente quer fazer um gesto pedindo ajuda de Temer para enfrentar a crise.
Lista de Janot
Na semana em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, promete enviar ao Supremo Tribunal Federal pedido de investigação de políticos citados pela Operação Lava Jato no esquema de corrupção na Petrobrás, Lula desembarcará em Brasília disposto a articular a defesa do governo e do PT. Na quarta-feira, véspera da instalação da CPI da Petrobrás, Lula jantará com senadores petistas. Além disso, pretende se reunir com Temer, Renan e Eunício.
O governo está preocupado com a "lista de Janot", que deve atingir deputados e senadores de partidos da base aliada, como PT, PMDB e PP, mas tenta desviar o foco, apontando o dedo para a oposição. Na sexta-feira, Dilma seguiu a estratégia combinada com seu núcleo duro e disse que a corrupção na estatal foi ignorada no governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. O ex-presidente reagiu, afirmando que ela lançara mão de uma tática "infamante".
"Nós vamos entrar na guerra contra os que tentam nos empurrar para o corner", disse Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado que será anfitrião do jantar com Lula.
Na tentativa de criar uma "agenda positiva", Dilma anunciará, na quinta-feira, novas regras para o regime Simples. Depois virão o pacote anticorrupção, o Plano Brasil Exportador, a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida e o Mais Especialidades. Tudo acompanhado por mais viagens e entrevistas. No diagnóstico de Lula, Dilma só vai superar a turbulência com a tática "olho no olho".
Conteúdo da Agência Estado, via IstoÉ
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MAIS TARDE

Depois de negociar as medidas de restrição em benefícios previdenciários, como pensões por morte e auxílio-doença no Congresso Nacional, o governo Dilma Rousseff vai iniciar uma discussão com os movimentos sindicais para acabar com o fator previdenciário. A informação é do ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, que concedeu ao jornal O Estado de S. Paulo sua primeira entrevista após assumir o cargo.
A ideia, diz ele, é substituir o fator, criado em 1999, por uma fórmula que retarde as aposentadorias no Brasil. "O fator previdenciário é ruim porque não cumpre o papel de retardar as aposentadorias. Agora nós precisamos pensar numa fórmula que faça isso e defendo o conceito do 85/95 como base de partida. As centrais concordam com isso", defende. A fórmula 85/95 soma a idade com o tempo de serviço - 85 para mulheres e 95 para homens.
Além de ser um dos ministros mais próximos da presidente Dilma Rousseff, Gabas está escalado para discutir com as centrais e os parlamentares o pacote de aperto aos benefícios sociais, incluindo seguro-desemprego e abono salarial. Só com pensões por morte e auxílio-doença, o governo gastou quase R$ 120 bilhões em 2014.
Pacote
O governo anunciou o aperto na concessão dos benefícios sociais, inclusive as pensões por morte e auxílio-doença. Apesar do protesto dos sindicalistas, a dúvida é saber se o governo vai insistir no pacote. Gabas diz que primeiro, é preciso separar o conceito de ajuste fiscal do ajuste nos benefícios da Previdência. "Essas medidas têm, obviamente, efeito fiscal e financeiro, mas já vinham sendo discutidas com representações de trabalhadores e empregadores. Não são medidas inventadas agora, não são novidade", diz ele. Segundo o novo ministro, as centrais sindicais sabem da necessidade de se manter uma Previdência equilibrada. Tem muitas forças políticas no Brasil que entendem que esse nosso sistema é falido, que não funciona, e dizem que precisamos fazer uma grande reforma da Previdência.
Questionado sobre o fato de que se essa reforma não seria de fato necessária, Gabas se diz contrário a ela, alegando que o regime atual, se bem administrado, tem sustentabilidade no tempo. Defende que esse é o objetivo atual do governo e por isso as mudanças necessárias em pensão por morte e no auxílio doença. "Precisamos desses ajustes, não de grandes reformas. Como a sociedade é dinâmica, precisamos acompanhar com pequenas evoluções", justifica.
E explica essa questão da seguinte forma: "Nos últimos dez anos, a expectativa de sobrevida no Brasil subiu 4,6 anos. Em média, a expectativa de vida chega a 84 anos e a idade média de aposentadoria por tempo de contribuição é de 54 anos. Então, o cidadão fica 30 anos, em média, recebendo aposentadoria. Não há sistema que aguente", diz. Gabas defende que para que nosso sistema previdenciário seja preservado é preciso estender um pouquinho essa idade média de aposentadoria, que, segundo ele, é uma discussão diferente, que ainda não entrou na pauta.
Idade mínima
A reportagem quer saber se seria a instituição de uma idade mínima para se aposentar, como boa parte dos países desenvolvidos faz. Gabas diz não defender isso, que existem outras fórmulas que protegem o trabalhador mais pobre. O jornal O Estado de S. Paulo argumenta que isso passa pelo fim do fator previdenciário... "Eu briguei muito contra o fator previdenciário quando ele foi instituído. Eu era sindicalista. Se hoje eu estivesse no movimento sindical, eu teria outra postura, faria uma proposta, não ficaria apenas contrário ao fator. Qualquer cidadão tem de pensar que não é razoável que uma pessoa vivendo 84 anos se aposente aos 49 anos", diz. Ele argumenta ainda que, com o fator previdenciário, ao se aposentar cedo, a pessoa recebe um benefício menor, mas esse benefício serve como complemento de renda. "Daí quando a pessoa para mesmo de trabalhar, ela fica apenas com aquela aposentadoria pequena. Previdência não é complemento de renda, ela é substituta da renda", afirma.
Qual seria então a fórmula? Gabas diz que o fator é ruim porque não cumpre com o papel de retardar as aposentadorias. Que é preciso agora pensar numa fórmula que cumpra esse papel de retardar. "Seria a 85/95, como regra de acesso. As centrais chegaram a concordar isso", diz. A reportagem quer saber por que a 85/95 é melhor que idade mínima. O ministro explica que é porque o trabalhador mais pobre começa muito cedo a trabalhar. "Se coloca 65 anos como idade mínima para se aposentar, ele terá de trabalhar quase 50 anos ou mais. Já um trabalhador de família mais rica, que ingressa mais tarde no mercado de trabalho, teria outra realidade". Diz que o governo defende aqui, quando essa discussão chegar, uma soma de idade com tempo de contribuição, para proteger o trabalhador mais pobre. "Seria 85 para mulher e 95 para homens, mas tem fórmulas dentro disso. O 85/95 é um conceito, um pacote político, para iniciar as discussões. Essa é a próxima para discutir depois do pacote das pensões por morte e auxílio doença. O foco do ministério é fazer as medidas", afirma.
Tais medidas, questiona a reportagem, significariam gastos estratosféricos? Gabas diz que sim. Que, em 2014, o governo gastou R$ 94,8 bilhões com pensões por morte e esse dinheiro todo foi para 7,4 milhões de pensionistas. Com o auxílio-doença gastamos R$ 25,6 bilhões para 1,7 milhão de beneficiados. Em relação às pensões, as mudanças foram propostas porque essa transição que vivemos no Brasil, onde as pessoas estão vivendo mais, exige uma administração diferente da Previdência. Essa expectativa de vida de 84 anos é para quem tem hoje 50 anos. Quem nasceu agora terá uma expectativa de vida de quase 100 anos."
O ministro diz que estaria aí o motivo da restrição. Que a pensão por morte é uma extensão da aposentadoria. "O cidadão se aposentou, recebeu do INSS por 30 anos e quando morre, deixa uma pensão para outra pessoa, que depois também terá sua própria aposentadoria. Agora estamos nessa transição demográfica e precisamos encontrar novas formas. Quem está recebendo continuará recebendo. A mudança é para frente. Viúvas muito jovens e sem filhos vão receber pensão por um período, apenas."
Contas públicas
Diante dessa explicação, o impacto nas contas públicas para 2015 não foi pensado?, pergunta a reportagem. Gabas diz que essa não é uma medida para fechar as contas deste ano. Restringir pensão por morte e auxílio-doença são medidas de médio e longo prazo". E completa dizendo que certamente o cenário atual, de complicação fiscal, favoreceu o anúncio dessas medidas.
E o que esperar desse projeto no Congresso? O ministro, junto com Nelson Barbosa, irão negociar diretamente com o Congresso? O que é possível esperar? Gabas conta que ambos têm agendados encontros com vários segmentos dentro do Congresso. "Vamos aos deputados explicar as medidas. Elas são importantes, têm o papel de manter a sustentabilidade da sociedade."
Gabas não enxerga na figura de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, um complicador para a questão. Diz achar que Cunha tem a oportunidade de usar a discussão para provar a grandeza dele como presidente da Câmara, não usando as medidas como instrumento de barganha.
Quanto ao aumento do déficit da Previdência, de R$ 51 bilhões em 2014 e com previsão de alta em 2015, podendo se aproximar dos R$ 60 bilhões, e se isso é um fator de preocupação, o ministro diz que a arrecadação tem surpreendido negativamente, e que, de fato, as desonerações da folha de pagamento impactaram muito. Mas que essa história do déficit precisa ser tratada com uma visão mais contábil.
"Nós temos um modelo de previdência urbana e rural. Tivemos no ano passado quase R$ 35 bilhões de superávit na previdência urbana. No rural, a política não foi pensada com premissa de ter superávit, porque é uma política com objetivo de proteger o homem do campo, aqueles que trabalham a terra em regime de agricultura familiar. Esse trabalhador rural é quem produz 73% dos alimentos que nós comemos. Não vemos latifúndio de dez mil hectares produzindo tomate, feijão, legumes, apenas commodities."
Então, se separar, contabilmente, o modelo rural do urbano, o problema estaria resolvido?, questiona a reportagem. "Veja bem, falamos de 8,4 milhões de aposentados rurais que ganham um salário mínimo. Neste segmento a despesa cresceu bastante porque o salário mínimo cresceu muito. Essa política não tem objetivo de ter superávit, a conta não foi feita para fechar, tanto que a Constituição prevê a Cofins e a CSLL para servirem de fonte de renda para custear a previdência rural. Contabilmente nosso regime é equilibrado, mas a conta, depois que houve a unificação dos caixas no Tesouro, se misturou tudo. Tivemos uma arrecadação de R$ 5 bilhões com o rural e gastos de R$ 80 bilhões. A arrecadação da Cofins e CSLL é muito superior a essa diferença, mas isso não fica claro. Temos só que nos colocar de acordo com o pessoal do Ministério da Fazenda para ver como se transferem esses recursos. Não pode pensar em "vamos cobrir o rombo". Não tem rombo, entende? ", conclui. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Conteúdo da Agência Estado, via IstoÉ
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